26/10/2007
- O Estado de São Paulo é o
primeiro Estado não Amazônico
a ser signatário contra o desmatamento
na Amazônia. O governador José
Serra e o secretário do Meio Ambiente,
Xico Graziano, formalizaram hoje (26/10),
em evento realizado no Parque Villa-Lobos,
na capital, a adesão ao Pacto pela
Valorização da Floresta e pelo
fim do desmatamento na Amazônia.
“Estou dando minha solidariedade
política a este movimento. A destruição
da Amazônia é de uma irracionalidade
total e de muita truculência, isto precisa
ser combatido”, afirmou o governador José
Serra, aproveitando para sugerir ao secretário
Xico Graziano a criação de um
selo verde para as madeireiras de São
Paulo que trabalham com madeira certificada.
O secretário Xico
Graziano também aproveitou a ocasião
da realização do evento, organizado
pelo Greenpeace e outras oito organizações
ambientalistas – Instituto Sócio-Ambiental,
Centro e Vida, Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia, The Nature Conservancy,
Conservação Internacional, Amigos
da Terra, Imazon e WW Brasil – , para divulgar
os últimos números das operações
realizadas pela Secretaria do Meio Ambiente
em estradas e nos depósitos da capital,
para coibir a comercialização
de madeira ilegal proveniente da Amazônia.
Resultados das fiscalizações
em estradas e depósitos de madeira
Nas estradas paulistas,
foram realizados 9 bloqueios e apreendidos
310 metros cúbicos de madeira ilegal,
cerca de 465 toneladas. Foram vistoriados
144 veículos e efetuadas multas no
valor total de R$ 234.171,00. Já na
megaoperação de fiscalização,
envolvendo efetivos da Polícia Militar
Ambiental e técnicos do Instituto Florestal
e Fundação Florestal, ocorrida
ontem (25/10) junto a depósitos localizados
na capital e Região Metropolitana de
São Paulo, durante a chamada “Operação
Primavera/Gasômetro”, foram vistoriados
16 estabelecimentos e apreendidos 210 metros
cúbicos de madeira (315 toneladas),
totalizando multas no valor de R$ 300 mil.
Os números foram apresentados pelo
tenente-coronel da Polícia Ambiental,
Vanderlei Manoel de Oliveira, que estava representando
o comandante da instituição,
coronel Ramos.
Outras ações
da Secretaria do Meio Ambiente, também
já em pleno andamento, envolvem o protocolo
assinado com a Secretaria de Habitação
e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional
Urbano do Estado de São Paulo (CDHU),
tendo como uma das principais diretivas a
obrigatoriedade de comprovação
da madeira de origem legal, no mínimo,
ou a utilização de madeira certificada.
“Vamos avançar ainda
mais nessas operações, atingindo
também grandes centros consumidores
no interior”, anunciou o secretário
Xico Graziano ao governador Serra, prometendo
implementar ainda mais o Programa “São
Paulo Amigo da Amazônia”, um dos 21
Programas Ambientais Estratégicos do
Governo do Estado.
A formalização
de São Paulo ao Pacto pelo Fim do Desmatamento
aconteceu em cima de um caminhão preparado
pelo Greenpeace para a exposição
itinerante “Aquecimento Global: Apague Esta
Idéia”. A exposição deveria
ter início neste final de semana, em
São Paulo, e depois seguiria para o
Rio de Janeiro e Brasília, mas foi
adiada porque a atração principal
da mostra – uma enorme tora de castanheira
do Pará, árvore-símbolo
da Amazônia – foi seqüestrada por
madeireiros e assentados em Castelo dos Sonhos,
no oeste do Pará.
Para simbolizar a
exposição da espécie
derrubada das matas, o governador Serra, acompanhado
pelo secretário Xico Graziano, mais
o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab
e o secretário municipal do Verde e
do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que também
prestigiaram o evento, pintaram no solo da
carroceria do caminhão a "identificação
modelo de vítima" utilizada para
perícia policial, desenhando a forma
de uma tora de castanheira.
Texto: Renato Alonso
Foto: Pedro Calado