17 de Outubro de 2007 -
Marco Antônio Soalheiro - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- Ao mesmo tempo em que condena o desmatamento
ilegal na Amazônia, a Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) considera um exagero a reserva legal
de 80% da área florestal em propriedades
privadas da região e defende a revisão
do índice. Esse posicionamento foi
manifestado pelo presidente
da Comissão de Meio Ambiente da entidade,
Assuero Veronez.
“A CNA discute a questão
em instâncias apropriadas, no Legislativo
e no Judiciário, mas não apóia
quem age em desacordo com a Lei. Cabe ao governo
punir quem estiver nesta situação”,
afirmou hoje (17) Veronez, em entrevista à
Agência Brasil.
O dirigente da CNA também
rebateu a tese do Instituto do Homem e do
Meio Ambiente na Amazônia (Imazon),
que aponta a pecuária como principal
responsável pela devastação
da floresta e defende a restrição
de crédito para quem desmata.
“Ninguém contribui
mais para o meio ambiente do que o produtor
da Amazônia. Ele já pode usar
apenas 20% de suas terras e seria injusto
tentar impedi-lo de optar pela atividade mais
conveniente do ponto de vista econômico”,
disse Veronez.
O presidente da Comissão
de Meio Ambiente da CNA avaliou, entretanto,
que um grande percentual de desmatamento ilegal
na Amazônia é causado por pequenos
produtores rurais. São aproximadamente
800 mil proprietários, segundo Veronez,
que se vêem sem alternativas para aumentar
a produtividade de suas áreas e assegurar
o sustento.
“É uma questão
de sobrevivência que deve despertar
maior atenção das autoridades.
O Poder Público precisa incentivar
alternativas econômicas na região,
com a incorporação de tecnologias”,
ponderou.
O sistema de monitoramento
do governo federal registrou aumento de 107%
dos índices de desmatamento na região
amazônica, no estado do Mato Grosso,
entre junho e setembro, em comparação
com o mesmo período do ano passado.
No mesmo período, a prática
ilegal também cresceu em Rondônia
e no Acre. O secretário executivo do
Ministério do Meio Ambiente, João
Paulo Capobianco, informou que um plano emergencial
para coibir o avanço da devastação
está sendo colocado em prática
pelo governo.
No dia 3, foi lançado
em reunião da Câmara dos Deputados
o Pacto Nacional pela Valorização
da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na
Amazônia Brasileira. A iniciativa partiu
de nove organizações não-governamentais.
A meta é reduzir o desmatamento florestal
até atingir a conservação
total da floresta amazônica e recuperar
as áreas florestais já devastadas.
A CNA disse não ter sido convidada
a assinar o pacto, mas apontou vertentes positivas
no documento em relação à
remuneração de atividades produtivas
na floresta.
“Para acabar com o desmatamento
na Amazônia, não basta boas intenções.
Tem que ter política pública
coerente, que estabeleça incentivos
econômicos para quem mantém a
floresta de pé”, concluiu Assuero Veronez.
+ Mais
Impacto socioeconômico
da construção de hidrelétricas
no Madeira preocupa, diz procurador
15 de Outubro de 2007 -
Deborah Souza - Da Agência Brasil -
Brasília - As possíveis consequências
sociais e econômicas da construção
de hidrelétricas do complexo do Rio
Madeira são tema de estudo desenvolvido
pelo Ministério Público de Rondônia.
Entre esses impactos estão a demanda
por saúde, educação,
infra-estrutura e emprego.
Em entrevista ao programa
Notícias da Manhã, da Rádio
Nacional, o procurador de Justiça Rodney
Pereira, integrante da comissão criada
no Ministério Público de Rondônia
para analisar o assunto, disse que a maior
preocupação é a mão
de obra direta. Com a implantação
das hidrelétricas serão gerados
40 mil empregos diretos.
"Isso redundará
numa migração muito forte, porque
o estado ainda não adaptou a mão
de obra local para a realização
dessa hidrelétrica”, disse
O procurador disse que outra
preocupação é a elevação
da população local que a migração
vai acarretar. De acordo com o Ministério
Público de Rondônia, o estudo
de impacto social ambiental apresentado pelo
consórcio Odebrecht/Furnas foi feito
no ano passado e o empreendedor apresentou
a avaliação em novembro.
Segundo Pereira, o Ministério
Público considerou o trabalho da Odebrecht
defasado e pediu uma complementação
que permita avaliação mais aprofundada
e extensa das conseqüências da
implantação das hidrelétricas.
Para o procurador, o planejamento
dos governos estaduais e municipais está
lento e o consórcio Odebrecht/Furnas
também não tem recursos suficientes
e necessários para suportar os impactos
sociais decorrentes da implantação
das usinas.
“Eu faço um alerta
aos governos federal, estadual e municipais
e ao próprio consórcio Odebrecht/Furnas,
para que eles realizem as obras e implementem
os recursos necessários para suportar
a demanda migratória”.
+ Mais
Projeto de universidade
em parceria com Sebrae estimula produção
sustentável de jóias
14 de Outubro de 2007 -
Stênio Ribeiro - Repórter da
Agência Brasil - rasília - Projeto
da Universidade de Brasília e do Sebrae
estimula artistas a investir na produção
de jóias. Exposição reúne
novos empreendedores. Entre eles, o artista
Edeval Roberto Nogueira.
Brasília - Um projeto desenvolvido
pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico
da Universidade de Brasília (CDT/UnB)
em parceria com o Serviço Brasileiro
de Apoio à Pequena e Média Empresa
(Sebrae) estimula artistas de Brasília
a produzir jóias de maneira sustentável,
com aproveitamento máximo de materiais
e respeito ao meio ambiente.
O resultado deste trabalho
foi apresentado neste final de semana, em
uma exposição e um encontro
para troca de experiência entre os artistas.
A iniciativa está em estudo por outras
unidades do Sebrae no Brasil e pode ser replicada
ainda este ano.
O artesão Edeval
Roberto Nogueira conta que um dos pilares
do projeto é o estímulo ao trabalho
em cooperativas. "Conseguimos dar maior
visibilidade aos trabalhos em gemas e jóias.
Ainda avançamos juntos nas técnicas
de produção", destaca Nogueira.
A mineração
é uma das principais atividades econômicas
nas cidades próximas a Brasília.
A existência de reservas naturais em
áreas de Cerrado motivaram o Programa
de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS)
da Organização das Nações
Unidas (ONU) a destinar recursos para alternativas
econômicas sustentáveis no DF
e nos 12 estados que fazem parte do bioma.
Organizações
sociais e comunitárias podem enviar
até 12 de novembro propostas para concorrer
a US$ 720 mil, que serão repassados
por meio do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).