Brasília (17/10/07)
- O gerente do Ibama em Santarém, Daniel
Cohenca, suspendeu a autorização
especial de coleta e transporte de árvores
queimadas concedida ao Greenpeace (clique
para ver documento oficial), no último
dia 11. Com a autorização especial,
o Greenpeace pretendia transportar uma tora
de castanheira (Bertholletia excelsa) de Castelo
dos Sonhos (PA) para São Paulo e Rio
de Janeiro, o que acabou provocando confronto
com madeireiros e moradores do município
paraense.
O cancelamento da autorização
de transporte ocorreu para não agravar
o conflito entre representantes da ONG e moradores
do município, área onde ocorre
uma operação de fiscalização
de desmatamento.
Neste momento, cerca de
100 pessoas ainda cercam a base operativa
do Ibama onde se refugiaram os ativistas.
Uma comissão dos populares negocia
o fim do impasse. No entanto, a Diretoria
de Proteção Ambiental do Ibama
esclarece que a presença dos membros
do Greenpeace na base põe em risco
o bom andamento dos trabalhos que o instituto
desenvolve na região e até a
segurança da equipe de fiscalização.
A Diretoria contesta a declaração
do coordenador da expedição
da ONG, Marcelo Marquesini, divulgada hoje
no O Globo Online, de que a presença
do estado na região amazônica
é débil. “Se os ativistas estão
a salvo para dar declarações
à imprensa é graças à
estrutura montada pelo Governo Federal para
combater o desmatamento na Amazônia”,
rebate Flávio Montiel, Diretor de Proteção
Ambiental do Ibama.
A Diretoria propõe
a retirada imediata dos militantes do Greenpeace
da base do Ibama com o acompanhamento da Polícia
Militar até o Mato Grosso ou Santarém.
Com a suspensão da autorização
de transporte, a tora deve permanecer na localidade,
evitando o acirramento do conflito.
Há quinze dias o
Greenpeace solicitou a madeira para realizar
uma exposição itinerante, com
fins educativo-culturais no sudeste do país.
Mas a movimentação do grupo
no município acabou gerando indisposição
com a população local.
Kezia Macedo