A forte procura por combustíveis
renováveis e pouco poluentes está
gerando muitas oportunidades na área
de biocombustíveis e a Embrapa
está se preparando para aproveitá-las.
Foi o que defendeu o chefe-geral da Embrapa
Agroenergia (Brasília – DF), Frederico
Durães, ontem, em Brasília,
durante a 2ª Reunião de Chefes
da Embrapa 2007. Ele também aproveitou
a ocasião para apresentar os novos
empregados da unidade, como o primeiro pesquisador
contratado para o centro, o engenheiro agrônomo
Hugo Molinari.
O chefe-geral disse que
nos quesitos de pesquisa, desenvolvimento
e inovação (PD&I) em agroenergia
podemos considerar que a Embrapa está
nivelada com os conhecimentos acumulados no
Brasil e no mundo. Segundo ele, “precisamos
tirar ganhos de experiências passadas
dos programas que norteiam essa cadeia produtiva
– etanol e biodiesel – para apresentar algo
diferenciado e novo. Estamos desenhando critérios
de sustentabilidade de um programa que pode
impactar o Brasil e que pode se consolidar
nos próximos dez anos. Essa é
uma responsabilidade institucional, porque
é uma agenda poderosa e a unidade terá
uma participação decisiva nesse
novo cenário”.
Laboratórios, Projetos
e Agenda - Durães também anunciou
que uma parceria com a Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia (Brasília – DF) vai
garantir o começo do funcionamento
de quatro laboratórios de agroenergia,
que posteriormente serão transferidos
para a sede da Embrapa Agroenergia. A nova
sede da unidade, que teve lançamento
também ontem, deve ficar pronta num
prazo de seis a doze meses. Os laboratórios,
que começam a funcionar entre 30 e
90 dias, serão de Biologia Energética,
Processamento de Matérias-Primas Energéticas,
Aproveitamento de Co-Produtos e Resíduos
e Gestão do Conhecimento em Agroenergia.
Além disso, algumas
unidades serão parceiras da Embrapa
Agroenergia em projetos do Macroprograma 1.
O projeto relacionado a Biodiesel terá
à frente a Embrapa Soja (Londrina –
PR); o de Espécies Potenciais para
Biodiesel, a Embrapa Cerrados (Planaltina
– DF); o de Cana-de-Açúcar terá
parceria da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju
– SE); já o de Florestas Energéticas,
da Embrapa Florestas (Colombo – PR).
O chefe-geral da Embrapa
Agroenergia também apresentou a agenda
com que a unidade deve trabalhar nos próximos
anos. A curto prazo, devem ser realizadas
as obras da nova sede e as contratações
de pessoal, criada uma agenda institucional
e definidas as plataformas de P&D. A médio
prazo, a unidade planeja criar seu primeiro
Plano Diretor (PDU 2008-2011) e articular
as unidades de informação e
coordenadorias regionais. A longo, a visão
da unidade é se transformar num centro
de referência em P&DI de agroenergia.
Texto: Vitor Moreno
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Ministro Stephanes destaca
papel da Embrapa na produção
em agroenergia
“O papel da Embrapa é
fundamental para que o Brasil continue líder
na produção de agroenergia”.
Essa foi a mensagem do ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), Reinhold
Stephanes, aos chefes de unidades da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
Após o lançamento
da pedra fundamental da nova sede da Embrapa
Agroenergia, nesta quarta-feira (15) e durante
a II Reunião de Chefes da Embrapa 2007,
Stephanes falou sobre as novas responsabilidades
da Empresa para colocar em prática
a decisão do Governo Federal de manter
o Brasil líder na produção
de energia a partir do biodiesel e etanol.
Segundo o ministro, é
preciso avançar na pesquisa para encontrar
respostas sobre temas ainda não esclarecidos
como a utilização de plantas
na produção de biodiesel. “Temos
ainda questionamentos sobre o biodiesel, não
na extração ou produção
do óleo, mas nas plantas”, disse o
ministro, ressaltando que somente será
possível avançar, se a pesquisa
der algumas respostas.
Nesse sentido, Stephanes
cita a Embrapa como peça importante
na formação de uma rede de pesquisas
em Agroenergia que deverá ter a participação
de universidades e instituições
de pesquisas públicas e privadas. “A
Embrapa tem competência para liderar
e articular essa rede de pesquisa.”
Outro ponto abordado pelo
ministro foi a decisão do Governo de
se realizar o zoneamento agroclimático
para cana-de-açúcar. “´É
preciso identificar as áreas onde a
cana pode ser plantada, e a participação
da Embrapa também é importante
nesse estudo. Para Stephanes, o zoneamento
é imprescindível na medida em
que a pressão internacional é
cada vez maior em relação à
exploração de florestas no Brasil.
“Com isso, a idéia é criar critérios
para um eventual selo de qualidade ou certificação
sócio-ambiental para nos auto-limitarmos
e no posicionarmos, em resposta à crítica
internacional, apesar de o Brasil ser líder
mundial em conservação de florestas.”
Stephanes finalizou sua mensagem conclamando
todos ao trabalho que, segundo ele, será
árduo. “Agora é pensar no futuro.
Com certeza o amanhã exigirá
mais do que nos já foi exigido até
o momento.”
Juliana Freire