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SÃO PAULO TESTARÁ ÔNIBUS MOVIDO A ETANOL NO TRANSPORTE PÚBLICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2007

23 de Outubro de 2007 - Renato Brandão - Da Agência Brasil - São Paulo - A cidade de São Paulo será uma das primeiras do Hemisfério Sul a testar ônibus movidos totalmente a etanol. Na manhã de hoje (23), foi oficialmente apresentado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo o ônibus a etanol brasileiro, projetado pelo Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa faz parte do programa Etanol para o Transporte Sustentável, da União Européia – em inglês, Bioethanol for Sustainable Transport (Best).

O Best incentiva a substituição do diesel no transporte público urbano mundial por combustíveis menos poluentes, como o etanol brasileiro. Os veículos utilizados no projeto serão avaliados para demonstrar a eficiência energética do etanol. Os resultados serão encaminhados a uma comissão da União Européia, que fará recomendações para a formulação de políticas públicas que incentivem o uso do combustível alternativo na frota pública.

Entre a concepção e a apresentação do veículo, foram 22 meses de trabalho. Segundo José Roberto Moreira, professor aposentado do Instituto de Eletrotécnica e Energia, presidente do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) e principal articulador do Best no Brasil, cada ônibus a etanol custará de R$ 400 mil a R$ 500 mil.

Para Moreira, os ganhos para o meio ambiente compensam o preço mais alto que os ônibus movidos a diesel. “Você evita os gases de efeito estufa, que é uma contribuição para o mundo, e você evita esta poluição local, que aparece no escapamento dos ônibus e caminhões", diz.

Segundo o professor, um ônibus movido a etanol poluirá 80% menos que um movido a diesel. “Em vez de colocar biodiesel no lugar do diesel, vamos colocar etanol no lugar do diesel”. Segundo o professor, o uso do etanol nos ônibus reduzirá em 90% a emissão de partículas e em 62% o lançamento de dióxido de nitrogênio, outro gás poluente. O etanol, ressalta, tem ainda a vantagem de não conter enxofre, principal responsável pela chuva ácida.

Moreira também alega que o motor diferente terá rendimento semelhante ao dos ônibus atuais. Segundo ele, o motor a etanol é tão eficiente quanto o movido a diesel e atende às exigências do Euro 5 – legislação que regulamenta a utilização de motores na União Européia e está prevista para vigorar a partir de 2009.

A desvantagem, no entanto, seria a diferença de preços entre os combustíveis. Hoje, o etanol está, em média, de 6% a 7% mais caro que o diesel. "Pode-se ser que a gente consiga tirar esta diferença graças ao auxílio dos árabes, que continuam insaciavelmente aumentando o preço do petróleo, ou a um incentivo fiscal que a gente conseguir", avalia o professor.

Segundo Alexandre de Moraes, secretario municipal dos Transportes de São Paulo, dois ônibus movidos a etanol devem entrar em circulação até dezembro. Primeiramente, os dois veículos trafegarão pela rota de ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), operada pelo governo do estado, no corredor que liga os bairros Jabaquara (zona sul) a São Mateus (zona leste).

A capital possui cerca de 15 mil ônibus que fazem o transporte público coletivo. Além de São Paulo, participam da iniciativa Dublin (Irlanda), La Spezia (Itália), Estocolmo (Suécia), Somerset (Reino Unido), Roterdã (Holanda), Nanyang (China), Madri (Espanha) e todo o País Basco (Espanha).

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São Paulo adere a pacto contra desmatamento na Amazônia

26 de Outubro de 2007 - Vinicius konchinski - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O estado de São Paulo, maior consumidor de madeira extraída da floresta amazônica, aderiu hoje (26) ao Pacto pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, que visa ao fim da derrubada de árvores na região até 2015.

O pacto foi elaborado por nove organizações não-governamentais: Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace, Instituto Centro da Vida, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), The Nature Conservancy (TNC), Conservação Internacional, Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e WWF-Brasil.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor de políticas públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão, disse que esse pacto busca direcionar ações do governo e da sociedade para viabilizar a conservação da floresta, sem prejudicar quem depende da exploração. “Queremos criar formas para que os moradores recebam para conservar a área. Assim, não precisariam mais viver da exploração”, diz.

As organizações não-governamentais estimam que seria necessário R$ 1 bilhão para acabar com o desmatamento na região em sete anos. Os recursos viriam de investimentos do governo e de doações de fontes nacionais e internacionais.

“Como maior centro consumidor de madeira da Amazônia – em torno de 15% do total – e à frente inclusive de países como a França (11%) e a China (12%), São Paulo tem que assumir a responsabilidade de combater o desmatamento daquela região”, afirmou o secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, em comunicado do governo paulista.

Segundo Sérgio Leitão, os estados de Mato Grosso, Amapá, Acre e Amazonas já aderiram à proposta, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em São Paulo, acrescentou, o foco das ações será o combate à venda de madeira derrubada ilegalmente na Amazônia – cerca de 90% dos mais de 10 milhões de metros cúbicos retirados por ano.

Ontem (25), em uma operação da Secretaria do Meio Ambiente, foram apreendidos 210 metros cúbicos de madeira com documentação irregular em revendedoras da cidade. Dos 16 estabelecimentos fiscalizados, seis foram autuados e pagarão multas que, no total, ultrapassam R$ 300 mil. Os responsáveis responderão a processos criminais e poderão ficar de seis meses a um ano presos, conforme prevê a Lei de Crimes Ambientais.

Desde setembro, outros 310 metros cúbicos de madeira foram apreendidos em 20 pontos de bloqueio montados em rodovias do estado. As multas somam R$ 234 mil.

As organizações não-governamentais que elaboraram o pacto estimam que 17% da floresta amazônica foram destruídos até 2006. E afirmam que queimadas e desmatamentos, localizados principalmente naquela região, fazem do Brasil o quarto maior poluidor do mundo.

O secretário Graziano e o governador José Serra participaram da cerimônia de adesão do governo paulista ao pacto.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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