5 de Setembro de 2007 -
Mylena Fiori - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- Brasil e Dinamarca pretendem trocar experiências
e incentivar a pesquisa conjunta na área
de energias renováveis. Acordo nesse
sentido será assinado durante visita
de Estado do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva a Copenhage nos dias 12 e 13
deste mês.
“Eles têm muito interesse
em conversar conosco sobre meio-ambiente de
uma maneira geral e sobre mudança do
clima em particular”, revela a embaixadora
Maria Edileuza Fontenele Reis, chefe do Departamento
da Europa do Ministério das Relações
Exteriores.
Em abril deste ano, durante
visita ao Brasil do primeiro-ministro dinamarquês,
Anders Fogh Rasmussen, os dois países
assinaram memorando de entendimento sobre
cooperação na área de
mudança do clima para execução
de projetos conjuntos no âmbito do Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de
Quioto. O primeiro-ministro dinamarquês
também foi à Petrobras tratar
de cooperação na área
energética.
Ao lado de outros países
nórdicos como Suécia e Noruega,
a Dinamarca está na vanguarda de questões
ambientais – os três criaram selos verdes
ainda na década de 80. Hoje, participam
ativamente dos debates e negociações
internacionais sobre meio ambiente. Em 2009,
a Dinamarca sediará importante conferência
sobre mudanças climáticas –
será um momento-chave para a discussão
global pois em 2012 encerra-se o prazo para
revisão do Anexo 1 do Protocolo de
Quioto, que define as metas de cada país.
Nesse contexto, a experiência
brasileira em biocombustíveis ganha
especial relevância. Como na Suécia,
o tema será debatido em seminário
empresarial. O governo brasileiro também
apresentará a empresários dinamarqueses
o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e suas perspectivas de investimento.
Novos investimentos empresariais
no Brasil devem ser anunciados já durante
a visita do presidente Lula à Dinamarca.
O anúncio deve ser feito pela A. P.
Moller-Maersk, que atua na área de
navegação e exploração
de petróleo em parceria com a Petrobras,
informa a embaixadora Maria Edileuza em entrevista
exclusiva à Agência Brasil.
“Temos aqui também
a presença de outros empresários
dinamarqueses, sobretudo na área de
produtos lácteos, em alimentos, produtos
hospitalares, produção de enzimas,
máquinas de embalar, compressores,
tintas, sistemas de bombeamento, produtos
farmacêuticos. Eles têm uma presença
muito diversificada na economia brasileira
”, salienta. Também foi inaugurada
a nova unidade produtora de insulina da Novo
Nordisk, em Montes Claros (MG), que representou
investimentos de US$ 250 milhões. Pelo
lado brasileiro, a Metalfrio acaba de adquirir
o grupo dinamarquês Caravell, um dos
líderes na venda de freezers e refrigeradores
comerciais para os mercados europeu e russo.
“É o investimento pioneiro do Brasil
na Dinamarca”, sublinha a embaixadora.
As trocas comerciais entre
Brasil e Dinamarca totalizaram, em 2006, US$
487,49 milhões. As exportações
brasileira foram de US$ 220 milhões
– um terço desse total em resíduos
sólidos da extração de
óleo de soja. O Brasil importou US$
267,5 milhões da Dinamarca, com pauta
bastante pulverizada.
“A visita sempre contribui
para que a gente reative certas áreas,
busque novas áreas de investimento
e novas formas de ampliar o comércio”,
destacou a embaixadora.