Atividades do Dia Mundial
sem Carro atraem poucos na zona Sul do Rio
22 de Setembro de 2007 -
Cristiane Ribeiro - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - As atividades pelo
Dia Mundial sem Carro restringiram-se, hoje
(22), à zona Sul da cidade e atraíram
pouco mais de 150 pessoas. A programação
começou às 10 horas, com um
passeio ciclístico pela orla, do Leblon
a Copacabana.
Na largada estavam apenas
praticantes do esporte, mas no decorrer do
percurso, famílias acabaram se juntando
ao grupo para mostrar que a bicicleta é
um meio de transporte que não polui
o ar e ainda ajuda a manter a forma física.
O Metrô e a concessionária
de trens Supervia disponibilizaram vagões
para os usuários levarem bicicletas.
Mas apenas um passageiro usou o vagão
especial de trem. O Metrô ainda não
tem as informações sobre quantos
aproveitaram seu vagão especial.
Durante o passeio ciclístico,
o trânsito foi orientado por agentes
da Guarda Municipal e depois, em Copacabana,
atividades esportivas e culturais marcaram
o Dia Mundial sem Carro.
Responsável pela
organização do evento, o presidente
da Associação Transporte Ativo,
José Lobo, disse que o número
reduzido de participantes não prejudicou
o objetivo de "sensibilizar as pessoas
a usarem outro meio de transporte para percursos
pequenos, como levar os filhos à escola
ou ir à padaria".
Ele lembrou que a bicicleta
é o melhor desses meios alternativos,
"porque não polui e deixa o trânsito
fluir mais livre”. Lobo reconheceu, no entanto,
que a substituição do carro
pela bicicleta nos grandes centros urbanos
ainda vai demorar, pois, segundo ele, é
uma questão de educação.
“Acredito que, aos poucos,
eventos como esse vão sensibilizando
as pessoas a andarem mais a pé ou de
bicicleta. E a campanha também serve
para os motoristas aprenderem a respeitar
o ciclista”, destacou.
Fernando Almeida, de 32
anos, participou do passeio e contou que mora
no Leblon e trabalha no Flamengo, ambos bairros
da zona Sul da cidade. “A bicicleta é
um meio de transporte seguro e saudável.
Ando de bicicleta todos os finais de semana
e sempre que posso vou para o trabalho pedalando”,
disse.
O Rio de Janeiro tem 140
quilômetros de ciclovia, a maior malha
do país e a segunda da América
Latina, perdendo apenas para Bogotá,
na Colômbia. De acordo com a assessoria
de imprensa da Secretaria de Meio Ambiente
do município, a maior extensão
de ciclovias está na zona Sul, seguida
pela Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes,
na zona Oeste, e depois pelos bairros da zona
Norte.
+ Mais
Dia Mundial sem Carro mobiliza
moradores de cerca de 1.800 cidades
22 de Setembro de 2007 -
Marcos Chagas - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Dia Mundial sem
Carro mobiliza neste ano cerca de 1.800 cidades
em todo o mundo, segundo a organização
não-governamental Instituto da Mobilidade
Sustentável Rua Viva, que coordena,
no Brasil, a 7ª jornada Na cidade sem
meu carro, promovida pelo Ministério
das Cidades.
O Brasil está engajado
desde 2001 na campanha, iniciada um ano antes
a partir da preocupação de países
europeus com o comprometimento da qualidade
de vida e os problemas ambientais gerados
pelo crescimento da utilização
de automóveis. Já em 1998, os
franceses começaram a realizar campanhas
que mobilizaram 35 cidades no país.
Neste ano, cerca de 60 cidades
brasileiras estão engajadas ao movimento,
mas o trabalho de conscientização
da população para reduzir o
uso de automóveis começou há
sete anos em Porto Alegre (RS), Caxias do
Sul (RS), Pelotas (RS), Piracicaba (SP), Vitória
(ES), Belém (PA), Cuiabá (MT),
Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Joinville
(SC) e São Luís (MA).
Rio de Janeiro e São
Paulo participam pela primeira vez da jornada
neste ano. E para comemorar o dia sem carro
as prefeituras promoveram passeios ciclísticos,
caminhadas, eventos culturais e esportivos,
painéis sobre transporte e trânsito,
espetáculos teatrais, entre outros.
+ Mais
Na sede do debate mundial
sobre o clima, bicicletas e riquixás
disputam espaço com carros
22 de Setembro de 2007 -
Juliana Cézar Nunes - Enviada especial
- Nova York (EUA) - A cidade dos arranha-céus
será também nos próximos
dias o centro do debate político mundial
sobre mudanças climáticas. A
Organização das Nações
Unidas promove na segunda-feira (24) um encontro
de "alto nível" sobre o assunto,
que ganhará ainda mais destaque na
abertura da 62ª Assembléia Geral
da ONU, na terça-feira.
Enquanto os líderes
políticos mundiais tentam chegar a
consensos sobre, por exemplo, como reduzir
a emissão de gases causadores do efeito
estufa, nas ruas de Nova York, bicicletas
dividem cada vez mais espaço com uma
das maiores frotas de carro do mundo.
A prefeitura da cidade passou
a estimular os taxistas a usar veículos
com dispositivos elétricos e promete
reforçar o pedágio no trânsito
para estimular os motoristas a usar ônibus
ou metrô. Para o Dia Mundial sem Carro,
comemorado hoje (22), organizações
civis nova-iorquinas como a Time´s Up
não chegaram a promover um ato específico.
Mas estimularam os moradores da cidade a fazer
no sábado o que cada dia mais se torna
rotina.
A funcionária pública
Margo Bettencourt, 25 anos, está entre
os que sonham em transformar Nova York em
uma cidade "verde" e ecologicamente
correta. Ela usa a bicicleta diariamente do
trajeto de casa para o trabalho, em uma região
conhecida com City Hall. São cerca
de 30 minutos de pedaladas por ciclovias e
ruas.
"Todo esse debate sobre
aquecimento global tem estimulado outras pessoas
a fazer o mesmo. Apesar de vivermos em um
país muito individualista, depois desses
relatórios científicos, do Katrina
[furacão que devastou Nova Orleans,
no sul dos EUA, há dois anos], sinto
que a consciência sobre a questão
ambiental está aumentado", avalia
Margo.
"O que falta agora
é fazer a relação entre
o problema e a política. Pouca gente
se interessa por esses debates na ONU. As
pessoas ainda não percebem que precisamos
de decisões políticas para garantir
nosso futuro nesse planeta", completa.
A "moda da bicicleta"
em Nova York já se tornou até
mesmo um bom negócio e fez surgir nos
últimos cinco anos uma nova categoria
de táxi: o bike táxi, espécie
de charrete acoplada à bicicleta.
O mexicano Carlos Rickshaw
tem entre seus clientes taxistas e executivos
que desejam voltar para casa mais rápido.
Há 14 anos em Nova York, ele acredita
que os moradores da cidades estão cada
vez mais preocupados com a preservação
do meio ambiente e com um estilo de vida mais
saudável. "Para nós, é
uma boa opção de trabalho. E,
para os clientes, uma forma de transporte
que ao mesmo tempo pode ser um passeio muito
agradável."
+ Mais
México e Brasil têm
desafios semelhantes diante do aquecimento
global, avalia secretária
22 de Setembro de 2007 -
Luana Lourenço - Repórter da
Agência Brasil - Rio de Janeiro - Brasil
e México têm desafios em comum
no enfrentamento das mudanças climáticas
e na atuação nos debates internacionais
sobre o tema, no âmbito das Nações
Unidas. A avaliação é
da secretária de Meio Ambiente do estado
mexicano de Jalisco, Marha Del Toro.
Apesar de as semelhanças
entre as duas nações – o grau
de desenvolvimento, principalmente – demandarem
iniciativas comuns, ela destacou diferenças
quanto à execução dessas
medidas. “O Brasil já avançou
mais, por causa do etanol, por exemplo”, afirmou.
A grande quantidade de veículos
– que emitem gases considerados causadores
do efeito estufa –, o desafio de dar um destino
seguro ao lixo produzido nas metrópoles
e o desmatamento estão são as
semelhanças apontadas por Del Toro.
Ela também destaca semelhanças
como o alto grau de poluição
em grandes cidades como São Paulo e
a mexicana Guadalajara.
“Em relação
ao desmatamento, nós já estamos
avançado com uma grande campanha de
reflorestamento”, contou, em entrevista à
Agência Brasil. “Neste ano, a meta é
plantar 5 milhões de árvores
e estamos indo bem, já alcançamos
mais da metade. Apesar de contribuir com apenas
2% das emissões do aquecimento global,
estamos comprometidos em reduzi-las” , adiantou,
após participar, na última quinta-feira
(20), da Conferência Internacional Rio+15,
promovida por uma empresa do mercado de carbono.
Para Del Toro, países
em desenvolvimento – como Brasil e México
– deveriam receber mais incentivos das nações
ricas para executar programas de desenvolvimento
sustentável. Assim como o governo brasileiro,
a secretária afirmou que o México
é contra o estabelecimento de metas
de redução de emissões
para nações em desenvolvimento.
Atualmente, o Protocolo de Quioto prevê
esse tipo de obrigação para
35 países ricos.
“Não negamos o compromisso,
mas não podemos ser tratados como países
desenvolvidos – tem que haver uma diferenciação,
devemos receber apoio”, afirmou.
Também como o Brasil,
o México investe em projetos do Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL), instrumento
do tratado de Quioto que permite às
nações em desenvolvimento produzirem
energia limpa – sem emissão de carbono
– e venderem os créditos gerados por
essa redução para países
ricos. Assim, estes não precisam cortar
as emissões correspondentes em seu
território, a fim de cumprir as metas
do acordo.
Com 89 projetos registrados
na ONU, o México ocupa a quarta posição
em número de iniciativas do MDL; o
Brasil é o terceiro, com 235. “Dos
89, quase todos são em granjas de suinocultura
[o metano liberado é transformado em
energia elétrica por biodigestores],
projetos na indústria química,
investimentos em energias renováveis,
como a eólica e a hidráulica,
e aterros sanitários”, enumerou a secretária.
O México, que tem
98% da matriz energética baseada em
combustíveis fósseis, pretende
investir pesado em energias renováveis
nos próximos anos. Mas a secretária
não considera a substituição
de derivados do petróleo por etanol
em larga escala como uma solução
viável para o país: “Os projetos
de etanol no México utilizam milho
e não cana-de-açúcar.
E nossa legislação é
restritiva: não podemos deixar de comer
para produzir combustível e também
não vamos permitir que haja desmatamento
para plantar cana”.
Uma das soluções,
segundo a secretária, pode ser o investimento
em biodiesel, que não ocupa solos da
agricultura, mas terras inutilizadas.
+ Mais
Em Brasília, faltou
incentivo do governo para Dia Mundial sem
Carro, critica ativista
22 de Setembro de 2007 -
Roberta Lopes - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Faltou incentivo
por parte do governo do Distrito Federal para
fazer as comemorações do Dia
Mundial sem Carro em Brasília, segundo
o presidente da organização
não-governamental (ONG) Rodas da Paz,
Maurício Gonçalves. A data é
comemorada em todo o mundo hoje (22). No Brasil,
cerca de 60 cidades fazem parte da campanha
para que as pessoas deixem de usar o carro
por um dia.
Gonçalves afirma
que a organização procurou o
governo do DF para pedir apoio a várias
atividades esportivas e de turismo, a serem
realizadas hoje. Houve várias reuniões
para decidir o que seria feito, mas o governo
desistiu de participar da iniciativa. “Na
semana passada o governo nos disse que estava
muito em cima da hora e optou por não
participar da campanha”, diz ele.
Para não deixar passar
em branco a data na cidade, o grupo optou
por fazer uma "pedalada" pela cidade.
Mais de 300 pessoas se reuniram em frente
de um supermercado da cidade para chamar a
atenção das pessoas sobre a
data. “Esse é um dia de reflexão,
dia para que as pessoas não saiam de
carro e também para que pensem em adotar
modelos de mobilidade como o transporte público
e a bicicleta”, explica.
Gonçalves diz que,
em Brasília, há hoje 1 milhão
de carros de passeio em circulação
e que, até 2014, esse número
deve aumentar para 2 milhões. “Essa
é uma data para as pessoas pensarem
nesse modelo de mobilidade que temos, que
é egoísta e individualista.
Além disso é um modelo poluente”,
comenta.
Segundo informações
da ONG, o Dia Mundial sem Carro teve início
na França, em 1998, e chegou ao Brasil
em 2002, por meio da ONG Rua Viva. A data
tem como objetivo fazer com que as pessoas
retomem as ruas, dominadas hoje por carros,
para mostrar sua preocupação
com o meio ambiente e a qualidade de vida.
+ Mais
Engarrafamentos marcaram
o Dia Mundial sem Carro na China
22 de Setembro de 2007 -
Aline Bastos - Repórter da TV Nacional
- Pequim (China) - Apesar de ter aderido à
campanha do Dia Mundial sem Carro, junto a
outras 107 cidades chinesas, Pequim passou
o dia com muitos engarrafamentos e trânsito
intenso. A intenção do governo
local era fazer com que apenas ônibus
e bicicletas circulassem nas ruas, mas isso
não chegou a acontecer.
O comerciante Men Liang,
morador de Pequim, disse que a poluição
é sempre um grande problema para a
cidade e que o governo chinês vem encorajando
as pessoas a usarem bicicletas. Na avaliação
dele, isso não é suficiente,
porque o chinês continua usando carros,
o que não é ilegal. Para Men
Liang, no entanto, os chineses precisam desenvolver
uma consciência ambiental: "Nós
temos que fazer isso."
No mês passado, os
moradores de Pequim adotaram o sistema de
rodízio de carros por quatro dias,
reduzindo a concentração de
poluentes no ar em 20%, segundo dados da prefeitura.
Autoridades chinesas pretendem repetir esse
sistema durante a realização
dos Jogos Olímpicos, em agosto do ano
que vem, para garantir que atletas e turistas
respirem um ar menos poluído.
O embaixador do Brasil na
China, Luiz Augusto de Castro Neves, explicou
à Radiobrás que a proximidade
com o deserto de Gobi, localizado na Mongólia,
e o grande número de obras realizadas
na cidade – cerca de 9 mil – contribuem para
tornar Pequim uma das cidades mais poluídas
do mundo. Segundo Castro Neves, o governo
chinês busca parcerias com outros países,
como o Brasil, para melhorar a legislação
ambiental. "A preocupação
com o meio ambiente é um tema ainda
muito novo para o chinês", afirmou.
Pequim, ainda de acordo
com dados da prefeitura, conta hoje com mais
de 3 milhões de veículos e a
cada dia, mil novas licenças para carros
são emitidas. Mas a poluição
da cidade também se deve a outros motivos:
relatório da Agência Internacional
de Energia (AIE) revela que a demanda de energia
do planeta deve crescer em mais da metade
até 2030 e que o
carvão mineral, usado para gerar eletricidade,
pode fazer com que os chineses se tornem os
principais responsáveis pelo aquecimento
global.
+ Mais
Lançada publicação
que orienta municípios a integrar bicicletas
ao sistema viário
21 de Setembro de 2007 -
Kelly Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Ministério
das Cidades lançou hoje (21), no seminário
sobre a 7ª Jornada Brasileira Na Cidade
Sem Meu Carro, o Caderno de Referência
para Elaboração de Plano de
Mobilidade por Bicicleta nas Cidades. Os 3
mil exemplares da publicação,
com orientações técnicas
para as prefeituras integrarem a bicicleta
ao sistema viário, serão distribuídos
inicialmente para os municípios com
mais de 60 mil habitantes, e posteriormente,
para os demais.
O caderno também
reúne dados sobre o uso de bicicletas
no Brasil. Atualmente, há 2,5 mil quilômetros
de ciclovias no Brasil, em 279 cidades. Em
2002, eram apenas 600 quilômetros. Mesmo
assim, os dados mostram que em outros países
as ciclovias ganharam mais atenção.
Só em Munique, cidade alemã,
são 1,4 mil quilômetros, o que
inclui estacionamentos e serviços de
atendimento especial para socorros urgentes.
De acordo com o caderno,
o Brasil é o terceiro maior produtor
mundial de bicicletas, com 4,2% da produção
mundial, perdendo apenas para a China (66,7%)
e a Índia (8,3%). Estima-se que existam
atualmente no Brasil 75 milhões de
bicicletas, resultado de uma produção
anual de 5,5 milhões, com tempo de
durabilidade das unidades estimado em sete
anos.
Segundo o diretor de Mobilidade
Urbana do Ministério das Cidades, Renato
Boareto, a quantidade de bicicletas no Brasil
supera a de veículos automotores, que
chegam a 22 milhões. Entretanto, afirmou
Boareto, as cidades não vão
suportar aumento da quantidade de carros nas
ruas, por questão de espaço,
e também devido às agressões
ao meio ambiente.
Ele destacou a necessidade
de os municípios garantirem segurança
para o ciclista, com redução
da velocidade dos carros e sinalização
adequada. “Não é preciso um
sistema específico para as bicicletas,
que podem usar as ruas normalmente. O que
as prefeituras precisam fazer é melhorar
a segurança com sinalização
e, eventualmente, construir ciclofaixas e
até ciclovias”, explicou.
Para economista Maria Elizabeth
Silva Davison, de 58 anos, mãe do ciclista
Pedro, que morreu aos 25 anos em 2006, quando
andava de bicicleta em uma via de Brasília,
é preciso haver decisão política
para dar oportunidade às pessoas de
escolher ter como veículo a bicicleta.
“A cultura implantada é que só
o carro merece respeito, mas a bicicleta também
é um meio de transporte. Portanto,
merece seu espaço de locomoção
e mobilidade nas cidades.”
Segundo Maria Elizabeth,
o filho buscava respeitar o meio ambiente,
e um dos meios de preservar a natureza é
usar menos o carro. Por isso, Pedro costumava
ir trabalhar, e até viajar, de bicicleta.
“Essa é uma decisão importante
das pessoas [andar de bicicleta]. É
uma atitude individual resolver andar de bicicleta
para respeitar a minha saúde e a do
planeta.”