Pesquisadores e especialistas
brasileiros e de outros países integrantes
do Consórcio Iniciativa Amazônica
(Bolívia, Colômbia, Equador,
Peru, Suriname e Venezuela) estarão
em Rio Branco (AC), no período de 26
a 29 de setembro, para discutir estratégias
de manejo e conservação do solo,
durante o Workshop Pan-amazônico sobre
Biodiversidade do Solo na Amazônia.
O evento é uma realização
da Universidade Federal de Lavras (UFLA),
em parceria com a Embrapa Acre, Consórcio
Iniciativa Amazônica, Centro Interamericano
de Agricultura tropical (CIAT), Universidade
Federal do Acre (UFAC) e Universidade Nacional
Agrária de La Molina (Peru) e acontece
no auditório da Adufac, no Campus Universitário,
das 8 às 18 horas.
Entre os objetivos estão
a formação de uma rede temática
relacionada à biodiversidade do solo,
definição de bases, critérios
e diretrizes para a atuação
dos parceiros e elaboração de
uma proposta de pesquisa e desenvolvimento
a ser submetida aos representantes dos países
envolvidos.
De acordo com o pesquisador
Paulo Wadt, um dos coordenadores do evento,
a implantação da rede vai fortalecer
as parcerias e potencializar a sistematização
e disseminação de conhecimentos,
além de promover a troca de experiências
entre os diversos países.
Para o pesquisador Luiz
Cláudio de Oliveira, chefe de Pesquisa
e Desenvolvimento da Embrapa Acre, o Workshop
é a materialização das
propostas de articulação das
pesquisas em busca de alternativas para o
uso sustentável da terra e manutenção
dos ecossistemas nas regiões amazônicas.
“A biodiversidade do solo é um indicador
importante de sustentabilidade e de resistência
às mudanças provocadas pelo
homem”, afirma.
BiosBrasil
A rede temática de
biodiversidade do solo será articulada
com as ações do projeto Conservação,
Manejo e Sustentabilidade da Biodiversidade
do Solo (CSM-BGBD), coordenado pelo Instituto
de Biologia e Fertilidade de Solos do CIAT,
entidade com sede na Colômbia.
Criado em 1995, pela Organização
Ambiental das Nações Unidas,
o CSM-BGDB vem sendo desenvolvido no Brasil,
México, Uganda, Quênia, Costa
do Marfim, Índia e Indonésia,
com o objetivo de aumentar a consciência
e conhecimento sobre a biodiversidade do solo
como fator importante para a produtividade
agrícola em paisagens tropicais, por
meio da demonstração de métodos
para conservação e manejo sustentado.
No Brasil é coordenado pela Universidade
Federal de Lavras e recebe o nome de BiosBrasil.
Segundo a coordenadora Fátima
Moreira, o BiosBrasil estuda os diversos grupos
funcionais de organismos vivos do solo e da
sua superfície, que desempenham papel
fundamental para manter a fertilidade da terra
(minhocas cupins, ácaros, fungos e
bactérias dentre outros).
O projeto explora a hipótese
de que com o manejo apropriado destes recursos
é possível garantir a conservação
da biodiversidade, refletindo em benefícios
para a produção agrícola
sustentável. Desde 2004, pesquisadores
e técnicos vêm estudando os solos
do município de Benjamin Constant e
em comunidades indígenas situadas em
áreas do Alto Solimões, no Amazonas.
Iniciativa Amazônica
Criado em 2004 por instituições
de pesquisa e centros consultivos de sete
países, o Consórcio Iniciativa
Amazônica para a Conservação
e Uso Racional de Recursos Naturais (IA) tem
o objetivo de prevenir, reduzir e reverter
a degradação ambiental, por
meio do uso de tecnologias sustentáveis
e apoio de políticas públicas
na Amazônia. Coordenado pela Embrapa
Amazônia Oriental (Belém/PA),
o Consórcio conta com a participação
de diversos centros da Embrapa e de outras
instituições dos países
amazônicos na realização
de pesquisas para reabilitação
de áreas degradadas, controle biológico
de pragas e doenças, estudos em biossegurança
ambiental, biodegradação de
agrotóxicos, técnicas de uso
de resíduos urbano-industriais na agricultura,
boas práticas de manejo para aqüicultura
e ações de educação
agroambiental.
Além dos investimentos
em pesquisa e transferência de tecnologia,
o Iniciativa Amazônica investe na capacitação
de recursos humanos, por meio do Programa
de Intercâmbio e Colaboração
Amazônica entre Universidades e Centros
de Pesquisa Agrícola, Florestal e Agro-florestal.
O Consórcio oferece bolsas de estudo,
possibilitando a troca de informações
e experiências entre instituições
de contextos e países diferentes.
A procura por Unidades da
Embrapa por bolsistas do Programa vem crescendo.
Nos últimos dois anos a Embrapa Acre
já recebeu estudantes do Peru, Bolívia,
Equador e Colômbia, apoiando o desenvolvimento
de pesquisas em diversas áreas. “A
intenção é formar e qualificar
um conjunto de profissionais para atuar no
desenvolvimento sustentável da região
amazônica”, diz a pesquisadora Patrícia
Drumond, responsável pelas ações
da Unidade no âmbito do Consórcio.
A Embrapa Acre é
uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Paulo Wadt