Londres, Inglaterra — Declaração
foi feita pelo secretário
de Estado para Negócios, Empreendimentos
e Regulamentações do Reino Unido,
John Hutton, em entrevista ao jornal britânico
The Observer.
Esta é a primeira
vez que uma fonte oficial do governo britânico
admite que o programa de novos reatores não
estará pronto até o final da
década, confirmando o que os ambientalistas
já afirmam há tempos: a energia
nuclear não é solução
para a urgência do problema da mudança
climática, devido a seus altos custos
e ao tempo de construção de
reatores.
Segundo Hutton, o primeiro
reator da nova geração não
deverá entrar em operação
antes de 2017. “É improvável
que a energia nuclear contribua de forma significativa
para as metas do clima até 2020. No
entanto, ela poderá ter seu papel no
longo prazo”, afirmou.
A declaração
foi feita em meio à crise que atinge
o setor nuclear do Reino Unido. O principal
executivo de geradores nucleares da British
Energy, Bill Coley, está sendo pressionado
a deixar o cargo após anunciar o fechamento
de mais dois reatores obsoletos por causa
de problemas técnicos na semana passada.
Hutton admitiu que a falta
de recursos e de pessoal na indústria
nuclear do Reino Unido pode comprometer a
expansão do setor no país. “Estamos
cientes dos gargalos na nossa capacidade,
e claramente vai haver uma pressão
maior na indústria nuclear global pelo
aumento de demanda.”
O Reino Unido, que apostou
de forma equivocada na expansão de
seu parque nuclear para reduzir suas emissões,
encontra-se agora em uma encruzilhada energética.
O país tem uma das matrizes energéticas
mais poluentes de toda a União Européia,
baseada em energia fóssil (majoritariamente
carvão) e nuclear e só 1% de
renováveis, muito atrás de países
como Alemanha e Dinamarca. Este contexto coloca
em dúvida a capacidade de o Reino Unido
atingir a meta de 20% de renováveis
até 2020, estabelecida pela União
Européia no início do ano.
+ Mais
Brasil tem a oportunidade
de mostrar ao mundo a primeira Copa verde
Proposta do governo amazonense
feita à Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) prevê a
preservação da floresta para
mitigar a emissão de gases do efeito
estufa durante a Copa de 2014.
Zurique, Suíça
— Confirmado como sede do evento em 2014,
o Brasil ganha vitrine mundial para mostrar
medidas adotas para o desenvolvimento sustentável
e a preservação da Amazônia.
Agora é oficial:
a Copa do Mundo de 2014 será realizada
no Brasil, segundo anúncio feito nesta
terça-feira na sede da Fifa em Zurique,
na Suíça. E a grande festa do
futebol será uma excelente vitrine
para o país mostrar ao mundo que é
possível promover o desenvolvimento
sustentável, preservando a floresta
amazônica e beneficiando as comunidades
da região.
Manaus é uma das
cidades candidatas a ser uma das sedes do
evento no Brasil - são 18 cidades brasileiras
concorrendo a 12 vagas, com o anúncio
ocorrendo em dezembro de 2008 - tem como trunfo
o pacote de medidas anunciado em abril e maio
deste ano pelo governador do Amazonas, Eduardo
Braga, estabelecendo uma política estadual
de combate ao aquecimento global e propondo
o uso da Copa de 2014 para aumentar a proteção
à Amazônia.
"A iniciativa da Fifa
de realizar a Copa no Brasil contribuirá
para que o desenvolvimento sustentável
ajude o nosso povo a conservar esse insubstituível
patrimônio ambiental que é a
floresta amazônica", afirmou Braga
durante a apresentação em Zurique
da proposta brasileira para receber o evento.
A proposta do governo amazonense
feita à Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) prevê a
preservação da floresta para
mitigar a emissão de gases do efeito
estufa durante a Copa de 2014. O Greenpeace
contribuiu na elaboração do
projeto e colocou a estrutura da organização
à disposição da CBF e
do governo do Amazonas para detalhar a proposta
do mecanismo de compensação.
"O Greenpeace está
trabalhando para zerar o desmatamento na Amazônia
e apoiamos todas as iniciativas de proteção
à floresta”, disse Paulo Adario, coordenador
da campanha da Amazônia, do Greenpeace.
“Essa Copa vai ter um forte componente ambiental
e o governo do Amazonas e a CBF contam com
todo nosso apoio para fazer deste evento o
mais verde possível”.