Lula, corra e olhe o céu:
Amazônia pede socorro!
21 de Novembro de 2007 -
Centenas de balões sobem aos céus
de Brasília com cinzas da floresta
amazônica em protesto contra o desmatamento
e em defesa do clima.
Brasília (DF), Brasil — Centenas de
balões pretos e brancos sobem aos céus
de Brasília com cinzas da floresta
em protesto contra o desmatamento e em defesa
do clima.
Centenas de balões
pretos e brancos pintados com o símbolo
do gás carbônico (CO2), o principal
gás de efeito estufa, içaram
uma urna funerária cheia de cinzas
da floresta amazônica em frente ao Palácio
do Planalto, em Brasília. As cinzas
foram recolhidas no interior da Floresta Nacional
do Jamanxim, no Pará, uma área
protegida invadida e queimada ilegalmente
este ano, e simbolizam o agravamento das mudanças
climáticas devido à destruição
da floresta.
A urna carregava uma faixa
dizendo, em português e inglês,
“Salve a Amazônia, salve o Clima”, um
apelo do Greenpeace ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para que o governo brasileiro
se comprometa concretamente com o fim do desmatamento
na Amazônia e assuma suas responsabilidades
na redução do aquecimento global.
Em anúncio veiculado
nesta quarta-feira num jornal de grande circulação
do país, o recado foi reforçado:
"Presidente Lula: o problema das mudanças
climáticas está bem embaixo
do seu nariz." (ver ao lado)
Lula recebeu uma cópia
do anúncio durante o Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas, realizado
na tarde desta quarta-feira no Palácio
do Planalto, das mãos do coordenador
da campanha da Amazônia do Greenpeace,
Paulo Adario. Em discurso, Adario lembrou
que o próprio presidente pedira, em
outras ocasiões, para ser 'cutucado'
pela sociedade civil. Lula reagiu com bom-humor
ao receber a peça publicitária.
"Podem cutucar, mas não cutuquem
com vara curta."
O presidente também
recebeu a proposta de pacto pelo fim do desmatamento,
idealizada por ONGs nacionais que inclui a
adoção de metas de redução
anual da derrubada da floresta até
que se chegue ao desmatamento zero em 2015,
e posou para fotos com a camisa da campanha
do Greenpeace contra a destruição
da Amazônia.
O protesto pacífico
do Greenpeace teve o apoio de parlamentares
e acontece a menos de duas semanas do início
da Convenção da ONU sobre Clima,
em Bali, na Indonésia, onde delegações
de 189 países vão se reunir
para debater formas de combater o aquecimento
global, incluindo as emissões provenientes
da destruição das florestas
tropicais. Embora o governo Lula tenha criado
mais de 19 milhões de hectares em áreas
protegidas, como a Flona do Jamanxim, muitas
ainda carecem de implementação
adequada, ficando vulneráveis ao ataque
de grileiros, fazendeiros e madeireiros.
Lula afirmou, durante o
Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas, que a reunião em
Bali é muito importante para o Brasil
e pediu publicamente durante o encontro que
o ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, fosse pessoalmente a Bali para
liderar a delegação brasileira
nas negociações.
O ministro-interino do Meio
Ambiente, João Paulo Capobianco, defendeu
durante seu discurso no Fórum a criação
de políticas públicas mensuráveis
para combater o aquecimento global. Após
o encerramento da reunião, o negociador-chefe
da delegação brasileira em Bali,
Luis Alberto Figueiredo, reiterou que além
de mensuráveis elas deveriam ser também
transparentes para que possam ser monitoradas
e avaliadas pela sociedade brasileira. Resta
saber se podemos interpretar que o governo
brasileiro está acenando com a possibilidade
de assumir metas nacionais para o combate
do desmatamento.
“A Amazônia está
indo para o espaço, desmatada e queimada
para dar lugar a pastos para gado, como ocorre
na Flona do Jamanxim, ou campos de soja”,
disse Paulo Adário, coordenador da
campanha da Amazônia do Greenpeace.
“É responsabilidade do governo parar
imediatamente esse processo. Não há
mais tempo a perder: a redução
de emissões brasileiras de gases que
provocam o aquecimento global passa por zerar
o desmatamento na Amazônia o mais rapidamente
possível. O Brasil não pode
mais queimar o futuro do planeta”, acrescentou.
O diretor de campanhas do
Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, lembrou
que o Brasil é parte do problema “e
deve, portanto, assumir sua parcela de responsabilidade
na luta contra o aquecimento global”.
“O governo brasileiro”,
disse Furtado, “tem a chance de mostrar uma
postura proativa durante a Conferência
de Clima, em Bali, garantindo a inclusão
de florestas no segundo período de
compromisso do Protocolo de Kyoto – tanto
pelo enorme potencial de redução
de emissões de gases do efeito estufa
quanto pelo imensa biodiversidade da Amazônia”.
Segundo Furtado, que cobrou a implementação
imediata de uma política nacional de
mudanças climáticas, “a solução
não está do outro lado do mundo,
mas bem ao alcance das mãos do governo
brasileiro”.
Pelo menos 20% das emissões
globais de gases do efeito estufa provêem
da destruição das florestas
tropicais. No Brasil, esta conta é
ainda mais perversa. Cerca de 75% das emissões
brasileiras de gases que provocam o aquecimento
global são decorrentes dos desmatamentos,
principalmente na Amazônia, e mudanças
no uso do solo.
A Amazônia já
perdeu 17% da cobertura florestal original
e uma área similar se encontra severamente
degradada. Se soluções não
forem encontradas e implementadas nos próximos
dez anos, a floresta poderá estar irreversivelmente
ameaçada, com conseqüências
desastrosas para a biodiversidade e o clima
do planeta.
+ Mais
Destruição
da Amazônia chega à praia de
Copacabana
23 de Novembro de 2007 -
Painéis fotográficos montados
nas areias de Copacabana revelam as causas
e conseqüências do desmatamento
da Amazônia para o clima global
Rio de Janeiro, Brasil — Exposição
Aquecimento Global: Apague essa Idéia
chama a atenção dos cariocas
para a necessidade de se preservar a maior
floresta tropical do mundo.
Uma imensa tora de tauari,
de 12 metros de comprimento, totalmente queimada,
alterou nesta sexta-feira o cenário
da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro,
chamando a atenção dos cariocas.
Exposta em um caminhão
decorado especialmente para transportá-la,
e ladeada por seis painéis de 3 x 4
metros com imagens de queimadas, desmatamentos
e impactos das mudanças climáticas,
a árvore é a principal atração
da exposição itinerante “Aquecimento
Global: Apague essa idéia”, do Greenpeace,
que mostra a destruição da Amazônia.
Ela ficará em Copacabana neste fim
de semana para alertar sobre a urgência
que temos de zerar o desmatamento na Amazônia
e, assim, contribuir para reduzir as emissões
brasileiras de gases que provocam o aquecimento
global.
A exposição
foi aberta na altura do posto 3 da praia da
Copacabana às 11 horas desta sexta-feira
e vai até as 19 horas. No sábado
e domingo, a exposição abre
às nove da manhã e vai até
as 19 horas também.
O Secretário Estadual
de Meio Ambiente, Carlos Minc; a secretária
municipal de Meio Ambiente, Rosa Fernances;
e os atores Victor Fasano, Isabel Filardis,
Christiane Torloni e Simone Spoladore, estiveram
em Copacabana para ver de perto a destruição
da Amazônia.
Com as mãos na árvore,
Christiane Torloni afirmou emocionada que
em vez de vacas expostas em todas as esquinas
(o município do Rio de Janeiro abriga
uma exposição de esculturas
de vacas decoradas por celebridades), deveriam
ter árvores como esta expondo a destruição
da Amazônia.
“Isso é uma vergonha
para mim como brasileira e é preciso
acabar agora com a destruição
da maior floresta do mundo”, afirmou.
Carlos Minc afirmou que
o trabalho de exposição da realidade
da floresta amazônica realizado pelo
Greenpeace é muito importante.
“É preciso ‘esquentar’
todas as pessoas para salvar a floresta, mas
não na temperatura que vem aquecendo
o planeta, e sim na temperatura do coração
de organizações como essa”.
A destruição
das florestas tropicais é responsável
pela emissão global de 20% de gases
do efeito estufa atualmente. No Brasil, essa
conta é ainda mais perversa: 75% do
total de emissões brasileiras vêm
dos desmatamentos, principalmente na Amazônia,
e mudanças no uso do solo.
“A Amazônia já
perdeu 17% da cobertura florestal original
e uma área similar se encontra severamente
degradada. Se soluções não
forem encontradas e implementadas nos próximos
dez anos, a floresta poderá estar irreversivelmente
ameaçada, com conseqüências
desastrosas para a biodiversidade e o clima
do planeta”, disse Paulo Adário, coordenador
da campanha da Amazônia, do Greenpeace.
“Não há mais
tempo a perder: a maior contribuição
que o Brasil pode dar no combate ao aquecimento
global é zerar o desmatamento na Amazônia”.
A decisão de acabar com o desmatamento
da Amazônia está nas mãos
do presidente Lula”, completou.
O tauari é a segunda
árvore conseguida pelo Greenpeace para
realizar a exposição itinerante.
A primeira era uma castanheira, espécie
protegida por lei, também queimada
e derrubada ilegalmente em uma área
pública no oeste do Pará. No
entanto, madeireiros ameaçaram ativistas
do Greenpeace em Castelo dos Sonhos, no Pará,
e os impediram de transportar a árvore,
que ficou na cidade. Confira aqui detalhes
sobre o caso.
Atividades de engajamento
público foram realizadas em Manaus,
Porto Alegre, Salvador e São Paulo,
onde o Greenpeace recebeu o apoio do governador
José Serra e do prefeito da capital
Gilberto Kassab. No encontro com o Greenpeace,
Serra defendeu o fim do desmatamento na Amazônia.
Leia mais aqui.
Esta semana, o Greenpeace
intensificou sua campanha pela proteção
da Amazônia e do clima global. Há
dois dias, ativistas içaram uma urna
funerária cheia de cinzas da floresta
amazônica com dezenas de balões
pretos e brancos pintados com o símbolo
do gás carbônico(CO2), o principal
gás de efeito estufa, em frente ao
Palácio do Planalto, em Brasília.
Veja aqui como foi.
Durante uma reunião
do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas no mesmo dia, Adário
teve a oportunidade de dar o recado pessoalmente.
Ele entregou uma camiseta ao presidente Lula,
com a mensagem “Salve a Amazônia, Salve
o Clima”, e também o pacto pelo desmatamento
zero, elaborado por ONGs nacionais. Leia aqui.
Uma página especial
no site do Greenpeace traz as últimas
informações sobre a campanha,
além de um convite para reforçar
a Corrente pelo Desmatamento Zero – uma petição
online que os internautas podem assinar, pedindo
ao governo brasileiro medidas urgentes e consistentes
para acabar com a destruição
da Amazônia. Confira aqui essa página
especial.
+ Mais
Lula pede para ser cutucado,
nós atendemos: salve a Amazônia
e o clima!
22 de Novembro de 2007-
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
posa com camisa da campanha Salve a Amazônia,
Salve o Clima que recebeu do coordenador da
campanha de Amazônia do Greenpeace,
Paulo Adario, durante o Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas, realizado
no Palácio do Planalto.
Brasília (DF), Brasil — Cobramos do
presidente, no Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas, metas nacionais
para o combate ao desmatamento da floresta.
O presidente Lula afirmou
durante as comemorações do Dia
da Consciência Negra (20 de novembro)
que gostaria de ser mais cutucado pelos movimentos
sociais. Pois não seja por isso: durante
a reunião do Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas, realizada
quarta-feira no Palácio do Planalto,
cutucamos o presidente com tudo a que temos
direito.
Publicamos um anúncio
na própria quarta-feira, num jornal
de grande circulação do país,
com um forte recado a ele: "Presidente
Lula: o problema das mudanças climáticas
está bem embaixo do seu nariz."
Na imagem, Lula olha para baixo, onde se vê
uma extensa área desmatada e queimada
da Amazônia.
Lula recebeu uma cópia
do anúncio durante a reunião
do Fórum das mãos do coordenador
da campanha da Amazônia do Greenpeace,
Paulo Adario, que lembrou ao presidente seu
apelo para ser mais 'cutucado'. Lula reagiu
com bom-humor ao receber a peça publicitária.
"Podem cutucar, mas não cutuquem
com vara curta."
O presidente também
recebeu a proposta de pacto pelo fim do desmatamento,
idealizada por ONGs nacionais que inclui a
adoção de metas de redução
anual da derrubada da floresta até
que se chegue ao desmatamento zero em 2015,
e posou para fotos com a camisa da campanha
Salve a Amazônia, Salve o Clima.
Confira aqui o nosso site
Desmatamento Zero, com notícias, foto-galerias
e cyber-ações em defesa da Amazônia
e do clima global.
Lula afirmou durante o Fórum
que a Convenção do Clima, promovida
pela ONU em Bali, em dezembro, é muito
importante para o Brasil e pediu publicamente
durante o encontro que o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, fosse pessoalmente
a Bali para liderar a delegação
brasileira nas negociações.
O ministro-interino do Meio
Ambiente, João Paulo Capobianco, defendeu
a criação de políticas
públicas mensuráveis para combater
o aquecimento global e, após o encerramento
da reunião, o negociador-chefe da delegação
brasileira em Bali, Luis Alberto Figueiredo,
reiterou que além de mensuraveis essas
políticas públicas deveriam
ser também transparentes para que possam
ser monitoradas e avaliadas pela sociedade
brasileira. Resta saber se podemos interpretar
que o governo brasileiro está acenando
com a possibilidade de assumir metas nacionais
para o combate do desmatamento.