Panorama
 
 
 

MARINA SILVA DEFENDE LUTA DOS POVOS DAS FLORESTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

19/09/2007 - Grace Perpetuo - "As utopias são apenas o começo", disse nesta quarta-feira (19), emocionada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao lembrar - no auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, durante o II Encontro Nacional dos Povos das Florestas - o esforço visionário de muitos dos presentes por suas respectivas causas, anos atrás, numa história de luta que se confunde com a própria trajetória da ministra. A participação de Marina Silva se deu durante a primeira conferência temática do evento, sob o tema Povos das Florestas e Mudanças Climáticas.

Ao celebrar a presença de "caiçaras, quebradeiras-de-coco, babaçueiros, seringueiros, castanheiros, copaibeiros e pescadores", a ministra afirmou que, 20 anos atrás, "as pessoas que estão aqui foram vanguarda em um movimento que não tinha o apoio que tem hoje". "E olha onde chegamos: 20 anos depois, o movimento volta aqui para discutir problemas globais; porque nossa contribuição, agora, não é apenas para nós mesmos: é para toda a Humanidade", disse Marina, arrancando aplausos ao reiterar que, "porque essa luta foi iniciada lá atrás, o termo usado hoje é duplamente plural; somos os povos das florestas: do Cerrado, da Mata Atlântica, da Caatinga, do Pantanal, dos Pampas".

Marina Silva chamou a atenção para o tema em pauta fazendo com que os presentes pensassem em algumas conseqüências da catástrofe - já em curso em todo o mundo - do aumento das temperaturas globais: a elevação dos níveis dos oceanos, a submersão de grandes territórios e o sofrimento da natureza e de diversos povos (sobretudo os mais pobres) em todos os continentes.

A ministra citou as muitas ações transversais do governo brasileiro no combate ao desmatamento - lembrando os índices mais recentes, que revelam uma redução de 25% em total de área desflorestada no período de agosto de 2005 a julho de 2006 - e no enfrentamento de suas responsabilidades para com a emissão de gases de efeito estufa.

"Mais que corrigir erros, porém, precisamos preveni-los", alertou a ministra. "Temos de mudar nossa forma de vida, porque a Terra não agüenta mais!" Além das iniciativas governamentais, no entanto, Marina reforçou a importância de - por meio de um "constrangimento ético" que leve à ação - trazer a consciência ambiental a todos os brasileiros, para que se dê continuidade às conquistas obtidas até o momento.

Participaram também da conferência temática Povos das Florestas e Mudanças Climáticas Adilson Vieira, do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA); Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental; Egberto Tabo, da Coordinadoria de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazonica (COICA); Julio Barbosa de Aquino, do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS); Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa e Meio Ambiente, Stephen Schwartzmann, do Environmental Defense; a jornalista Miriam Leitão; e o governador do Estado do Amazonas, Eduardo Braga.

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Lula anuncia programas para beneficiar povos das florestas

19/09/2007 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, na abertura do 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, uma série de programas que o Governo Federal vai desenvolver para beneficiar estas populações. Entre eles, a primeira Pesquisa Nacional do Contingente dos Povos, que terá objetivo identificar os segmentos destas populações para que esse conhecimento possa ajudar na implementação de políticas públicas voltadas para estes setores. O presidente anunciou ainda a criação, até 2010, de novas reservas extrativistas e de outras unidades de conservação.

Em seu discurso, o presidente da República disse que uma das maiores lições que o Brasil está aprendendo é que é preciso unir a preservação da natureza com o desenvolvimento econômico. Em um recado às nações ricas, que hoje cobram dos países em desenvolvimento uma postura em relação ao meio ambiente, o presidente disse: " Não aceitaremos que mais uma vez seja jogada sobre os pobres a responsabilidade de pagar por algo que não fomos nós que cometemos", disse.

Depois de fazer uma homenagem a Chico Mendes, lembrando sua história de luta pela preservação da floresta e pela dignidade dos povos que nela habitam, Lula reafirmou que o Brasil já reduziu em 50% o desmatamento na Amazônia, e que não vai aceitar que os países ricos determinem ao Brasil como cuidar da Floresta Amazônica. "O mundo tem que entender que a Amazônia tem dono e que ela pertence ao Brasil", disse.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também homenageou Chico Mendes, dizendo que nestes vinte anos de sua ausência muitas conquistas foram efetivadas e que o movimento iniciado pelo ambientalista resultou, por exemplo, na retiradas dos povos das florestas da invisibilidade. "Nestes 20 anos, foram muitas as conquistas que beneficiaram diretamente aos povos das florestas, com o estabelecimento de políticas públicas, que são conquistas de todo um País.", explicou a ministra. Segundo ela, no entanto, ainda falta muito, como, por exemplo, a necessária demarcação das terras originalmente pertencente aos índios.

A ministra lembrou também que nos quatro anos e oito meses à frente do Ministério do Meio Ambiente, o Governo ousou fazer políticas públicas estruturantes. "Saímos da fase das políticas isoladas para a das políticas transversais". De acordo com a ministra, essas políticas transversais têm que se aprofundar para que o trabalho ora desenvolvido seja mais eficiente e eficaz. "É em nome deste esforço que estamos aqui, para reconhecer o trabalho do governo com a sociedade e da sociedade com o governo, que vem implementando políticas públicas com controle e participação social", disse.

Para demonstrar a valorização que a questão ambiental vem obtendo na definição das políticas de governo, Marina Silva lembrou ainda que nos últimos quatro anos, nada se discutiu no Brasil sem que aparecesse o meio ambiente. "Vamos usar esse encontro como um mecanismo para ouvir e compreender. Quando as coisas são legítimas, corretas, não há quem as possa conter", disse.

A abertura do 2º Encontro dos Povos das Florestas foi realizada ontem (18) no Teatro Nacional Cláudio Santoro. A saudação inicial foi feita pelo presidente da Coordenação das Nações Indígenas Brasileiras (Coiab), Sateré Awê, que lembrou a história de luta de Chico Mendes e a realização do 1º Encontro há 20 anos. O evento foi encerrado com um show de Milton Nascimento, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional.
Agência Brasil

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MMA marca presença no II Encontro dos Povos das Florestas

20/09/2007 - Daniela Mendes e Grace Perpetuo - Proposta de política de serviços ambientais, feiras de produtos sustentáveis, biodiversidade, diálogo com o público jovem, entre outros, foram temas expostos por representantes do Ministério do Meio Ambiente em diversas mesas-redondas do II Encontro dos Povos das Florestas, que ocorre em Brasília até este domingo (23). No encontro, os secretários de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Egon Krakhecke; de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito; e de Articulação Institucional e Cidadania, Hamilton Pereira, falaram sobre as políticas e ações articuladas pelo MMA para essas populações.

Segundo Egon Krakhecke, o governo federal discute a possibilidade de criação de uma política, de um plano e de um fundo nacional de serviços ambientais. As discussões estão sendo feitas e entre os ministérios do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente para que se construa um plano consistente de remuneração pelos serviços ambientais prestados pelos povos das florestas. "O pagamento por serviços ambientais vai ser, por excelência, o mecanismo para a inclusão dos pequenos produtores". O secretário falou ainda sobre a possibilidade de criação, pelo governo federal, de uma bolsa-verde nos moldes do Bolsa-Família, para atender às populações menos favorecidas com uma remuneração socioambiental.

A secretária Maria Cecília Wey de Brito também abordou o tema serviços ambientais durante a mesa-redonda, destacando que hoje 50% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro depende do uso direto dos bens da biodiversidade. "O desafio é tratar a biodiversidade como tema central. Equilibrar as diferenças na apropriação dos benefícios e custos do uso e da conservação dessa biodiversidade", defendeu a secretária, afirmando que a sustentabilidade econômica só é possível com a conquista da sustentabilidade socioambiental.

"A floresta não é nossa inimiga - é nossa mãe e pode abrigar muitos projetos", disse Hamilton Pereira a um grupo de jovens atentos. Em uma roda de diálogo realizada no espaço montado pelo evento no Zoológico de Brasília, o secretário falou sobre desenvolvimento sustentável, como parte do tema maior Redução da Pobreza e Conservação da Biodiversidade. Ela ressaltou que o governo federal vem inovando ao "abrir espaço para o debate" e ao "envolver a população na solução de problemas" sociais e ambientais. "Eu queria chamar a atenção de vocês para este aspecto muito importante da política do MMA.

Hamilton contou também algo da história deste II Encontro dos Povos das Florestas, lembrando que sua primeira edição foi realizada há 20 anos, em Xapuri (AC), e foi presidida pelo líder Chico Mendes, tornando-se um marco do movimento socioambiental brasileiro - reiterando que as grandes conferências "não podem ser tratadas como eventos, mas como processos".

No espaço do evento, o MMA promove a feira de produtos sustentáveis com o objetivo de divulgar trabalhos das mais diversas comunidades brasileiras e mostrar que é possível a convivência com a natureza de forma sustentável. Angico, babaçu, cacau, palha de coqueiro, sementes de açaí. Esses são alguns dos produtos gerados pela natureza que nas mãos dos povos e comunidades tradicionais do Brasil se transformam em fonte de renda e em registro cultural. A feira fica até esta sexta-feira (21)

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Capobianco participa de conferência sobre desenvolvimento sustentável

21/09/2007 - Daniela Mendes - Em conferência sobre desenvolvimento sustentável no II Encontro Nacional dos Povos das Florestas, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, ressaltou os avanços das políticas públicas em relação aos povos das florestas e comunidades tradicionais, desde a realização do primeiro encontro há 20 anos.

No entanto, Capobianco reconheceu que ainda é preciso fazer muito mais para que haja uma mudança no modelo atual de desenvolvimento dessas regiões e dessas populações. "Para que nós façamos a mudança de modelo temos que conquistar muito mais e esse encontro tem a oportunidade de identificar quais são as ações que vão nos tirar da resistência e nos colocar na ofensiva para liderarmos, de fato, processos que possam ter a sustentabilidade na sua formulação inicial e não apenas na sua adequação", defendeu.
Entre os avanços listados por Capobianco nos últimos anos estão a demarcação de 22% do território da Amazônia como terra indígena e a criação de quase 20% de unidades de conservação federais e estaduais. "Estamos longe de onde deveríamos estar, mas essa distância não pode sombrear as nossas conquistas", disse Capobianco.

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Jovens indígenas visitam MMA para conhecer modelo de gestão ambiental

25/09/2007 - Jovens lideranças de comunidades indígenas estiveram no Ministério do Meio Ambiente (MMA) nesta terça-feira (25) para conhecer de perto a estrutura do ministério e acompanhar como é feita a gestão ambiental pelo Governo Federal. Eles foram recebidos pelo ministro interino, João Paulo Capobianco, e pelo diretor de extrativismo Jorg Zimmermann.

A visita ao ministério faz parte das atividades do curso de gestão de projetos indígenas promovido pelo Centro Amazônico de Formação Índígena (CAFI), em Manaus (AM). O CAFI é uma iniciativa piloto liderada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) - uma das maiores coalizões indígenas de toda a Bacia Amazônica - visando a promoção da conservação e o desenvolvimento sustentável em áreas indígenas da Amazônia.

A missão desse centro é fortalecer organizações indígenas locais por meio da formação de técnicos das próprias comunidades, que irão trabalhar com o manejo de seus territórios.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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