23 de Outubro de 2007 -
Luana Lourenço - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O
réu confesso do assassinato da missionária
norte-americana Dorothy Stang, Rayfran das
Neves Sales, foi condenado a 27 anos de prisão
no segundo julgamento do caso, concluído
na madrugada de hoje (23) em Belém
(PA), após 14 horas de julgamento.
A Justiça manteve a pena aplicada no
primeiro julgamento, em dezembro de 2005.
Como a primeira condenação excedeu
20 anos, o réu teve direito a novo
júri.
Por unanimidade – sete votos
a zero – o júri acatou a tese da acusação
de que Neves executou a missionária
por motivo torpe e com promessa de recompensa
e condenou o réu por homicídio
duplamente qualificado. De acordo com o Ministério
Público do estado, a morte foi encomendada
por R$ 50 mil, pagos por fazendeiros da região.
Durante o julgamento, o réu confirmou
a autoria do crime, mas negou que tenha sido
contratado para matá-la.
Para o promotor de Justiça
Edson Cardoso de Souza, que fez a acusação,
ao negar a promessa de recompensa pelo crime,
a estratégia do réu seria tentar
inocentar os fazendeiros Vitalmiro Bastos
de Moura, conhecido como Bida, e Regivaldo
Pereira Galvão, conhecido como Taradão,
que seriam os mandantes do crime.
Também já
foram julgados pelo assassinato Clodoaldo
Batista, condenado a 17 anos de prisão,
Amair Feijoli da Cunha, condenado a 18 anos
e Vitalmiro Bastos de Moura, a 30 anos de
prisão. De acordo com a Justiça
do Pará, o julgamento do fazendeiro
Regivaldo Pereira Galvão ainda aguarda
decisão sobre recursos em Brasília
para definir a realização de
júri popular.
A missionária foi
morta com seis tiros em Anapu, a 300 quilômetros
da capital paraense. Ela trabalhava com a
Pastoral da Terra e comandava o programa em
uma área autorizada pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra). Dorothy Stang trabalhou
durante 30 anos em pequenas comunidades da
Amazônia pelo direito à terra
e à exploração sustentável
da floresta.
+ Mais
Família de Dorothy Stang espera que
mandantes do crime sejam presos
23 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A família
da missionária Dorothy Stang, assassinada
em 2005, ficou satisfeita com o resultado
do julgamento realizado ontem (22), no qual
o réu confesso, Rayfran das Neves Sales,
foi condenado a 27 anos de prisão.
Em entrevista à Agência
Brasil, o irmão da missionária,
David Stang, que está no Brasil para
acompanhar o julgamento, disse que a família
espera, agora, o julgamento e a prisão
dos dois fazendeiros acusados de serem os
mandantes do crime.
David Stang não acredita
na versão de que Rayfran estava sendo
ameaçado por Dorothy, nem que ele cometeu
o crime sob forte emoção. “Ele
deve ser responsabilizado por seus atos, ele
escolheu livremente aceitar dinheiro, carregar
a arma, ninguém o forçou a fazer
o que ele fez”, avalia.
O irmão da missionária
acredita que o governo brasileiro está
“começando a acordar para as leis e
para a Constituição”. “Era nisso
que Dorothy acreditava, no governo, na constituição
e na lei”, diz David Stang. Ele diz que está
satisfeito com o andamento do caso. “Todas
as vezes que eu vim para o Brasil, a Justiça
estava fazendo o seu trabalho”, diz.
Esta é a nona vez
que David vem ao Brasil para acompanhar os
desdobramentos do assassinato de sua irmã.
Ele garante que virá outras vezes e
vai estar aqui nos outros julgamentos.
“Quero ver o julgamento
de Regivaldo [Regivaldo Pereira Galvão,
fazendeiro, um dos acusados de ser o mandante
do crime, que ainda não foi julgado].
Ele está sendo acusado de ser um dos
autores, e deve ter um julgamento. Não
acredito que a impunidade vai acabar no estado
enquanto não tivermos julgamentos.
Essas pessoas têm que ser julgadas pela
lei”, afirma.
Na avaliação
de David, Dorothy Stang foi morta porque acreditava
na dignidade dos pobres. “Ela não tinha
medo de levantar e dizer: 'isso está
errado'. Era uma das mais verdadeiras representantes
da lei na Amazônia, ela acreditava na
lei”, afirma.
Para ele, os resultados
da morte da irmã já começam
a aparecer. “Depois do assassinato de Dorothy,
muitas pessoas estão começando
a levantar e falar contra as injustiças”.
David destaca que Dorothy
amava o Brasil, as pessoas do Brasil e a Amazônia.
"Ela lutava por justiça e acreditava
que Brasil podia conquistar a justiça”.
+ Mais
Fazendeiro acusado de mandar
matar missionária será julgado
no ano que vem
23 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O segundo julgamento
do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida,
acusado de ser um dos mandantes do assassinato
da missionária norte-americana Dorothy
Stang, deverá acontecer só no
ano que vem. A sessão, que estava marcada
para a próxima quinta-feira (25), foi
adiada, porque o advogado do réu diz
estar com problemas de saúde.
Eduardo Imbiriba explica
que sentiu-se mal na semana passada devido
ao acúmulo de trabalho. “Procurei um
médico, ele constatou que eu estava
com pressão alta e recomendou não
fazer o julgamento durante esta semana, tendo
em vista que é um júri de muita
tensão mental e cansaço físico”,
justificou. O advogado diz que está
tomando medicação e irá
fazer uma bateria de exames nos próximos
dias.
Como a pauta da justiça
estadual tem outros processos a serem analisados,
a sessão de julgamento será
incluída na pauta do próximo
ano.
O advogado acredita que
o resultado do julgamento não será
influenciado pelo adiamento da sessão
e garante que vai lutar pela absolvição
de Bida, negando a co-autoria no crime. “A
dificuldade que a defesa vem encontrando nesse
processo é a grande pressão
exercida por organizações sociais
que atuam politicamente e exercem uma pressão
enorme em desfavor dos acusados. Mas isso
não nos intimida, vamos trabalhar da
melhor maneira possível, porque temos
provas para absolver Vitalmiro”, afirma.
Ele diz também que
a defesa não pretende atacar a vítima
e garante que Vitalmiro não tinha motivos
para encomendar a morte da missionária.
“Duas horas de sustentação oral
não serão suficientes para explorar
tudo o que temos em favor dele”.
Segundo o coordenador nacional
da Comissão Pastoral da Terra, José
Batista Afonso, o pedido de adiamento pode
ser uma estratégia da defesa, para
ganhar tempo e procurar provas em favor do
réu. Mas ele acredita que Vitalmiro
será condenado à pena máxima,
como ocorreu no primeiro julgamento.
O promotor de justiça
Edson de Souza, que atua no caso, avalia que,
se o pedido de adiamento foi uma estratégia
da defesa, pode ser uma “estratégia
suicida”. “Eles poderiam aproveitar esse momento
em que o Rayfran inocenta Vitalmiro para ver
se tinha algum reflexo no resultado do julgamento”,
afirma, lembrando que, no segundo dia de julgamento
de Rayfran das Neves Sales, realizado ontem
(22), o réu disse que o fazendeiro
não teve participação
no crime.
Vitalmiro Bastos de Moura
foi condenado, em maio deste ano, a 30 anos
de reclusão pela acusação
de mandar matar a missionária Dorothy
Stang, em fevereiro de 2005. Como a pena excedeu
os 20 anos de prisão, ele tem direito
a um novo julgamento.
O réu confesso do
assassinato da missionária Dorothy
Stang, Rayfran das Neves Sales, foi condenado
a 27 anos de prisão no segundo julgamento
do caso, concluído na madrugada de
hoje (23) em Belém (PA).
+ Mais
Pastoral da Terra defende
mais rigor na punição de responsáveis
pela violência no Pará
23 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A Comissão
Pastoral da Terra (CPT) quer mais rigor na
punição dos responsáveis
por crimes violentos no estado do Pará.
Além disso, a entidade defende mais
agilidade da Justiça no julgamento
de processos que envolvem assassinatos e que
não tenham tanta repercussão
como o caso Dorothy Stang.
Segundo o coordenador nacional
da entidade, José Batista Afonso, apenas
a punição dos responsáveis
pelos crimes pode acabar com a violência
na região. “Se isso não acontece,
a impunidade acaba funcionando como uma espécie
de licença para matar e a violência
não diminui”, afirma.
Para Afonso, a condenação
do assassino confesso da missionária
norte-americana Dorothy Stang, Rayfran das
Neves Sales, é um passo importante
na busca da justiça em relação
ao assassinato da missionária e também
no combate à impunidade no campo no
estado do Pará. Mas alerta que é
preciso dar a mesma atenção
a outros crimes ocorridos no estado.
“O que está acontecendo
em relação ao processo da missionária
não está acontecendo em relação
aos demais crimes acontecidos no estado do
Pará, que é o campeão
da violência no campo no Brasil. A mesma
celeridade dispensada a este caso não
está sendo aplicada aos outros processos”,
critica.
Ele acredita que as condenações
já ocorridas no caso Dorothy Stang
serviram para provocar algumas mudanças
na justiça paraense, como uma atenção
maior aos processos que apuram assassinatos
no campo.
Entretanto, o coordenador
da CPT diz que é preciso uma atuação
ainda mais firme do Poder Judiciário.
“A justiça não pode ter dois
comportamentos: um em relação
a um processo que tem bastante repercussão
e outro, em relação aos que
não têm repercussão”.
Além de representante nacional da CPT
e advogado da comissão, no Pará,
José Batista Afonso é advogado
da família de Dorothy Stang e atua
como assistente de acusação
no processo.
De acordo com a Comissão
Pastoral da Terra, de 1971 até o ano
passado, aconteceram 814 assassinatos no campo,
no estado do Pará. Desse total, apenas
seis mandantes foram julgados e condenados.
Destes, um está preso, e os outros
cinco estão foragidos ou aguardando
julgamento de recurso em liberdade.
+ Mais
Advogado de defesa pede
anulação do julgamento do assassino
de Dorothy Stang
23 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O réu confesso
do assassinato da missionária norte-americana
Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales, poderá
ter um novo julgamento. O advogado de defesa,
César Ramos, disse que vai pedir a
anulação do júri realizado
ontem (22), no qual o réu foi condenado
a 27 anos de prisão. Segundo ele, dois
dos sete jurados que participaram da sessão
não poderiam estar presentes, pois
também participaram do primeiro julgamento
do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida,
acusado de ser um dos mandantes do crime.
“O Supremo [Supremo Tribunal
Federal] entende que o jurado que já
participou do primeiro julgamento, ainda que
de réu diferente, não pode participar
mais de julgamentos no mesmo processo”, explica.
Além disso, segundo o advogado, a tese
sustentada pela defesa - de homicídio
privilegiado por motivo de relevante valor
moral – não foi aceita pelo juiz, o
que, segundo ele, se caracteriza como cerceamento
de defesa. “Esses dois fatos são suficientes
para anular o julgamento”, garante Ramos.
Para ele, o julgamento de
ontem foi influenciado pela opinião
pública. “Foi injusto porque a verdade
como deve ser vista não prevaleceu,
o que prevaleceu foi uma pressão que
a opinião pública impôs
sobre os jurados, e isso acaba atrapalhando
a lisura do julgamento”, afirma.
O promotor de justiça
Edson de Souza, que fez a acusação,
disse que o julgamento do caso Dorothy Stang
tem ajudado a diminuir a violência na
região sul do Pará. “As mortes
continuam acontecendo, como em toda a parte
do país, mas o assassinato de lideranças
como Dorothy Stang diminuiu bastante”, afirma.
Para o promotor, a intenção
do réu, ao negar que tenha recebido
dinheiro para matar Dorothy Stang, foi inocentar
os fazendeiros acusados de serem os mandantes
do crime. “Ele voltou a exercer a função
de soldado mandado, ou seja, ele sabia que
já estava condenado, então o
discurso dele passou a ser uma moeda de troca
por algum favor, financeiro eu acredito, porque
ele inocenta pessoas que estão acima
dele na pirâmide criminosa e acusa a
irmã [Dorothy Stang]”, explica.
Souza destaca que, ao sustentar
a versão de que estava sendo ameaçado
pela missionária, Rayfran piorou sua
imagem perante a opinião pública.
“As pessoas param a gente na rua e se dizem
satisfeitas com o resultado do julgamento”,
conta o promotor.
+ Mais
Réu confesso do assassinato
de Dorothy Stang enfrenta novo julgamento
no Pará
22 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Começou
hoje (22) às 8h30, em Belém
(PA) o segundo julgamento do réu confesso
do assassinato da missionária norte-americana
Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales. Ele
já havia sido julgado em dezembro de
2005, mas, como a pena excedeu 20 anos de
prisão, tem direito a um novo júri.
Na primeira sentença, o réu
foi condenado a cumprir pena de 27 anos de
reclusão.
O novo julgamento está
sendo conduzido pelo juiz Raimundo Moisés
Alves Flexa, da 2ª Vara penal da Comarca
de Belém. De acordo com a assessoria
de imprensa do Tribunal de Justiça
do Estado do Pará, o réu já
foi interrogado pelo juiz e agora responde
às perguntas da acusação
e da defesa.
A previsão do juiz
Moisés Flexa é de que o julgamento
dure mais de um dia. Dorothy Stang foi morta
com seis tiros no município de Anapu,
a 300 quilômetros da capital paraense,
em 12 de fevereiro de 2005. A missionária
trabalhava com a Pastoral da Terra e comandava
o programa em uma área autorizada pelo
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra).
Até agora, Rayfran
das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista
foram condenados como executores a 27 e 17
anos de reclusão, respectivamente.
Amair Feijoli da Cunha foi condenado a 27
anos de reclusão, como intermediário
do assassinato, acusado de contratar os pistoleiros.
O fazendeiro Vitalmiro Bastos
de Moura, conhecido como Bida, foi condenado
a 30 anos de reclusão pela acusação
de mandar matar a missionária. Regivaldo
Pereira Galvão, fazendeiro conhecido
como Taradão, também acusado
de mandante, aguarda julgamento de recursos
para definição de júri
popular.
+ Mais
Testemunhas são ouvidas
no julgamento do caso Dorothy Stang
22 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A primeira testemunha
que foi ouvida no segundo julgamento de Rayfran
das Neves Sales, réu confesso do assassinato
da missionária Dorothy Stang, é
Clodoaldo Batista, que também foi condenado
por participar do crime. No julgamento que
começou hoje (22), também foi
ouvido o delegado federal Pedro Monteiro.
Depois de ser questionado
pelo juiz Moisés Flexa, Clodoaldo Batista
respondeu às perguntas dos advogados
de defesa e da promotoria. A testemunha também
é réu no processo e já
foi julgado e condenado, em dezembro de 2005,
a 17 anos de prisão.
Batista reafirmou que não
participou diretamente do crime, que, segundo
ele, foi cometido exclusivamente por Rayfran.
Ele contou que os dois encontraram Dorothy
Stang quanto tinham saído para trabalhar
e receberam ameaças da missionária.
“A gente estava sendo ameaçado e pressionado”,
justificou.
Clodoaldo disse também
que reagiu com surpresa quando Rayfran das
Neves contou ao fazendeiro Vitalmiro Bastos
de Moura, acusado de ser um dos mandantes
do crime, que tinha matado Dorothy Stang.
A testemunha afirmou que ninguém deu
dinheiro nem ajudou os acusados a fugir.
O julgamento deve prosseguir
até a noite de hoje. Rayfran Sales
já havia sido julgado em dezembro de
2005, mas, como a pena excedeu 20 anos de
prisão, ele tem direito a um novo júri.
Na primeira sentença, o réu
foi condenado a cumprir pena de 27 anos de
reclusão.
+ Mais
Em novo julgamento, réu
confesso nega pagamento para matar Dorothy
Stang
22 de Outubro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O réu confesso
do assassinato da missionária norte-americana
Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales, confirmou
a autoria do crime, mas negou que tenha sido
contratado por fazendeiros para matá-la.
Em seu segundo julgamento, que começou
hoje (22), Rayfran disse que se sentia ameaçado
pela missionária. Dorothy foi morta
em fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará.
Para o promotor de Justiça
Edson Cardoso de Souza, que faz a acusação,
a estratégia do réu é
tentar inocentar os fazendeiros Vitalmiro
Bastos de Moura, conhecido como Bida, e Regivaldo
Pereira Galvão, conhecido como Taradão,
que seriam os mandantes do crime. Segundo
ele, a tese de que Rayfran estava sendo ameaçado
por Doroty Stang não é consistente.
“Nenhuma pessoa de mediana
inteligência vai acreditar numa situação
como essa: uma pessoa idosa - e ele mesmo
[Rayfran] confessa que ela abriu a bolsa para
tirar a Bíblia - [não] poderia
ameaçá-lo de alguma forma. Essa
nova tese tripudia com qualquer bom senso”,
afirmou o promotor, informando que irá
pedir a pena máxima para o acusado:
30 anos de reclusão.
A acusação
irá alegar que Rayfran matou a missionária
“com requintes de perversidade, dolosamente
e impulsionado por uma promessa de pagamento”.
De acordo com o promotor, Rayfran será
acusado de homicídio duplamente qualificado:
com promessa de pagamento e recurso que dificultou
a defesa da vítima. “Estamos imbuídos
do propósito de confirmar a sentença
anterior”, disse Souza.
Ao apresentar o argumento
de que Rayfran não recebeu pagamento
para matar, a defesa busca diminuir a pena,
já estipulada em 27 anos no primeiro
julgamento, para cerca de 17 anos. O advogado
que faz a defesa do réu, César
Ramos, disse, em entrevista à Agência
Brasil, que o assassinato foi um ato isolado
da vida de Rayfran. Segundo ele, não
houve promessa de recompensa nem formação
de consórcio para a realização
do crime.
“Vamos tentar mostrar o
contexto em que se desenvolveu a ação
do réu para que os jurados possam dar
uma pena compatível com a responsabilidade
dele no caso”, afirmou Ramos. De acordo com
ele, Rayfran estava sendo ameaçado
por Dorothy Stang.
“Ele vivia em estado de
ameaça, juntamente com outros trabalhadores
e, naquele momento, ela proferiu ameças,
que pelo contexto tinham cunho de veracidade
e poder de intimidação. Naquele
momento, ele perdeu o equilíbrio emocional
e acabou cometendo esse absurdo.”
O julgamento deve prosseguir até a
noite de hoje. Rayfran Sales já havia
sido julgado em dezembro de 2005, mas, como
a pena excedeu 20 anos de prisão, ele
tem direito a um novo júri. Na primeira
sentença, o réu foi condenado
a cumprir pena de 27 anos de reclusão.