8 de Novembro de 2007 -
Alana Gandra - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A Fundação
Nacional de Saúde (Funasa) deu início
hoje(8) ao curso a distância
Vigilância Alimentar e Nutricional para
a Saúde Indígena, que será
acompanhado via internet por profissionais
e gestores da saúde de todo o país.
O curso é fruto de
uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde
Pública (Ensp), a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério
da Saúde. A duração está
prevista para um ano.
O diretor do departamento
de Saúde Indígena da Funasa,
Wanderley Guenka, avalia que a iniciativa
vai contribuir para aumentar a vigilância
nutricional e alimentar nas comunidades indígenas.
"Estamos capacitando
profissionais que atuam na saúde indígena,
e esperamos com isso que possamos ter o perfil
nutricional dessa população
indígena, principalmente dos menores
de cinco anos de idade”.
Segundo ele, há um
índice importante de desnutrição
entre as crianças indígenas,
“principalmente naquelas etnias que têm
falta de território”.
Ele acrescenta que isso
pode ser observado especialmente nas populações
que vivem em reservas reduzidas, que não
oferecem métodos tradicionais de alimentação,
como a caça e a pesca.
A primeira turma do curso
tem 241 inscritos - todos com formação
em nível superior. São profissionais
e gestores de saúde que atuam nos Distritos
Sanitários Especiais Indígenas.
Em 2008, devem ser abertas
mais 250 vagas. O diretor da Funasa disse
que a está preparando, em conjunto
com a Ensp, outro curso de aperfeiçoamento
a distância para profissionais de nível
médio.
O curso iniciado hoje engloba
seis módulos, abordando desde as especificidades
dos povos indígenas, questões
culturais e antropológicas até
a vigilância alimentar e nutricional.
Em 2005, o balanço
parcial das ações emergenciais
da Funasa na região sul do Mato Grosso
do Sul para evitar mortes relacionadas à
desnutrição entre as crianças
guarani e kaiowá revelou 21 casos de
desnutrição grave, 106 casos
de desnutrição moderada, 328
casos de crianças em situação
de risco nutricional e 38 casos de sobrepeso.
Foram examinadas 2.131 crianças nas
aldeias do sul do estado, onde vivem cerca
de 37 mil indígenas.
Denúncia de indígenas leva PF
a cumprir mandados de apreensão no
Mato Grosso do Sul
8 de Novembro de 2007 -
Camila Vassalo e Paloma Santos - Da Agência
Brasil - Brasília - Cerca de 40 policiais
federais iniciaram ontem (7) uma operação
para cumprir 20 mandados de busca e apreensão
em residências indígenas, da
aldeia de Nhanderu Marangatu, e em fazendas
do município de Antônio João
(MS).
Segundo nota divulgada pela
Polícia Federal (PF) hoje (8), a operação
atendeu a determinação da Justiça
Federal em Ponta Porã (MS) a partir
de representação do Ministério
Público Federal que tem recebido denúncias
de exploração sexual, ameaça,
lesão corporal, porte ilegal de arma
de fogo e furto de gado na região.
De acordo com a nota, os
índios da etnia Guarani-Kaiowá
querem que parte das fazendas do local sejam
transformadas em reservas indígenas,
mas os fazendeiros são contra a desapropriação.
Nas fazendas foram encontradas
seis armas: dois revólveres de calibre
22, uma espingarda do mesmo calibre, uma escopeta
calibre 12 e dois fuzis calibre 762, um deles
com brasão do Exército Brasileiro.
Além disso, a PF apreendeu munição,
moto-serras, rádio amador e agrotóxicos,
todos desprovidos de documentação
legal. Apenas uma pessoa foi presa.
A Polícia Federal
informou que já planeja outras operações
na região, com objetivo de coibir novos
conflitos entre indígenas e fazendeiros.
Na última quinta-feira
(1º), a Agência Brasil publicou
denúncia de exploração
sexual, abusos e intimidação
por parte dos seguranças de uma das
fazendas onde a PF cumpriu mandado, a fazenda
Fronteira. A área fica a 6 quilômetros
do município de Antônio João,
em Mato Grosso do Sul. A denúncia foi
feita por índios da etnia Guarani-Kaiowá
A Agência Brasil tentou
conversar com o responsável pela fazenda
Fronteira e ex-prefeito do município,
Dácio de Queirós, mas a assessoria
de imprensa do ex-prefeito informou que ele
não vai se pronunciar sobre o assunto.
+ Mais
Especialistas debatem alternativas
para o consumo sustentável de madeira
6 de Novembro de 2007 -
Camila Vassalo - Da Agência Brasil -
Brasília - Especialistas e parlamentares
discutiram hoje (6) a criação
de procedimentos para a aquisição
responsável de madeira, exigindo provas
de sua legalidade e origem. O objetivo é
evitar a destruição de florestas
e combater o consumo indiscriminado de madeira.
Os debates sobre a licitação
sustentável para aquisição
de madeira por parte dos governos (federal,
estadual e municipal) foram realizados durante
audiência pública na Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
na Câmara dos Deputados.
Para a diretora regional
do Conselho Internacional para Iniciativas
Ambientais Locais (ICLEI), Laura Valente de
Macedo, o debate propõe uma reflexão
a respeito das compras públicas sustentáveis.
“Se a gente não souber o quanto está
desmatando, o quanto está sendo consumido,
não poderemos fazer a ponte nem definir
alternativas para resolver o problema”, disse
Laura Valente.
O ICLEI afirmou que há
um projeto piloto na América Latina,
iniciado em maio de 2007 em parceria com a
embaixada britânica, que pretende aumentar
a demanda do mercado por produtos ambientais
e socialmente preferíveis, através
de apoio aos esforços de aquisições
públicas por parte dos governos estaduais
e municipais. Esse projeto inclui os governos
estaduais de Minas Gerais e de São
Paulo.
Segundo o conselho, em 2004,
uma iniciativa semelhante foi implantada na
Europa. Atualmente, mais de 200 instituições
européias participam da rede conhecida
como Compre Verde.
O deputado Luiz Carreira
(DEM-BA), que é coordenador do Grupo
de Trabalho de Floresta da Frente Parlamentar
Ambientalista, afirmou que os debates se concentraram
nas alternativas possíveis para regulamentar
a questão das compras sustentáveis.
Carreira explicou que cerca
de 23 cidades no interior de São Paulo
já adotam práticas de compras
sustentáveis e que o estado já
possui uma regulamentação sobre
o assunto. Segundo ele, outras cidades brasileiras
também estão adotando essa prática.
“Foi possível também
ver as iniciativas que estão sendo
tomadas pelo Ministério do Meio Ambiente
que está buscando regulamentar essa
questão das compras federais e fazer
de forma sustentável, incorporando
a questão ambiental à da madeira
ilegal, proibindo a compra, ordenando esse
processo e disciplinando”, disse Carreira.
A coordenadora do Programa
de Consumo Sustentável da Fundação
Getúlio Vargas (FGV) em São
Paulo, Raquel Biderman, explicou que o governo
federal vem desenvolvendo algumas iniciativas
nessa área e que atualmente há
uma mobilização maior, não
só para alteração da
lei de licitação geral, mas
para incorporar o critério ambiental
nas compras e contratações.
Durante a audiência
pública, o coordenador da Campanha
da Madeira e Desmatamento da Amazônia
do Greenpeace, Marcelo Marquesini, apresentou
o programa Cidade Amiga da Amazônia
que consiste na criação de uma
legislação municipal que elimine
a madeira de origem ilegal e de desmatamentos
criminosos de todas as compras municipais.
Ele disse que o programa deve ajudar a criar
condições de mercado para a
madeira produzida de forma sustentável
na Amazônia.
Ainda estiveram presentes
à audiência pública como
expositores o diretor de Economia e Meio Ambiente
do Ministério do Meio Ambiente, Luiz
Fernando Krieger Merico; o engenheiro florestal
do WWF Brasil, Estevão Braga e o diretor
da Fundação SOS Mata Atlântica,
Mário César Montovani.
+ Mais
Secretário-geral
da ONU chega domingo ao Brasil para conhecer
projetos ambientais
9 de Novembro de 2007 -
Morillo Carvalho - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Desde que assumiu
em janeiro deste ano a secretaria-geral das
Nações Unidas, Ban Ki-moon fará
sua primeira visita ao Brasil de 11 a 13 de
novembro. Na agenda, além de encontro
com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o secretário fará uma
visita a uma usina de biocombustíveis
e conhecerá, no Pará, pesquisas
sobre a Amazônia.
Ban Ki-moon quer conhecer
os esforços do Brasil na questão
das mudanças climáticas. Segundo
o chefe do Departamento de Meio Ambiente do
Ministério das Relações
Exteriores, ministro Luiz Alberto Figueiredo,
esta é a principal pauta proposta pelo
secretário às Nações
Unidas.
Depois de conhecer uma usina
de etanol de Jaboticabal, em São Paulo,
o secretário será recebido pelo
presidente Lula para um almoço no qual
tratarão da agenda política
internacional, como o processo de reforma
das Nações Unidas.
O secretário vai
a Belém e Santarém, no Pará,
para conhecer projetos de combate ao desmatamento
da Amazônia.
"A região amazônica
é particularmente vulnerável
às mudanças do clima. Estudos
indicam que ela, assim como outras florestas
tropicais, passam por um processo de savanização
[transformação em savana]. O
secretário está preocupado com
isso", disse o diplomata.