23 de Setembro de 2007 -
Juliana Andrade e Leandro Martins - Da Radiobrás
- Brasília - Cerca de cinco mil pessoas
participaram do 2º Encontro dos Povos
das Florestas, encerrado hoje (23) em Brasília,
com o plantio de mudas de árvores do
cerrado no Jardim Zoológico. Por causa
do período da seca, apenas
15 mudas foram plantadas, mas a previsão
dos organizadores é plantar mais 200
árvores após a chegada das chuvas
na capital federal.
A atividade foi acompanhada
por representantes de etnias indígenas
que participaram do evento, como Sabá
Haji Manchineré, cujo povo habita a
região de fronteira entre o Acre e
o Peru. Sabá elogiou a inicativa e
disse que espera voltar ao local daqui a dez
anos para ver como ficaram as árvores
plantadas hoje.
Além de representantes
de 80 etnias indígenas, o encontro
reuniu ribeirinhos, pescadores, quebradeiras
de coco e representantes do governo federal
e estaduais, da iniciativa privada e de movimentos
sociais ligados aos biomas da Amazônia,
do Cerrado, da Mata Atlântica, da Caatinga,
do Pantanal e do Pampa.
O encontro marcou a retomada
da Aliança dos Povos da Floresta, formada
pela Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia Brasileira
(Coiab), pelo Conselho Nacional dos Seringueiros
(CNS), e pelo Grupo de Trabalho Amazônico
(GTA).
Desde a última terça-feira
(18), os participantes discutiram questões
como aquecimento global, conhecimento tradicional,
comércio justo, biodiversidade, redução
da pobreza e o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC). Na sexta-feira (21),
divulgaram a Declaração dos
Povos da Floresta, em que reafirmam o papel
estratégico que desempenham na proteção
das florestas, dos recursos naturais e da
biodiversidade.
No documento, os representantes
dos povos da floresta pedem um encontro com
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para eles, “o modelo de desenvolvimento e
civilizatório em curso no nosso país,
caracterizado por grandes obras de infra-estrutura”,
ainda é “predatório e ameaçador
ao nosso patrimônio natural e cultural”.
Por isso, pedem a definição
de metas e estratégias em busca de
soluções para as questões
climáticas, por exemplo. Na declaração,
também defendem a necessidade de um
modelo alternativo de desenvolvimento “ambientalmente
sustentável e socialmente”.
Uma das reivindicações
é que os povos indígenas e comunidades
tradicionais sejam “remunerados dignamente
pelos serviços ambientais prestados
ao Brasil e ao mundo por nossas regiões
preservadas diante um cenário de mudanças
climáticas”.
Outro ponto defendido pelos
participantes é a que a educação
ambiental passe a ser oferecida no ensino
formal, médio e superior.
+ Mais
Lula abre Encontro Nacional
dos Povos das Florestas
18 de Setembro de 2007 -
Agência Brasil - Brasília - O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
participa hoje (18) de reunião de coordenação
política com assessores, às
14h45, no Palácio do Planalto. Os ministros
Guido Mantega, da Fazenda, e Walfrido dos
Mares Guia, das Relações Institucionais,
estarão presentes. Em pauta, entre
outros assuntos, a prorrogação
da Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira
(CPMF) e da Desvinculação dos
Recursos da União (DRU).
Antes (14h30), Lula recebe
o advogado-geral da União, José
Antônio Dias Toffoli. No fim da tarde,
têm encontros com os ministros Geddel
Vieira Lima (17 horas), da Integração
Nacional, e Guido Mantega (18 horas).
O último compromisso
do dia será às 19h30, quando
abre o 2º Encontro Nacional dos Povos
das Florestas. A cerimônia ocorre no
Teatro Nacional Cláudio Santoro.
Coordenado pela Aliança
dos Povos da Floresta, o encontro segue até
sexta-feira (21). Nesse período, serão
discutidos temas como o uso sustentável
das florestas brasileiras, mudanças
climáticas, redução da
pobreza e melhores condições
de moradia e qualidade de vida para os povos
tradicionais que vivem na Amazônia e
nos biomas Mata Atlântica, Pantanal,
Cerrado, Pampa e Caatinga.
+ Mais
Encontro dos Povos das Florestas
discute hoje desenvolvimento sustentável
21 de Setembro de 2007 -
Agência Brasil - Brasília - Desenvolvimento
sustentável é o tema dos debates
de hoje (21) do 2º Encontro Nacional
dos Povos das Florestas, que vai até
domingo (23) no Centro de Convenções
Ulysses Guimarães em Brasília.
Os participantes fazem também
passeata para pedir a implementação
de reservas agroextrativistas no Brasil. Eles
saem do Centro de Convenções,
às 10 horas, em direção
à Esplanada dos Ministérios.
Em frente à Casa Civil, fazem ato público
e tentam entregar uma carta com as reivindicações
do encontro à ministra Dilma Roussef.
Às 15 horas, a Secretaria
Nacional de Juventude, promove, no Centro
de Convenções Ulysses Guimarães,
a Conferência Livre de Juventude no
âmbito do Encontro dos Povos da Floresta.
Será discutida a situação
dos jovens que vivem na Amazônia, Caatinga,
Mata Atlântica, Cerrado, Pampa e Pantanal.
Ao final dos debates, os
participantes identificarão até
sete desafios e apresentarão até
21 propostas de solução como
contribuição à etapa
nacional da 1ª Conferência Nacional
de Juventude, a ser realizada em abril de
2008.
+ Mais
Povos das florestas se reúnem
em Brasília durante toda a semana
18 de Setembro de 2007 -
Erich Decat - Da Agência Brasil - Brasília
- Com o objetivo de debater as atuais questões
ambientais, econômicas e sociais vividas
pelas comunidades tradicionais e indígenas
começa hoje (18) em Brasília
o 2º Encontro Nacional dos Povos das
Florestas.
Durante o encontro, que
ocorre até domingo (23), temas como
o conhecimento tradicional, comércio
justo, biodiversidade e redução
da pobreza, entre outros, serão discutidos
por representantes indígenas, seringueiros,
ribeirinhos, pequenos pescadores, quebradeiras
de coco e de movimentos sociais ligados aos
biomas nacionais como a Amazônia, o
Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga,
o Pantanal e o Pampa.
Para o articulador dos direitos
indígenas, Marcos Terena, de Mato Grosso
do Sul, um dos maiores desafio do encontro
é o debate sobre o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) e o pensamento dos povos
das florestas sobre o significado de desenvolvimento
com sustentabilidade ambiental e econômica.
“Certamente nós vamos brigar, se for
o caso, se por exemplo o PAC não fornecer
um mecanismo para assegurar a participação
dos povos tradicionais nesse avanço
econômico”, disse. O desenvolvimento
que a gente quer, acrescentou, não
é só o financeiro, mas o ambiental
e principalmente o social.
Terena participou do primeiro
encontro realizado em 1987, um ano antes do
assassinato do seringueiro e ativista ambiental
Chico Mendes. O ativista foi um dos idealizadores
da união dos povos da floresta. Entre
suas propostas, Chico Mendes defendia a criação
de reservas extrativistas com o objetivo de
aliar os interesses do indígenas com
os dos seringueiros.
Há 20 anos, o tema
principal do encontro foi o debate sobre o
direito indígena às terras.
Segundo Terena, desde então ocorreram
algumas conquistas nessa área. “Passou-se
a ter uma consciência clara de que sem
terras era impossível sobreviver ou
viver com qualidade”, afirmou.
Para o indígena,
também houve “maior conscientização
de que o meio ambiente não é
restrito apenas à Amazônia brasileira.
Os demais ecossistemas só sobreviveram
porque os povos indígenas, do ponto
de vista cultural e espiritual, preservaram
esses ambientes para as gerações
futuras”, acrescentou.
De acordo com coordenador-geral
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo
Sateré-Mawé, no último
dia do encontro um documento oficial será
encaminhado ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, com as reivindicações
dos povos da floresta. “Queremos que esse
documento sirva como uma referencia central
para as políticas públicas destinados
aos povos da floresta”, disse. Segundo ele,
além das recomendações
às autoridades, também será
traçada uma agenda para a publicação
do que foi decidido durante o evento.
Os debates começam
amanhã (19), às 9 horas, no
Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, e prosseguem até
sexta-feira (21). No sábado (22) e
domingo (23), as atividades serão realizadas
no Jardim Zoológico de Brasília.
+ Mais
Declaração
dos Povos Indígenas, aprovada pela
ONU, prevê direito a terra e participação
13 de Setembro de 2007 -
Isabela Vieira - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Assembléia
Geral das Nações Unidas (ONU)
aprovou hoje (13) a Declaração
dos Povos Indígenas. Ela recomenda
medidas que assegurem o direito de participação
política dos índios, acesso
à terra e aos recursos tradicionais
e preservações do territórios.
O texto foi aprovado com
votos contrários de Estados Unidos,
Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Outros 143 países votaram a favor e
11 se abstiveram. O documento não é
um marco legal obrigatório, e os países
podem decidir se cumprem as recomendações.
A declaração
também condena a discriminação
contra os indígenas e propõe
a adoção de medidas assegurando
a participação dos índios
na formulação de políticas
voltada para essa população.
Além disso, reconhece o direito dessas
etnias de decidir sobre seu desenvolvimento
econômico, social e político.
Ao todo, vivem em cerca de 70 países
370 milhões de indígenas, segundo
a ONU.
O secretário-geral
das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
disse que o documento é “uma forma
de os países membros da ONU e os povos
indígenas se reconciliarem com passado
doloroso e seguir em frente para avançarem
na garantia dos direitos humanos, justiça
e desenvolvimento para todos”.
Em nota lida pela porta-voz
do secretário durante a cerimônia
de aprovação da Declaração,
Ki-moon também chamou a sociedade civil
a pressionar pela inclusão dos índios
nas políticas públicas.
Em 2006, a Declaração
dos Povos Indígenas foi adotada pelo
Conselho de Direitos Humanos da ONU. No entanto,
três países africanos – Botsuana,
Namíbia e Nigéria – questionou
os princípios de auto-determinação,
relacionados à territorialidade. O
argumento era de que isso poderia enfraquecer
a integridade ou a unidade política
de nações.
+ Mais
Jovens das florestas discutem
inclusão social e preservação
da natureza
20 de Setembro de 2007 -
Verônica Soares - Da Rádio Nacional
da Amazônia - Brasília - Os participantes
da Aldeia Acampamento das Juventudes, evento
paralelo ao 2º Encontro Nacional dos
Povos das Florestas, lembraram hoje (20) os
desafios da preservação da natureza
e da promoção da inclusão
social, durante reunião com o secretário
de Articulação Institucional
e Cidadania Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Hamilton Pereira, e com
o assessor da Secretaria Nacional das Comunidades
Tradicionais, Jorge Carneiro.
Segundo os jovens, como
Erico Baniwa, indígena que estuda Direito,
o mais importante é valorizar as riquezas
naturais respeitando as diferenças.
Ele destacou a participação
da juventude na busca do desenvolvimento das
comunidades tradicionais.
"O desenvolvimento
sustentável é o que nós
buscamos hoje junto aos governantes, para
com o apoio deles levar a sustentabilidade
à população das regiões
mais distantes. A questão da igualdade
racial é uma conseqüência
dessa dignidade que nós buscamos na
sustentabilidade", disse.
Mais tarde, os jovens participaram
de uma roda de debates com Roosevelt Tomé,
coordenador de Inclusão Digital do
Ministério da Ciência e Tecnologia.
Ele lembrou a importância da inclusão
digital para as comunidade tradicionais em
uma "oportunida ímpar, porque
traz essas comunidades para a discussão
de um tema importante".
O 2º Encontro Nacional dos Povos das
Florestas termina no domingo (23).