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OPERAÇÃO ENCONTRA MADEIRA E CARVOARIAS ILEGAIS EM FAZENDA NO LIMITE DA TERRA INDÍGENA ARARIBÓIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

13 de Novembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado especial - Amarante (MA) - Agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) descobriram hoje (13) cerca de 2 mil estacas de madeira extraídas ilegalmente e uma carvoaria clandestina dentro de uma fazenda de 200 alqueires, localizada entre as terras indígenas Araribóia e Governador, no Maranhão.

O proprietário da Fazenda Ouro Preto, Antônio José Alves de Souza, de 51 anos, foi multado em R$ 6,6 mil por fiscais do Ibama. A madeira será recolhida e ficará sob a custódia da Funai. O valor da multa poderá ser acrescido e chegar a R$ 120 mil, caso a contagem, na retirada da madeira, aponte maior quantidade do que a estimada e depois de feita a medição da área desmatada sem autorização do Ibama. A conduta ilegal ainda pode gerar pena de 3 meses a 4 anos de reclusão aos responsáveis.

“O fazendeiro tem 20 dias para fazer a defesa junto ao Ibama. Ele pode pedir parcelamento da multa ou até conseguir a madeira de volta, mas isso será avaliado pelo procurador, dependendo de documentos que forem apresentados”, explicou o agente de fiscalização do Ibama, Mauro Lélis.

As toras de madeira que estavam estocadas no local são de Aroeira, Itaúba Preta, Candeia e Pau Santo. Segundo as autoridades, imagens de satélite mostram que elas só são encontradas dentro da reserva indígena.

“A região desta fazenda já estava toda desmatada há mais tempo, e os devastadores deixam a terra queimada para tentar driblar a fiscalização”, disse Thais Gonçalves, coordenadora de proteção de terras indígenas da Funai.

A ocorrência faz parte da Operação Araribóia, planejada para combater a extração ilegal de recursos naturais na terra indígena de Araribóia, localizada no estado do Maranhão.

Ao chegarem à sede da Fazenda Ouro Preto, os agentes interrogaram Alecssandro Santos Souza, de 26 anos, que foi identificado como filho do proprietário. Sem documentos pessoais, ele admitiu não ter autorização legal para o desmate da área.

Assustado com a movimentação dos agentes, ele chegou a oferecer peixe frito à equipe, mas foi informado que teria de acompanhar a força-tarefa até a cidade de Amarante. “Sou meio mal informado”, respondeu ao ser questionado sobre a prática de crimes ambientais. Ele se justificou dizendo que a única forma de criar gado é com a derrubada de árvores para fazer pasto e cerca.

Na cidade, os fiscais localizaram o dono da fazenda, Antônio José Alves de Souza, que confessou ter comprado estacas retiradas da terra indígena. Negou, entretanto, que tenha feito isso negociando com índios. “Comprei de homens brancos”, disse Souza.

Ele também alegou desconhecer as proibições legais. Após os esclarecimentos dos fiscais do Ibama, Souza reclamou da dificuldade de trabalhar “com tanta exigência da lei”.

Segundo o chefe do posto indígena da Funai na Terra Araribóia, Hélio Sotero, durante as investigações da operação, vários índios apontaram o fazendeiro como um dos maiores compradores de madeira extraída ilegalmente na região.

Outra equipe da operação já efetuou o lacre de quatro madeireiras em Amarante. A população da cidade acompanha com curiosidade a movimentação dos agentes, mas os moradores evitam fazer comentários. Dizem, no máximo, saber que há muita ilegalidade na região. Em outras áreas da terra índígena, já houve apreensão e queima de droga, recolhimento de veículos e o fechamento de serrarias.

A Operação Araribóia não tem data prevista para acabar e deve receber, ainda esta semana, de acordo com o administrador regional da Funai em Imperatriz (MA), José Leite Piancó, o apoio de homens da Força Nacional de Segurança.

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Cacique prevê represálias de brancos depois da Operação Araribóia

14 de Novembro de 2007 - Marco Antonio Soalheiro - Enviado especial - Imperatriz (MA) - A falta momentânea de energia no início da noite de ontem (13) na Aldeia Rubiácea não ofuscou a lucidez do capitão Damásio Belizário – forma como são chamados os caciques na região. Foi ele quem autorizou o uso da aldeia como base de equipe da Operação Araribóia. Em entrevista à Agência Brasil, Belizário mostrou estar preparado para as possíveis conseqüências de seu gesto.

“Eu acho que vai dar problema quando o pessoal sair. Já me contaram que os madeireiros vão me matar . Mas não vamos sair correndo da nossa reserva . Temos arco e flecha para usar”.

Belizário diz que conta com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para proteger a a aldeia, localizada na Terra Indígena Governador, a cerca de 5 quilômetros da Terra Araribóia. Da cidade de Amarante, no oeste do Maranhão, até lá são 14 quilômetros de muito buraco e poeira, que podem ser vencidos com caminhão, veículo tracionado ou moto.

As casas são de alvenaria e as crianças estudam da primeira à oitava séries dentro da aldeia. Os índios são da etnia Gavião, espécie de parentes dos Guajajara. Aos vizinhos da outra etnia, o cacique da Rubiácea deu um conselho: “Paramos de mexer com madeira em 1994. Nossa renda vem da roça, com milho, mandioca, arroz, batata e abóbora. Os parentes também poderiam cancelar a renda de madeira deles. Muitos já foram embora assim”.

Segundo a administração regional da Funai de Imperatriz, 64 índios da etnia Guajajara morreram nos últimos 16 anos em confrontos com madeireiros ou acidentes de trabalho em atividades de desmate. A coordenação da Operação Araribóia também admite que ainda há índios colaborando com os criminosos.

Segundo o cacique Gavião, madeireiros já passaram várias vezes em seu “terreiro” atirando, antes da chegada dos agentes de fiscalização.

O chefe do posto indígena da Funai no local, Hélio Sotero, informou que será marcada uma reunião nos próximos dias entre representantes do Ministério Público, Prefeitura de Amarante, madeireiras, Funai, Ibama e Polícia Rodoviária Federal, em que serão abordadas as ameaças intimidatórias. Ele lembrou que a Operação Araribóia pode ser prorrogada por tempo indeterminado.

“Vamos mostrar aos madeireiros que quem manda somos nós e não eles. Podemos tentar conciliar, mas aqui na região de Amarante eles são covardes”.

Desde a última semana, do iníco da noite às primeiras horas da manhã seguinte, cerca de 20 agentes da Funai, Ibama e PRF repõem as energias na aldeia Rubiácea. É quando descansam , se alimentam e planejam as próximas ações de fiscalização na Terra Indígena Araribóia.

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Policial admite dificuldade para chegar a donos de roças de maconha em terra indígena

14 de Novembro de 2007 - Marco Antonio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Grajaú (MA) - O inspetor Wellker Faria, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), avaliou que será difícil conseguir chegar aos proprietários de plantações de maconha na Terra Indígena Araribóia, situada no oeste do Maranhão. O inspetor chefia o contingente da PRF envolvido na Operação Araribóia, que combate a exploração ilegal de recursos naturais na área indígena, onde vivem aproximadamente 8 mil índios guajajara e 50 isolados da etnia Guajá.

“Queremos destruir as roças, e descobrir quem usa a área para este fim. Mas o dono já planta em terra indígena justamente para fugir da fiscalização, e não vai até lá”, explicou Faria, em entrevista à Agência Brasil.

Em sobrevôo realizado há alguns dias, os agentes da Polícia Rodoviária Federal visualizaram pelo menos seis grandes roças de maconha em terra indígena, nas proximidades do município maranhense de Arame (no extremo leste de Araribóia).

“Estamos fazendo contato com as aldeias e, nos próximos dias, vamos fazer a erradicação das plantações”, afirmou o inspetor. Os índios da etnia guajajara que vivem na região mantém pequenas plantações de maconha, para consumo próprio.

As autoridades fiscalizadoras acreditam que os Rios Buritipucu e Pindaré facilitam a entrada de criminosos na terra indígena.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) é responsável pela coordenação da operação, que tem o apoio da PRF, da Polícia Federal (PF), da Polícia Militar do Maranhão e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Durante a operação, foram apreendidos e queimados 5 mil pés de maconha e 81 quilos do produto pronto para processamento. Agentes envolvidos na operação também fecharam cinco serrarias em Arame e lacraram quatro madeireiras em Amarante.

Hoje 48 policiais rodoviários federais se deslocam para um acampamento do Exército montado próximo ao município de Arame. A idéia é que, com a base no local, seja possível permitir a presença de agentes da PRF e também da Funai, do Ibama, da PF, e da Força Nacional de Segurança durante todo o dia na Terra Indígena Araribóia.


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Operação em terra indígena apreende caminhões carregados de madeira extraída ilegalmente

12 de Novembro de 2007 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado especial - Antonio Cruz/ABr - Imperatriz (MA) - O motorista José Luís do Nascimento teve o caminhão apreendido pela Operação Araribóia, que combate crimes ambientais em terra indígena
Imperatriz (MA) - A Operação Arariboia, que combate a exploração ilegal de recursos naturais na Terra Indígena Araribóia, já recolheu uma dezena de caminhões carregados de madeira extraída ilegalmente no oeste do Maranhão.

Na ponta do esquema, as consequências não tardam. O caminhoneiro José Luiz do Nascimento perdeu o veículo, apreendido nas proximidades da cidade de Amarante, e também a fonte de renda.

“Estou desempregado e vivendo de favor na casa do meu sogro”, disse Nascimento. Mas confessa que sabia do uso do caminhão para atividade ilegal, quando emprestou a um irmão. “A gente sabe que é proibido, mas não tem outra opção”.

Perguntado sobre o contratante do serviço, Nascimento desconversou e disse não saber apontar. O veículo, ano 1978, foi comprado este ano por R$ 40 mil e encontra-se detido no pátio da administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Imperatriz.

A coordenadora de Proteção de Terras Indígenas da Funai, Thais Gonçalves, informou que em regra os veículos apreendidos têm problemas de registro e documentação. “São veículos muitas vezes roubados, com chassi adulterado e em péssimas condições. Rodam apenas em trajetos curtos, de aproximadamente 20 quilômetros da floresta até as serrarias do entorno [da área indígena]”.

Os veículos usados na prática de crime são perdidos. Uma eventual recuperação depende de decisão judicial, o que pode levar aproximadamente seis meses.

A Funai é responsável pela coordenação da Operação Araribóia, com o apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Maranhão e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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