05/09/2007 O workshop para
discutir a “Geração de Eletricidade
a partir de Biomassa”, realizado pela FIESP
– Federação das Indústrias
do Estado de São
Paulo, nesta quarta-feira (05/09), foi aberto
pelo governador José Serra e contou
com a participação da secretária
Dilma Pena, de Saneamento e Energia, e de
Xico Graziano, secretário estadual
do Meio Ambiente. Durante o evento foi assinado
o protocolo de colaboração entre
o governo e a Fiesp para agilizar as medidas
que permitam aumentar a produção
e oferta de energia no Estado de São
Paulo.
O seminário, que
teve como objetivo discutir com os agentes
do setor de bioenergia as propostas sobre
a cogeração de energia, que
deverão ser incluídas no Plano
de Ação do Governo, foi coordenado
pelo professor José Goldemberg. Antes
disso, o governador saudou os participantes
e destacou o papel da FIESP, que segundo ele
tem sido uma verdadeira parceira em prol do
desenvolvimento do Estado. Serra afirmou estar
disposto a dar todo o impulso necessário
para a geração de energia, lembrando
que as previsões menos pessimistas
indicam um déficit gradativo de fornecimento
até 2011.
Entre as ações
do Estado, o governador destacou a agilização
da atuação da Secretaria do
Meio Ambiente nas análises e licenciamento
dos empreendimentos necessários, além
dos avanços nos entendimentos com o
setor sucroalcooleiro, para permitir o aumento
da produção sem prejuízo
ao meio ambiente.
“A demanda por energia deve
crescer em torno de 2 milhões de megawatts/ano
e a expectativa é que as usinas hidrelétricas
planejadas para o rio Madeira produzam cerca
de 6 ou 7 milhões de megawatts, apenas
a partir de 2012, o que torna importante buscarmos
todas as alternativas para promover as condições
necessárias para o crescimento da economia.
A utilização de fontes renováveis
é uma alternativa que não pode
ser desprezada, assim como a descentralização
da produção e distribuição”,
afirmou o governador.
Nesse contexto, ele apontou a responsabilidade
de São Paulo em buscar alternativas
consideradas limpas, como é o caso
da produção a partir da biomassa
originária da cana-de-açúcar.
“O Brasil é o maior produtor mundial
do etanol e São Paulo responde por
60% da produção nacional, o
que permite estimar que o Estado tem potencial
para produzir o mesmo que se espera dos empreendimentos
que estão sendo implementados ao longo
do rio Madeira, no norte do País”,
conluiu Serra.
O potencial do estado foi
confirmado pela secretária de Saneamento
e Energia, indicando a produção
atual nas diversas usinas hidrelétricas
do Estado e a necessidade de integração
das pequenas usinas produtoras, através
da conexão à rede de distribuição,
que está sendo negociada com o governo
federal.
De acordo com Paulo
Skaf, presidente da FIESP, os empresários
estão dispostos a fazer os investimentos
necessários no setor, mas para isso
querem segurança no retorno dos investimentos,
que podem chegar a 5 ou 6 bilhões de
dólares. “Esse é o esforço
que devemos buscar, removendo as dificuldades
e estabelecendo regras claras. O Brasil precisa
crescer e, para crescer, precisa de energia”,
concluiu Skaf, lembrando que o país
passou os últimos 20 anos sem investimentos
em infra-estrutura, o que segundo ele inclui
a implantação de usinas elétricas,
estradas, portos e aeroportos.
Texto: Eli Serenza
Foto: Pedro Calado