08 de Agosto de 2007 - Manifestantes
de diversas regiões
do Brasil participaram da manifestação
- Brasília (DF), Brasil — Na semana
do aniversário dos ataques a Hiroshima
e Nagasaki, ONGs e Frente Parlamentar Ambientalista
promovem manifestação em repúdio
à aventura nuclear brasileira
Mais de 200 pessoas de diversas
regiões do país reuniram-se
nesta quarta-feira na Praça dos Três
Poderes, em Brasília, para protestar
contra a construção da usina
Angra 3 e o Programa Nuclear Brasileiro. O
ato público, liderado pelas entidades
SOS Mata Atlântica, Greenpeace e WWF-Brasil,
contou com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista
e das redes Fórum Brasileiro de ONGs
e Movimentos Sociais (FBOMS) e Associação
Brasileira de ONGs (Abong). Uma comissão
de manifestantes foi recebida por parlamentares
na rampa do Palácio do Planalto e protocolou
uma carta em repúdio à retomada
da aventura nuclear brasileira. Os manifestantes
e o deputado Edson Duarte (PV-BA) entregaram
essa carta também à Comissão
de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.
As populações
mais diretamente afetadas pela atividade nuclear
no Brasil foram representadas pela Associação
das Vítimas do Césio-137, de
Goiânia/ GO, Sociedade Angrense de Proteção
Ecológica - Sapê, de Angra dos
Reis/RJ e Associação Movimento
Paulo Jackson Ética, Justiça
e Cidadania, afetados pela mina de urânio
em Caetité / BA.
Os manifestantes se concentraram
a partir das 9h em frente ao Ministério
de Minas e Energia e às 11h seguiram
em passeata até a Praça dos
Três Poderes. Com palavras de ordem
contra nuclear, pela paz e pelas energias
renováveis, os ativistas também
formaram um banner humano com a mensagem “nuclear
não”.
“A energia nuclear é
a alternativa mais cara. Podemos evitar o
apagão de várias outras formas
menos custosas para nossa sociedade”, avalia
Mario Mantovani, da SOS Mata Atlântica.
“Nossa produção de energia eólica,
solar e de biomassa pode ser muito ampliada.”
A data da manifestação
foi escolhida para lembrar o aniversário
do ataque nuclear a cidades japonesas. Nos
dias 6 e 9 de agosto de 1945, as bombas “Little
Boy” e “Fat Man” foram lançadas sobre
Hiroshima e Nagasaki, respectivamente, resultando
na morte de mais de 300 mil pessoas e na total
destruição das duas cidades.
Em reunião do dia
25 de junho de 2007, o Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE) recomendou
a retomada das obras da usina de Angra 3.
A decisão final sobre a expansão
do parque atômico brasileiro está
nas mãos do presidente Luís
Inácio Lula da Silva. “O presidente
Lula pode optar por investir bilhões
de reais de recursos públicos na expansão
do parque atômico ou estruturar uma
matriz energética limpa e renovável
que garanta a segurança energética
de que o Brasil precisa para crescer”, declarou
Guilherme Leonardi, da campanha de energia
do Greenpeace. “Investir na geração
nuclear é olhar para trás, é
ir na contramão da história.
O Brasil tem enorme potencial para liderar
uma revolução na área
das energias renováveis, o que falta
hoje é vontade política para
estabelecer efetivamente este mercado no país”,
complementou.
Criado durante a ditadura militar, o Programa
Nuclear Brasileiro é ultrapassado,
caro e arriscado. Do ponto de vista da geração
de energia, a opção nuclear
é a mais onerosa e exige fartos subsídios
governamentais. Com os R$ 7,4 bilhões
previstos para a usina nuclear, um parque
de turbinas eólicas com o dobro da
potência de Angra 3 (1.350 MW) poderia
ser instalado em apenas dois anos, gerando
32 vezes mais empregos. Vale lembrar que o
risco de acidentes é inerente à
tecnologia nuclear e ainda não existe
solução definitiva para o lixo
radioativo, que permanece perigoso por centenas
de milhares de anos. Para questionar a política
do governo federal e mostrar que é
possível conciliar desenvolvimento
social e econômico com sustentabilidade
energética, a sociedade civil, em parceria
com universidades, desenvolveu cenários
alternativos. A “Agenda Elétrica Sustentável”,
da WWF/Unicamp, foi lançada em setembro
de 2006 e o “Revolução Energética”,
do Greenpeace/USP, em fevereiro de 2007.
Para as entidades, “a sociedade
brasileira vive hoje um clima de insegurança
e desconfiança devido a problemas como
violência urbana, caos aéreo,
corrupção. O Brasil não
precisa da ameaça nuclear”.
+ Mais
ONGs convidam população
para protestar contra Angra 3 em Brasília
06 de Agosto de 2007 - A
tecnologia nuclear é perigosa, e já
causou acidentes graves como o de Three Mile
Island (EUA) e Chernobyl (Ucrânia).
Brasília (DF), Brasil — Ato no dia
8 lembrará as tragédias em Hiroshima
e Nagasaki e protestará contra o Programa
Nuclear Brasileiro
Nesta quarta-feira, dia
8 de agosto, a partir das 11h, mais de 200
representantes e voluntários de diversas
entidades de todo o país realizarão
uma manifestação em frente ao
Palácio do Planalto, em Brasília,
para protestar contra a retomada da construção
da usina nuclear Angra 3 e do Programa Nuclear
Brasileiro. A atividade – que relembrará
os ataques nucleares ocorridos em 1945 em
Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto),
no Japão – é aberta à
participação popular.
O ato está sendo
promovido pela Fundação SOS
Mata Atlântica, Greenpeace e WWF-Brasil,
com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista,
e contará com a presença de
membros do Fórum Brasileiro de ONGs
e Movimentos Sociais (FBOMS), Associação
Brasileira de ONGs (Abong), Associação
das Vítimas do Césio-137 e Sociedade
Angrense de Proteção Ecológica
(Sapê), entre outras organizações.
Os organizadores reunirão ativistas
de Brasília, São Paulo, Rio
de Janeiro, Angra dos Reis, Salvador, Caetité
e Goiânia.
A concentração
dos manifestantes começa às
9h30, em frente ao Ministério de Minas
e Energia. Às 11h, os manifestantes
seguirão em passeata até a Praça
dos Três Poderes e entregarão
a representantes da Frente Parlamentar Ambientalista
uma carta em repúdio ao Programa Nuclear
Brasileiro e à Angra 3. Às 14h,
uma sessão de debates sobre o tema
nuclear está programada no Auditório
Petrônio Portela, no Senado Federal,
com representantes das entidades da sociedade
civil e parlamentares.