Manaus (31/08/07) – Em menos
de uma semana, técnicos do Núcleo
de Fauna Silvestre do Ibama/AM resgataram
nesta terça-feira (28) o segundo filhote
de peixe boi (Trichechus
inunguis), resgatado em Parintins, cidade
a aproximadamente 370 Km de Manaus. Segundo
relatos dos moradores da Comunidade Amazônica,
o animal ficou preso numa malhadeira usada
por pescadores.
Não há como
confirmar, mas as chances de que a mãe
tenha sido abatida são grandes. O veterinário
Diogo L. Faria viajou até a cidade
de Parintins, onde prestou os primeiros cuidados
veterinários e transportou o filhote
até Manaus, onde ele foi encaminhado
ao Centro de Preservação e Pesquisa
de Mamíferos Aquáticos (CPPMA),
na vila de Balbina, em Pres. Figueiredo –
AM.
Técnicos do Escritório
Regional de Parintins foram os primeiros a
cuidar do filhote, mantendo-o no Mini-Cetas
inaugurado a poucos meses no local e que foi
construído com verbas provenientes
da World Society for the Protection of Animals
(WSPA). Segundo o veterinário, o animal
estava em boas condições, apresentando
pequenos ferimentos por causa da malhadeira
em que ficou preso e cólicas abdominais,
em razão da viagem e do leite que os
pescadores ofereceram ao filhote. “A alimentação
desses animais nessa fase da vida deve ser
à base de leite sem lactose, para evitar
esses e outros problemas. Aparentemente ele
está bem, porém precisamos observá-lo
e examiná-lo com mais calma” – diz
Diogo Faria.
Na semana passada, outro
filhote de Peixe-boi foi resgatado em Tabatinga,
cidade que faz fronteira com o Peru e Colômbia
e distante 1.100 Km de Manaus. Em boas condições
físicas, o filhote foi transportado
de avião e levado ao Instituto Nacional
de Pesquisas Amazônicas (INPA), que
está cuidando do animal.
Nesse ano, já foram
nove filhotes resgatados. “Esses animais antigamente
seriam abatidos ou morreriam por falta de
cuidados adequados. Felizmente o trabalho
de conscientização ambiental
e de divulgação da necessidade
de se preservar o Peixe-boi amazônico
vem surtindo efeito com a população
e temos tido sucesso tanto no resgate de filhotes,
como no sentido de diminuir a pressão
de caça sobre a espécie. A situação
ainda está longe da ideal, mas aos
poucos vamos mudando esse quadro.” – diz o
veterinário.