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FRANÇA DIZ NÃO AOS TRANSGÊNICOS!

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Outubro de 2007

25 de Outubro de 2007 - Ativistas do Greenpeace estenderam banners gigantes no Arco do Triunfo, em Paris, exigindo que o governo francês proíba o plantio de transgênicos no país. Greenpeace/Pierre Gleizes
Aumentar a ImagemParis, França — O presidente Nicolas Sarkozy anunciou nesta quinta-feira que seu governo pretende suspender plantações geneticamente modificadas no país até que seja verificada a total segurança da tecnologia para consumidores e meio ambiente.

Um dia depois de ativistas do Greenpeace subirem ao Arco do Triunfo em Paris e estenderem um banner gigante exingindo do governo francês o banimento dos transgênicos da França, o presidente Nicolas Sarkozy anunciou nesta quinta-feira que suspenderá o cultivo de organismos geneticamente modificados no país até que seja instalada uma autoridade nacional para determinar a segurança dessa tecnologia.

Sarkozy deu três motivos para sua decisão: há dúvidas sobre a segurança dos transgênicos, sobre sua utilidade e preocupações sobre a falta de controle em relação à contaminação de outras plantações. O presidente francês não deu prazo para o fim da suspensão.

"O Greenpeace está feliz por ver que o governo francês levou em conta os argumentos ambientais e baniu o cultivo de organismos geneticamente modificados. O anúncio do presidente Sarkozy é uma vitória para os consumidores e agricultores franceses, bem como para o meio ambiente do país. O Greenpeace espera que todos os governos sigam a iniciativa da França e protejam seus cidadãos e seu meio ambiente das ameaças dos transgênicos", afirmou Arnaud Apoteker, da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace França.

A suspensão dos transgênicos na França deve ocorrer depois da época de plantio de 2008, mas a FNSEA, principal organização de agricultores do país, pede para que isso ocorra antes da temporada.

A proibição de plantio e colheita de transgênicos na França afetará notadamente o milho MON810, da Monsanto, única variedade geneticamente modificada autorizada para cultivo na Europa. Áustria, Alemanha, Grécia, Hungria e Polônia já aboliram essas plantações e outros países da União Européia estão prestes a seguir o mesmo caminho.

Milhos transgênicos na berlinda

As boas novas não se resumem à França. A Comissão Ambiental da União Européia (UE) está, pela primeira vez em sua história, propondo o banimento de dois tipos de milho transgênico (Bt 11, da Syngenta, e o 1507 da Pioneer/Dow) devido aos riscos que oferecem ao meio ambiente. O milho Bt 11 é uma das variedades geneticamente modificadas aprovadas recentemente pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no Brasil - a liberação foi suspensa por ordem da Justiça, ver texto abaixo).

O Bt11 e o 1507 foram modificados para produzir uma toxina venenosa para alguns tipos de insetos. No entanto, estudos científicos mostram que esse milho transgênico é tóxico também a algumas espécies de borboletas e pode afetar também outros tipos de insetos, além de ter efeitos nocivos a longo prazo para o solo.

A proposta da Comissão Ambiental da UE está aparentemente baseada em evidências científicas que mostram que o cultivo dessas duas variedades de milho transgênico têm o potencial da causar danos ambientais.

Vários cientistas publicaram recentemente estudos mostrando que os efeitos do milho Bt não são previsíveis e que o risco potencial é maior que o imaginado. Esses estudos demonstraram que os procedimentos atuais da UE não são capazes de avaliar os riscos oferecidos por plantações do milho Bt.

Justiça dá dura na CTNBio

Na sexta-feira passada (dia 19 de outubro), a Justiça Federal do Paraná decidiu que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) não pode liberar nenhuma variedade transgênica de milho no Brasil enquanto não elaborar medidas que garantam a coexistência com variedades orgânicas, convencionais e ecológicas. Isso vale para o milho da Monsanto (MON810), Bayer (Liberty Link) e Syngenta (Bt11). Caso a decisão da juíza Pepita Durski Tramontini Mazini não seja respeitada, a CTNBio está sujeita a multa diária.

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Aumenta a pressão global contra os transgênicos

23 de Outubro de 2007 - CTNBio aprovou o milho transgênico Liberty Link da Bayer mesmo sem uma regulamentação prévia dos processos e documentação necessários para garantir a biossegurança brasileira.
São Paulo (Brasil) e Paris (França) — No Brasil, decisão da Justiça suspende a liberação de milhos transgênicos enquanto a CTNBio não elaborar medidas de biossegurança que garantam a coexistência com variedades convencionais. Na França, ativistas estendem banner no Arco do Triunfo exigindo a eliminação dos transgênicos do país.

A pressão contra os transgênicos ganhou força em diversas partes do mundo em ações realizadas por ativistas do Greenpeace e por determinações judiciais que garantem a biossegurança da população e do meio ambiente.

No Brasil, a Justiça deu uma dura na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e suspendeu a liberação de milhos transgênicos no país até que normas de coexistência sejam elaboradas. Na França, ativistas exigem que o governo de Nicolas Sarkozy torne o país livre de organismos geneticamente modificados. Na Austrália e Romênia, produtos fabricados com transgênicos e vendidos irregularmente ao consumidor são denunciados por ativistas do Greenpeace.

Na sexta-feira passada (dia 19 de outubro), a Justiça Federal do Paraná decidiu que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) não pode liberar nenhuma variedade transgênica de milho no Brasil enquanto não elaborar medidas que garantam a coexistência com variedades orgânicas, convencionais e ecológicas. Isso vale para o milho da Monsanto (MON810), Bayer (Liberty Link) e Syngenta (Bt11). Caso a decisão da juíza Pepita Durski Tramontini Mazini não seja respeitada, a CTNBio está sujeita a multa diária.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o canto da sereia transgênica encanta cada vez menos. O governo francês está a um passo de abolir plantações transgênicas no país - notadamente do milho MON810, da Monsanto, única variedade geneticamente modificada autorizada para cultivo na Europa. Áustria, Alemanha, Grécia, Hungria e Polônia já aboliram essas plantações e outros países da União Européia estão prestes a seguir o mesmo caminho.

Para dar uma forcinha ao governo francês na tomada dessa decisão tão importante para a biossegurança da população local, ativistas do Greenpeace penduraram nesta terça-feira um banner gigante no Arco do Triunfo, em Paris, pedindo a eliminação total de transgênicos na França. O governo francês deve decidir sobre o assunto nos próximos dias.

O ministro do Meio Ambiente Jean-Louis Borloo declarou recentemente no jornal Le Monde (ver aqui, para assinantes e texto em francês) ser favorável ao congelamento de aprovações a plantações transgênicas na França.

"O governo francês deveria se juntar a outras nações européias e proibir organismos geneticamente modificados", afirma Arnaud Apoteker, da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace França. "Plantações transgênicas trazem riscos imprevisíveis para o meio ambiente, saúde pública e economia", diz Apoteker.

Estudos científicos que mostram impactos adversos provocados pelo milho MON810 levaram o ministro alemão para a Proteção do Consumidor e Segurança Alimentar a escrever para a Monsanto no início deste ano expressando "razões legítimas para assumir que o cultivo do MON810 representa um perigo para o meio ambiente."

Na Romênia, ativistas confiscaram diversos pacotes de pão produzido com soja geneticamente modificado das prateleiras do Carrefour da capital Bucareste. No rótulo, nenhum aviso de que se tratava de um produto fabricado com matéria-prima transgênica, num claro desrespeito ao consumidor. Segundo pesquisa realizada este ano, 2/3 dos romenos rejeitam os alimentos produzidos com transgênicos.

Já os ativistas do Greenpeace Austrália invadiram os escritórios da maior empresa de laticínios do país para protestar contra a falta de cuidado dela com a alimentação das vacas. Apesar da ração dos animais conter 5% de grãos geneticamente modificados, a empresa insiste em se dizer livre de transgênicos. A empresa também tem trabalhado pelo fim da moratória aos transgênicos na região de Melbourne.

Greenpeace condena violência no Paraná23 de Outubro de 2007Imprimir Enviar São Paulo — O Greenpeace, entidade ambientalista pacifista, condena o uso de violência contra trabalhadores rurais por parte de seguranças armados que prestavam serviços à Syngenta e à Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO-PR), em confronto ocorrido no último domingo (dia 21 de outubro) em Santa Tereza do Oeste, no Paraná. Duas pessoas morreram e outras seis ficaram gravemente feridas.

O Greenpeace acredita que todo brasileiro tem o direito de protestar e de se manifestar pacificamente, e mais do que isso, tem o dever de agir para proteger o meio ambiente, conforme o artigo 225 da Constituição de nosso país. Por isso estamos há tantos anos combatendo os transgênicos produzidos por grandes multinacionais de biotecnologia, entre elas a Syngenta. Entendemos que esses produtos geneticamente modificados representam alto risco ao meio ambiente e à saúde humana, afrontando diretamente o Princípio da Precaução consagrado pela Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, a Rio Eco 92.

É importante lembrar que o conflito que culminou com a tragédia do último domingo teve início durante a última Convenção de Biodiversidade (CBD), em março de 2006, quando integrantes da Via Campesina ocuparam a propriedade da Syngenta para protestar contra o cultivo de variedades geneticamente modificadas nos arredores do Parque Nacional do Iguaçu - uma área de proteção ambiental. A propriedade da Syngenta era ilegal uma vez que a legislação da época proibia o cultivo de transgênicos num raio de 10 quilômetros de qualquer área de preservação, e colocava em risco a biodiversidade do local.

O Greenpeace acredita que organismos geneticamente modificados não devem ser cultivados nos arredores de áreas de proteção ambiental e que novas variedades transgênicas não devem ser liberadas comercialmente no país até que sua segurança para o meio ambiente e à saúde humana seja comprovada.

O Greenpeace repudia a atitude da multinacional Syngenta que preferiu recorrer à violência para resolver suas disputas e interesses no país.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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