5 de Agosto de 2007 - Gláucia
Gomes - Repórter da Agência Brasil
- Elza Fiúza/ABr - Brasília
- Moradores de Brasília com as sacolas
de tecido criadas para
substituir as de plástico.
Brasília - Rogério Muniz Neto,
empresário do ramo hortifrutigranjeiro,
decidiu fazer a sua parte na preservação
da natureza. Preocupado com o interesse de
algumas pessoas em levar grande número
de sacolinhas plásticas em suas compras,
ele decidiu distribuir sacolas de tecido aos
clientes.
Rogério lembrou que
a idéia nasceu despois de constatar
que, em apenas um final de semana, recebeu
em casa 49 saquinhos plásticos com
revistas, folhetos e propagandas.
“Nós temos a nossa
empresa e também precisamos ser responsáveis
pelo nosso mundo. Então, nós
procuramos uma solução e descobrimos
uma organização não-governamental
(ONG) de costureiras de baixa renda. Fizemos
uma parceria com elas e, com isso, está
diminuindo a procura por saquinhos plásticos
na minha loja, porque o pessoal leva a sua
sacola de pano e volta depois com ela”, contou
o empresário.
A receptividade do cliente,
acrescentou, superou a expectativa: já
houve uma redução de 2% a 3%
no uso de sacos plásticos. "É
claro que, inicialmente, a sacola de pano
é muito mais cara, mas eu estou satisfeito
com a receptividade. Um cliente fala para
o outro da nossa iniciativa e eu estou difundindo
a idéia de as pessoas não usarem
o saco plástico e terem a consciência
de que é danoso a natureza”, disse.
A economista Fátima
Cima, cliente do mercado de Rogério,
disse que é "uma satisfação”
freqüentar um estabelecimento comercial
preocupado em proteger a natureza. “Com tudo
que a gente está vendo, com o aquecimento
solar, é uma forma de educar a população
para evitar uma catástrofe com o meio
ambiente”, lembrou.
Para a consumidora, toda
mudança causa um certo desconforto,
mas ela disse acreditar que “não é
tão difícil mudar hábitos”.
E destacou que sempre praticou a coleta seletiva,
embora lamentasse a falta uma campanha governamental
para conscientizar as pessoas. “A população
atende. Como atendeu em vários casos,
como por exemplo na crise de energia, quando
todo mundo colaborou. Eu acho que falta uma
campanha de educação do governo”,
reiterou.
Outra cliente, Karim Schneider,
avaliou que exemplos como o da sacola de tecido
trazem “conforto” na hora de transportar as
mercadorias, mas principalmente colaboram
com o meio ambiente, que "deixa de receber
grande quantidade de lixo não reciclado".
Ela também é
adepta da coleta seletiva e garantiu que uma
iniciativa como essa, vinda de empresários,
"ajuda a trazer para dentro de casa,
na educação das crianças,
a cultura de preservação, onde
cada um dá a sua contribuição:
a escola, o prédio onde mora, o mercado
onde compra".
E para a dona-de-casa Fernanda
Carvalho, que se disse preocupada com as condições
do planeta, "a gente tem que tentar proteger".
Ela ensinou: "É preciso economizar
nas sacolas plásticas, para não
colaborar com os problemas".