27 de Setembro de 2007 -
Petterson Rodrigues - Repórter da Agência
Brasil - São Paulo - A ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje
(27) que o Brasil não
pretende manter o monopólio mundial
no programa de biocombustível. Ela
disse que o país quer realizar parcerias
para que outras nações desenvolvam
seus programas.
“Nós queremos ver
os bicombustíveis sendo produzidos
na África, na Ásia, no Caribe,
na América do Sul como um todo, onde
for possível”, afirmou.
Para Marina Silva, o Brasil
tem um papel importante no cenário
mundial e precisa dar sua contribuição.
“É assim [na produção
de biocombustíveis em outros países]
que nós vamos dar a contribuição
em relação ao período
que estamos vivendo em transição
para novas tecnologias”.
A ministra esteve na 62ª
Assembléia-Geral das Nações
Unidas, em Nova York, com a presença
mais de 75 chefes de Estados, para tratar
sobre mudanças climáticas, mitigação,
adaptação e o enfrentamento
das vulnerabilidades. Ela disse que a reunião
foi “muito proveitosa” e uma oportunidade
para o Brasil apresentar suas ações
de combate ao desmatamento e ao aquecimento
global.
“O Brasil está trabalhando
seu plano nacional de mudanças climáticas,
já estamos com o plano de combate ao
desmatamento sendo implementado desde 2004
com resultados muito importantes que precisam
ser cada vez mais aprofundados”, disse.
Segundo a ministra, o Brasil
vem reduzindo o desmatamento e a emissão
de dióxido de carbono (CO2), gás
considerado o maior responsável pelo
efeito estufa, fenômeno relacionado
ao aquecimento global.
“Conseguimos uma redução
de desmatamento de mais de 50% nos últimos
três anos, e com isso reduzimos 400
milhões de toneladas de dióxido
de carbono até agora. E se confirmarem
os dados, até o final do ano serão
mais 500 milhões de toneladas de CO2”.
Marina Silva defende que
os países mais ricos precisam ajudar,
além de cumprirem metas, em transferência
de tecnologias, recursos novos e adicionais,
como o apresentado na 12ª Conferência
das Partes da Convenção sobre
Mudança do Clima, em Nairobi, no Quênia,
em novembro do ano passado, em uma proposta
de incentivo positivo pela redução
das emissões em consequência
da diminuição do desmatamento.
“Apresentamos as nossas
preocupações em relação
a contribuição que precisa ser
dada cada vez maior pelos países desenvolvidos
no sentido de que assumam metas e cumpram
as metas”, afirmou. E defendeu que os países
em desenvolvimento como o Brasil também
precisam contribuir que são beneficiários.
“Não devem [os países em desenvolvimento]
passar uma mensagem em hipótese alguma
que não têm responsabilidades”.
Marina Silva participou
em São Paulo da 41ª Convenção
da Associação Brasileira de
Supermercados (Abras).
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Lula diz a Bush que Brasil
está disposto a fazer sua parte na
questão climática e na Rodada
Doha
24 de Setembro de 2007 -
Karla Wathier - Repórter da TV Nacional
- Nova York (EUA) - O Brasil está disposto
a fazer a sua parte, tanto na questão
climática quanto na questão
da Rodada Doha, da Organização
Mundial do Comércio (OMC). A afirmação
foi feita hoje (24) pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, durante encontro de uma hora
com o presidente dos Estados Unidos, George
W. Bush. O mesmo interesse foi demonstrado
pelo presidente norte-americano, segundo avaliação
de Lula.
Um dos entraves ao avanço
da Rodada é a redução
dos subsídios agrícolas por
parte dos Estados Unidos e a diminuição
das tarifas de importação no
setor industrial, por parte dos países
em desenvolvimento. Lula disse também
que chegar a um acordo sobre Doha é
uma forma de os países ricos ajudarem
os mais pobres.
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, que participou do
encontro, disse que não foi discutido
prazo: "Os dois presidentes não
discutiram isso, mas há um sentido
de urgência, de não se perder
a janela de oportunidade."
Celso Amorim afirmou ainda
que a disposição dos Estados
Unidos em flexibilizar na questão agrícola
dá um novo ânimo na retomada
das negociações.
Amanhã (25), o presidente
Lula abrirá pela manhã a 62ª
Assembléia Geral da Organização
das Nações Unidas.