Brasília (25/09/07)
– As ações
do Centro de Conservação e Manejo
de Répteis e Anfíbios (RAN),
do Instituto Chico Mendes, já resultaram
na devolução de quatro milhões
de filhotes de tartaruga-da-amazônia
somente em Goiás. Esse resultado é
fruto da execução de um importante
projeto do RAN: o Quelônios da Amazônia
(PQA).
Em Goiás o projeto
abrange o Médio Araguaia, que vai do
Distrito de Luiz Alves até a foz do
rio Cristalino, no Mato Grosso. Na área
se encontra a Área de Proteção
Ambiental (APA) Meandros do Rio Araguaia.
Como o local tem grande fluxo de turismo,
com níveis elevado de pressão
antrópica, as atividades foram ampliadas,
em 1994, para atuação no rio
Crixás-açu, no município
de Mundo Novo-GO.
Nestas duas áreas,
monitoradas pelo RAN, o projeto contempla
11 sítios de postura de quelônios,
com 160 km de praias nos dois municípios.
Nesses 21 anos de atuação, a
devolução desses quatro milhões
de filhotes de tartaruga-da-amazônia
contribuiu para o repovoamento e recuperação
dos estoques naturais desta espécie.
Desde então, o RAN
tem se consolidado como um dos mais importantes
centros a implementar iniciativas ecológicas
e de cunho social no país, propiciando
não só a sobrevivência
das várias espécies de tartarugas,
como também preservando a cultura das
populações locais envolvidas,
oferecendo uma alternativa econômica
para a região, através da criação
para fins comerciais.
Na década de 70,
os quelônios, em especial as espécies
Podocnemis expansa (tartaruga-da-amazônia)
e Podocnemis unifilis (tracajá), estavam
indicados para compor a lista de animais em
processo de extinção. Graças
à intervenção do Governo
Federal, com a criação do Projeto
Quelônios da Amazônia, garantiu-se
a proteção e manejo reprodutivo
dos quelônios e a conseqüente redução
de sua predação.
O Projeto Quelônios
da Amazônia atua nas áreas de
ocorrência natural das tartarugas no
Acre, Amapá, Amazonas, Goiás,
Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins, coordenando 16 bases
avançadas e mantendo sob proteção
115 áreas de reprodução
distribuídas nos rios Amazonas, Tapajós,
Trombetas, Purus, Xingu, Juruá, Branco,
Araguaia, Javaés e Rio das Mortes,
entre outros.
Ascom – Instituto Chico Mendes