1 de Setembro de 2007 -
Amanda Mota - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - O fortalecimento de organizações
comunitárias, a introdução
de novas tecnologias para uso de recursos
naturais da Amazônia, a qualificação
do trabalho e aumento da renda mensal das
populações tradicionais da região
são alguns dos
resultados obtidos a partir do Projeto Manejo
dos Recursos Naturais da Várzea (PróVárzea).
A avaliação é do diretor
de estatística pesqueira da Secretaria
Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap),
Mauro Rufino, que apresentou ontem (31) os
desdobramentos do projeto, no evento organizado
pela coordenação do PróVárzea.
Participaram do encontro
representantes da sociedade civil, apoiadores
do projeto e membros do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). "São muitos os resultados,
metodologias e experiências que o ProVárzea
gerou nesses últimos sete anos, mas
vemos que os principais foram os que influenciaram
a formulação de políticas
públicas a partir da construção
de um espaço de negociação
e discussão junto à sociedade
civil", disse Rufino.
"Apesar de ser um órgão
ambiental, o Ibama rompeu um paradigma ao
investir nas pessoas. São elas que
manejam os recursos e são elas que
podem degradar ou não o meio ambiente".
De acordo com o coordenador do PróVárzea,
Marcelo Raseira, o manejo e a comercialização
do camarão de água doce é
um dos destaques do projeto, pois proporcionou
a duplicação do tamanho médio
do camarão capturado, a diminuição
de custos da pescaria e o incremento da renda
familiar.
"Desde 2001, o projeto
colabora para a elaboração de
políticas públicas adequadas
à varzea e ao desenvolvendo sistemas
de manejo adequados aos recursos naturais".
Segundo a representante do Ministério
do Meio Ambiente, Onice Dall Oglio, os resultados
apresentados nesta sexta-feira receberão
apoio da pasta e servirão de base para
formulação de outras políticas
públicas que considerem as características
das populações tradicionais
da Amazônia.
"Os resultados vão
servir de base para o novo programa que o
ministério está construindo
para a região amazônica. Ainda
está em formatação, mas
vai fomentar duas linhas de trabalho: produção
sustentável e gestão ambiental
e ordenamento territorial".
Embora 2007 seja o último
ano previsto para o PróVárzea,
a coordenação do projeto está
em vias de aprovar a continuidade de algumas
atividades e ações por meio
de uma nova iniciatica: a criação
do Centro de Pesquisa e Gestão da Biodiversidade
Aquática e dos Recursos Pesqueiros
Continentais da Amzônia (Cepam).
"O Cepam vai internalizar
as ações do PróVárzea.
Estamos em discussão com a Universidade
Federal do Amazonas para concretizar uma parceria
para viabilizar essa idéia. A idéia
é que esse centro possa dar continuidade
e ampliar a escala dessas experiências
para outros estados da Amazônia".
De acordo com a direção
do PróVárzea, 25 subprojetos
receberam apoio direto e pelo menos 115 mil
pessoas foram atendidas em 39 municípios
do Amazonas e Pará.
+ Mais
Escola Aberta vai ser usada
para ensinar noções ambientais
aos alunos
7 de Setembro de 2007 -
Irene Lôbo - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O uso dos espaços
das escolas públicas para passar aos
alunos noções ambientais é
um dos temas em discussão no Seminário
Nacional Educação Ambiental
na Escola Aberta, que termina amanhã
(8) em Brasília. Participam do seminário
técnicos do Ministério da Educação
(MEC), secretários de Educação
dos estados e os jovens que vão ser
responsáveis por passar o conteúdo
ambiental aos alunos.
O programa Escola Aberta
prevê a abertura das instituições
de ensino nos fins de semana nas comunidades,
principalmente urbanas, onde há risco
e vulnerabilidade. Segundo a coordenadora
nacional do Escola Aberta, Natália
Duarte, o programa aproveita o espaço
público da escola para oferecer oficinas
de artesanato e outros meios de lazer organizados
pela própria comunidade. O programa
já existe em 1.975 escolas em todo
o país.
Segundo Natália,
um dos objetivos do seminário é
formalizar uma parceria entre o programa Escola
Aberta e a Coordenação de Educação
Ambiental do MEC, para implantar nas escolas
as comissões de Qualidade de Vida e
Meio Ambiente (Com-Vida). As comissões
vão atuar junto aos estudantes e à
comunidade de acordo com os preceitos defendidos
pela Agenda 21, que é um programa de
ações para viabilizar a adoção
do desenvolvimento sustentável e ambiental
racional nos municípios.
“A idéia é
que neste ano a gente já consiga assegurar
pelos menos 540 escolas com Com-Vidas e construir
o ingresso e o trabalho a ser realizado na
escola”, afirma. O Escola Aberta já
tem parceria com diversos programas do governo
federal, entre eles a Secretaria de Esporte
e Lazer na Cidade, do Ministério dos
Esportes; os programas Pontos de Cultura e
Escola Viva, do Ministério da Cultura,
e com os programas Escola que Protege e Conexão
de Saberes, do MEC.
Segundo a coordenadora,
os jovens que já participam de outros
programas devem identificar nas escolas escolhidas
para o programa de educação
ambiental quais são as “pedras no caminho”
para que os alunos alcancem a “árvore
dos sonhos”. Em outras palavras, quais são
as dificuldades para que os alunos estudem
na escola dos sonhos.
“Para quase todos os grupos
que a gente viu, a escola dos sonhos é
uma escola mais alegre. Então, quais
são as pedras no caminho para a escola
ser mais alegre? Postura do professor, agressividade
do aluno, e o que a gente pode fazer para
que a escola venha a ser mais alegre? Aí
se faz um planejamento de ações,
como fazer mais encontros, reuniões,
trabalhar na perspectiva do outro, e aí
se realizam ações na construção
dessa escola mais alegre”, explica Natália.
O programa de educação
ambiental dentro do Escola Aberta deverá
atingir todos os alunos da educação
básica das escolas públicas
do país. “É resgatar a escola
no seu papel social, no seu papel de integração
de uma comunidade, de uma instância
importante de diálogo e de participação,
de um espaço importante de encontros
entre as pessoas, porque a escola é
um dos últimos espaços públicos
coletivos de diálogo”.