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CONGRESSO DISCUTE CONSERVAÇÃO DOS QUELÔNIOS NO BRASIL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2007

Biodiversidade - 19/07/2007 - O tema será debatido amanhã, o último dia do 3º Congresso Brasileiro de Herpetologia

O manejo dos quelônios amazônicos com a participação das comunidades locais é uma alternativa viável, que pode ser incorporada numa rede mais ampla voltada à conservação e pesquisa desse grupo biológico - que compõe a ordem das tartarugas, jabutis etc.

A idéia é defendida pelo pesquisador Juarez Carlos Brito Pezzuti, do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (Naea), da Universidade Federal do Pará (UFPA), que nesta sexta-feira (20) coordena o simpósio "Conservação e Manejo dos Quelônios no Brasil", evento que integra a programação do 3º Congresso Brasileiro de Herpetologia, em Belém (PA).

Historicamente consumidos pelas populações amazônicas e pelo comércio regional, os quelônios amazônicos continuam exercendo um papel fundamental tanto na alimentação quanto na cultura da região. "Séculos de exploração sem limites levaram ao esgotamento da população da Podocnemis expansa e à crescente procura pelas espécies menores que hoje também apresentam sinais de declínio", alerta Pezzuti.

Segundo o pesquisador, o quadro atual da conservação dos quelônios na Amazônia é extremamente variado e reflete o histórico de utilização desse recurso e de ações de conservação implementadas pelo governo e pelas comunidades locais. "Nas áreas onde medidas de proteção e de manejo são colocadas em prática, os estoques de quelônios são completamente distintos de outras regiões onde não existem quaisquer iniciativas", explica.

Pezzuti ressalta que o manejo comunitário de quelônios apresenta várias vantagens, como a maior satisfação dos usuários diretos através da sua participação, possibilitando a coleta confiável de dados; amenização ou mesmo eliminação de conflitos constantes entre ribeirinhos e o Ibama; capacitação realizada ao longo do processo; e o fortalecimento das instituições sociais com o desenvolvimento de modelos participativos, gerando um melhor equilíbrio de poder entre estas e as instituições públicas.

"A integração entre saber local e conhecimento acadêmico oferecem inúmeras oportunidades de ampliar o conhecimento disponível sobre estas espécies, e de incorporar o mesmo nas estratégias de conservação e uso sustentável desse recurso", avalia.

Congresso
O debate sobre conservação e manejo de quelônios no Brasil será realizado às 9h, no Auditório B do Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Hangar), e contará com a participação dos pesquisadores Alexandre Batistella, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), que falará sobre a biologia de quelônios nos Lençóis Maranhenses; Adriana Malvásio, da Universidade Federal do Tocantis (UFTO), que abordará os aspectos biológicos e populacionais de Podocnemis expansa e Podocnemis unifilis no estado do Tocantins; Paulo Dias Ferreira Junior, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que discutirá a influência dos aspectos geológicos na reprodução de tartarugas; e Richard Vogt, do Inpa, que falará sobre o status de conhecimento de biologia de quelônios aquáticos da Amazônia.

O último dia do 3º Congresso Brasileiro de Herpetologia também será pautado pelo simpósio "Filogeografia de Répteis e Anfíbios no Brasil", que apresentará diversos estudos que investigam a diversificação de linhagens evolutivas ou de genes num contexto geográfico. Coordenado por Adrian Garda, do Oklahoma Museum of Natural History (EUA), o debate acontece às 9h, no Auditório A.

À tarde serão realizadas as conferências "Dendrobatoid frogs: An overview of taxonomic history, ecology and behavior", a ser ministrada por Janalee Caldwell, da University of Oklahoma (EUA), às 14h, no Auditório C+D; e "Evolução da taxonomia de répteis no Brasil", que será proferida às 15h, no Auditório B, pelo pesquisador Renato Bernils, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A cerimônia de encerramento do 3º Congresso Brasileiro de Herpetologia será realizada a partir das 16h30, no Auditório C+D.
Mais informações no site www.museu-goeldi.br

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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