15
de Julho de 2007 - Sabrina Craide - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- O Grupo Camargo Corrêa, um dos interessados
em participar dos leilões para a construção
das hidrelétricas de Santo Antônio
e Jirau, no Rio Madeira, manifesta preocupação
com a falta de informações sobre
o preço dos equipamentos que deverão
ser utilizados nas usinas.
Segundo o diretor da Amazônia
Madeira Energética Ltda. (Amel, empresa
criada pelo grupo para participar dos leilões),
João Canellas, essa é uma das
principais dificuldades encontradas pelo grupo.
Ele criticou o fato de fabricantes nacionais
de equipamentos já estarem "fechados"
com o consórcio Odebrecht-Furnas, que
fez o estudo de impacto ambiental (EIA) no
qual se baseou a licença prévia
concedida pelo Instituto Nacional do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
“Esse é um ponto
importante, porque o fornecimento de equipamentos
totaliza, só para Santo Antônio,
cerca de R$ 3 bilhões em um orçamento
de R$ 10 bilhões”, afirma Canellas.
Ele diz que o preço da energia que
será apresentada no leilão,
previsto para outubro, depende desses valores.
“Nós precisávamos ter preços
firmes de equipamentos para dar um preço
de energia no leilão baseado em valores
que pudéssemos ter conforto em garantir,
posteriormente, a venda da energia”, afirma.
Em nota, a Odebrecht confirma
que firmou parceria com algumas empresas,
mas garante que agiu com base nos princípios
constitucionalmente garantidos da livre-iniciativa
e da livre-concorrência. “Tal acordo
foi e é necessário para salvaguardar
os interesses não apenas dos envolvidos,
mas também para garantir o atendimento
dos interesses de financiadores, investidores
financeiros e demais partes envolvidas seriamente
com o Projeto”, diz a empresa.
A construtora também
garante que existem outras empresas que podem
atuar com as concorrentes: “Especificamente
no que diz respeito aos fornecedores de turbinas
bulbo e demais equipamentos, a CNO [Companhia
Norberto Odebrecht] esclarece que existem
no mercado nacional e estrangeiro diversas
empresas aptas a fabricar turbinas e demais
equipamentos nos mesmos moldes dos parceiros
da CNO”.
Segundo a Odebrecht, em
nenhum momento das negociações
os fornecedores se uniram para ajustar aos
interesses da empresa preços, prazos,
garantias ou qualquer outra condição
de venda.
+ Mais
Construtora cria empresa
e diz que procura parceiros para disputar
usinas do Madeira
15 de Julho de 2007 - Sabrina
Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A construtora Camargo
Corrêa, uma das empresas interessadas
em participar dos leilões para a construção
das hidrelétricas de Santo Antônio
e Jirau, no Rio Madeira, afirma que já
está procurando e sendo procurada por
diversas empresas para estabelecer parcerias
na participação da disputa.
O grupo criou, inclusive, uma empresa para
estruturar o projeto de participação
no leilão.
Segundo João Canellas,
diretor da Amazônia Madeira Energética
Ltda. (Amel, a empresa criada), entre as empresas
interessadas estão produtores de energia
independentes, distribuidoras de energia e
empresas interessadas em produzir energia
para uso próprio.
A expectativa, diz Canellas, é que
empresas estatais não participem do
leilão, apesar de Furnas Centrais Elétricas,
do grupo Eletrobrás, ter feito o estudo
de impacto ambiental (EIA) do projeto junto
com a Odebrecht. Segundo ele, dessa forma,
o processo será mais transparente e
a competição mais realista.
Em relação ao edital do leilão,
que deverá ser publicado no próximo
mês, Canellas também aguarda
definições sobre o fornecimento
de equipamentos especializados pela indústria
nacional e a disponibilização
de recursos para as empresas.
Apesar de reconhecer as
condições apresentadas pelo
Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) na concessão
da licença prévia, Canellas
diz que essas exigências podem impactar
no custo da obra. A empresa ainda estuda esses
impactos, mas, segundo o diretor, os pontos
que poderão modificar o valor são
a extensão da área de preservação
para 500 metros e o valor da compensação
ambiental, que é um mecanismo financeiro
para compensar os efeitos de impactos não
mitigáveis (isto é, que não
se consegue atenuar) ocorridos quando da implantação
de empreendimentos.
Em relação
ao custo do megawatt-hora de energia, Canellas
explica que ele pode variar muito de acordo
com a rentabilidade do projeto e o custo de
transmissão. Ele lembra que o leilão
não vai tratar da distribuição
da energia de Porto Velho para a rede interligada
brasileira. “Esse custo de transmissão
ainda não foi definido, esperamos que
ele chegue no leilão”, afirma.
Sobre o custo total da obra,
Canellas diz que o grupo trabalha com base
em avaliações fornecidas pelo
Ministério de Minas e Energia. A obra
está estimada em R$ 20 bilhões.