17 de Outubro de 2007 -
Brasília, Brasil — Pressão de
parlamentares da Comissão
de Meio Ambiente e de ambientalistas adia
aprovação de proposta que coloca
em xeque as florestas brasileiras.
A pressão do Greenpeace
e de diversas entidades da sociedade civil
conseguiu interromper, pelo menos por ora,
as discussões no Congresso do projeto
"Floresta Zero", que altera o Código
Florestal trazendo conseqüências
nefastas para a Amazônia e outras regiões
do país. A votação do
projeto de lei número 6.424, de 2005,
de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA),
prevista para esta quarta-feira, foi suspensa
na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável da Câmara dos Deputados.
As organizações
ambientalistas e vários deputados,
entre eles Paulo Teixeira (PT-SP), Sarney
Filho (PV-PA), Edson Duarte (PV-BA), Fernando
Gabeira (PV-RJ), Luis Carreira (DEM-BA), Juvenil
Alves (sem partida-MG) e Ricardo Trípoli
(PSDB-SP), denunciaram os equívocos
da proposta e afirmaram que não havia
condições para discutir e muito
menos votar o projeto enquanto as opiniões
da sociedade civil não fossem levadas
em consideração. Foi estipulado
então um prazo de 10 sessões
da Câmara dos Deputados para que o projeto
volte a ser apreciado na Comissão de
Meio Ambiente. Esperamos que até lá
seja possível corrigir os graves erros
do projeto, que levariam o país a ter
várias regiões sem floresta.
A proposta de projeto de
lei feita pela bancada ruralista e pelas confederações
nacionais da indústria e da agricultura,
com apoio de setores do Ministério
do Meio Ambiente, permitiria a substituição
de extensas áreas de florestas brasileiras
por cana, dendê e eucalipto, além
de reduzir a área de Reserva Legal
em cada propriedade - fundamental para a proteção
da biodiversidade - de 80% para 50%.
Como se isso não
bastasse, a negociação em curso
ainda permite que os proprietários
que destruíram a Reserva Legal em suas
propriedades, fiquem desobrigados de recuperar
o dano ambiental causado dentro da região
em que ele ocorreu, permitindo que a chamada
“compensação” possa ocorrer
em regiões distantes.
“É preciso dizer
não ao que poderíamos chamar
de projeto Floresta Zero”, afirma Paulo Adário,
coordenador da campanha da Amazônia
do Greenpeace. "O governo está
cedendo às pressões dos inimigos
da floresta tanto nas áreas de fronteira,
como o Pará, quanto nos gabinetes em
Brasília, em vez de assumir uma posição
de vanguarda em defesa de nossas florestas
e de nossa biodiversidade”.
O projeto já foi
aprovado pelo Senado, para onde volta depois
de ser votado na Comissão de Meio Ambiente
da Câmara. Em seguida, será encaminhado
para sanção presidencial.
+ Mais
Governo cede a madeireiros
e suspende autorização para
transporte de árvore
17 de Outubro de 2007 -
Castelo dos Sonhos (PA), Brasil — Ativistas
do Greenpeace foram cercados em cidade do
Pará por cerca de 300 pessoas e impedidos
de trazer castanheira para exposição
no sudeste sobre a destruição
da Amazônia.
A presidência do Ibama
suspendeu na manhã desta quarta-feira
a autorização dada ao Greenpeace
para transportar a tora de castanheira que
foi apreendida pela população
local de Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará,
sob influência de madeireiros.
O Greenpeace pediu ao governo
federal uma cópia do documento que
revoga a autorização de transporte
da árvore, mas até o momento
nada foi enviado. Ao time de campo, o Ibama
comunicou que a autorização
havia sido suspensa e imediatamente ordenou
ao motorista que retirasse a árvore
do local e a devolvesse ao local de origem.
O motorista do caminhão
se recusou e deixou a carreta no centro da
cidade, seguindo ordens dos madeireiros. Neste
momento, os madeireiros organizam um protesto,
juntamente com a população local,
exigindo que a árvore fique na cidade.
Eles afirmam que os ativistas não deixarão
à cidade enquanto dois representantes
não forem enviados para o local para
pedir desculpas à população.
O grupo de oito pessoas
foi cercado na terça-feira à
tarde por aproximadamente 300 pessoas, incluindo
dezenas de madeireiros, caminhões,
pick-ups e motocicletas. Eles tentam impedir
que os ativistas do Greenpeace saiam da cidade
com a tora de 13 metros de castanheira (Bertholletia
excelsa), que estava sendo transportada para
uma exposição no sudeste do
país.
A árvore seria parte
da exposição itinerante "Aquecimento
Global: Apague essa Idéia", organizada
pelo Greenpeace, para aproximar a realidade
da Amazônia de milhares de brasileiros
que nunca tiveram a oportunidade de ver a
floresta de perto. A árvore, queimada
ilegalmente em terras públicas no oeste
do Pará, simboliza a rápida
destruição da Amazônia
e seria exibida em locais de grande visitação
pública em São Paulo e no Rio
de Janeiro para chamar a atenção
da população sobre a necessidade
urgente de zerar o desmatamento na Amazônia
e, assim, contribuir para reduzir as emissões
brasileiras de gases que provocam o aquecimento
global. Os governadores de São Paulo,
José Serra (PSDB), e do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral (PMDB), já confirmaram
presença quando a exposição
chegar em seus estados.
+ Mais
Madeireiros confiscam castanheira
e planejam fazer 'monumento' em praça
17 de Outubro de 2007 -
Castelo dos Sonhos (PA), Brasil — Greenpeace
foi impedido de trazer a tora de 13 metros
para São Paulo, onde faria parte de
uma exposição sobre a destruição
da Amazônia. Ibama havia concedido autorização
para coleta e transporte da árvore,
mas a retirou depois por pressão dos
madeireiros.
Depois de um dia inteiro
de muita tensão, os oito ativistas
do Greenpeace que estavam sob cárcere
privado em Castelo dos Sonhos, no oeste do
Pará, foram autorizados a deixar a
cidade. O grupo fora cercado na terça-feira
por cerca de 300 pessoas e impedido de trazer
uma castanheira para uma exposição
no sudeste sobre a destruição
da Amazônia. Os ativistas saíram
com escolta da Polícia Militar apenas
até os limites da cidade.
A tora de castanheira, de
13 metros, ficou na cidade e segundo a prefeitura
local será instalada numa praça
que está sendo construída, como
um monumento. O caminhão que trazia
a árvore para São Paulo, e fora
alugado pelo Greenpeace, foi devolvido a seu
dono.
"Para o Greenpeace,
essa tora de castanheira é sim um monumento,
mas da ausência de governo na Amazônia
brasileira", afirmou André Muggiati,
da campanha da Amazônia do Greenpeace.
"A tora foi colocada na praça
de Castelo dos Sonhos à revelia do
Ibama e mostra que quem manda na cidade são
os madeireiros, não o governo brasileiro.
O Greenpeace tinha autorização
para tirar a árvore da região
e fazer a exposição, mas foi
impedido. Os madeireiros não têm
autorização alguma mas poderão
fazer seu monumento."
Os oito ativistas do Greenpeace
foram cercados em Castelo dos Sonhos, no oeste
do Pará, por cerca de 300 pessoas,
entre madeireiros, políticos locais
e moradores, e impedidos de seguir viagem
até São Paulo com a castanheira.
O Ibama havia autorizado a coleta e transporte
da árvore pelo Greenpeace mas suspendeu
a autorização na manhã
desta terça-feira por pressão
dos madeireiros.
O Greenpeace pediu ao governo
federal uma cópia do documento que
revoga a autorização de transporte
da árvore, mas até o momento
nada foi enviado. Ao time de campo, o Ibama
comunicou que a autorização
havia sido suspensa e imediatamente ordenou
ao motorista que retirasse a árvore
e a devolvesse ao local de origem.
Em nota divulgada em seu
site, o Ibama afirmou que suspendeu a autorização
para não agravar o conflito "entre
representantes da ONG e moradores do município,
área onde ocorre uma operação
de fiscalização de desmatamento."
Em agosto, uma equipe de
nove pessoas composta por ativistas do Greenpeace,
indigenistas da Opan e jornalistas franceses
foi expulsa da cidade de Juína, no
Mato Grosso, por fazendeiros e lideranças
políticas locais, para que não
visitassem a terra indígena Enawene
Nawe. Confira aqui o vídeo-denúncia
que mostra o incidente.
A árvore seria parte
da exposição itinerante "Aquecimento
Global: Apague essa Idéia", organizada
pelo Greenpeace, para aproximar a realidade
da Amazônia de milhares de brasileiros
que nunca tiveram a oportunidade de ver a
floresta de perto. A árvore, queimada
ilegalmente em terras públicas no oeste
do Pará, simboliza a rápida
destruição da Amazônia
e seria exibida em locais de grande visitação
pública em São Paulo e no Rio
de Janeiro para chamar a atenção
da população sobre a necessidade
urgente de zerar o desmatamento na Amazônia
e, assim, contribuir para reduzir as emissões
brasileiras de gases que provocam o aquecimento
global. Os governadores de São Paulo,
José Serra (PSDB), e do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral (PMDB), confirmaram presença
na exposição em seus respectivos
estados.
+ Mais
Madeireiros cercam ativistas
do Greenpeace no oeste do Pará
16 de Outubro de 2007 -
Castelo dos Sonhos (PA), Brasil — Eles querem
impedir que uma tora de castanheira seja retirada
da região e usada na exposição
itinerante "Aquecimento Global: Apague
essa Idéia" no sudeste do país.
Sete ativistas do Greenpeace
foram cercados nesta terça-feira por
aproximadamente 300 pessoas no município
de Castelo dos Sonhos, no oeste do Pará
e estão impedidos de sair da cidade.
Dezenas de madeireiros, com oito caminhões,
10 caminhonetes e mais de 15 motos se reuniram
em frente à base do Ibama, onde os
ativistas do Greenpeace se refugiaram, e tentam
impedir que o grupo deixe a cidade com uma
tora de castanheira (Bertholletia excelsa),
que está sendo transportada para uma
exposição da ONG no sudeste
do país.
A tora de cerca de 13 metros
é parte da exposição
itinerante "Aquecimento Global: Apague
essa Idéia", organizada pelo Greenpeace,
para aproximar a realidade da Amazônia
de milhares de brasileiros que nunca tiveram
a oportunidade de ver a floresta de perto.
A árvore, queimada ilegalmente em terras
públicas no oeste do Pará, simboliza
a rápida destruição da
Amazônia e seria exibida em locais de
grande visitação pública
em São Paulo e no Rio de Janeiro para
chamar a atenção da população
sobre a necessidade urgente de zerar o desmatamento
na Amazônia e, assim, contribuir para
reduzir as emissões brasileiras de
gases que provocam o aquecimento global. Os
governadores de São Paulo, José
Serra (PSDB), e do Rio de Janeiro, Sérgio
Cabral (PMDB), já confirmaram presença
quando a exposição chegar em
seus estados.
O Ibama concedeu a autorização
para a coleta, transporte e exposição
da castanheira, por entender que se trata
de um trabalho com finalidade cultural e educativa,
importante para proteger a maior floresta
tropical do mundo.
No início da tarde,
cerca de trinta madeireiros e dois caminhões
cercaram a carreta que transportava a castanheira,
tão logo o grupo chegou à cidade.
Os ativistas do Greenpeace conseguiram se
refugiar na base do Ibama, onde se encontram
protegidos por dois policiais civis, três
soldados e um sargento da Polícia Militar
e 12 soldados do Exército (incluindo
um sargento e um tenente), além de
sete agentes do Ibama. Os ativistas estão
sem comida e vários caminhões
estão bloqueando a saída do
local.
"Esse incidente prova
que a presença do Estado na região
amazônica é débil e não
consegue sequer garantir direitos constitucionais
básicos, como a segurança e
a locomoção das pessoas. Sem
governança, a floresta Amazônica
continua vulnerável à destruição",
afirmou Marcelo Marquesini, do Greenpeace,
coordenador da expedição, que
está no grupo cercado em Castelo dos
Sonhos.
Há duas semanas,
o Greenpeace e outras oito organizações
não-governamentais apresentaram, em
Brasília, um plano de sete anos para
zerar o desmatamento na Amazônia.