A baía de Guaraqueçaba
ganhou nesta quinta-feira (29) mais 40 mil
robalos juvenis. Esta foi a terceira etapa
de soltura de peixes realizada em 2007 pelo
projeto estadual de repovoamento das baías
paranaenses - executado pela Secretaria de
Ciência e Tecnologia e Secretaria
da Agricultura com apoio da Secretaria do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Até o final do próximo ano,
300 mil robalos serão soltos em seu
habitat natural.
“Com este projeto estamos
repondo na natureza o que foi retirado”, afirmou
o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, que esteve
presente ao evento. “Esta ação
tem um caráter preventivo e irá
garantir a qualidade sócio-ambiental
das comunidades das ilhas e do meio ambiente
do Paraná. Afinal, enquanto tivermos
diversidade, teremos qualidade ambiental”,
completou.
O projeto do Governo do
Paraná para repovoamento com robalos
é executado com recursos de R$ 830
mil do Fundo Paraná, vinculado à
Secretaria da Ciência, Tecnologia, e
integra o Programa de Apoio à Pesca
e Aqüicultura no Litoral Paranaense.
Desenvolvido desde 2003
para gerar alternativas de renda e melhorar
a qualidade de vida das famílias de
pescadores artesanais, o programa já
trouxe benefícios, segundo o coordenador
da macrorregião Litorânea, Mário
Roque. “Foram adquiridos quatro depuradores
de ostras, com capacidade para descontaminar
500 dúzias de ostras por dia, e outros
equipamentos para o trabalho em campo, como
barcos e veículos”, relatou.
Por meio do projeto também
foi feito o censo da pesca, que identificou
5,8 mil pescadores no litoral paranaense;
além de seminários e treinamentos
para pescadores e profissionais que atuam
na área e ainda análises laboratoriais
e exames físico-químicos das
águas, moluscos e carne. A elaboração
de projetos para licenciamento ambiental em
maricultura, junto ao Instituto Ambiental
do Paraná (IAP) e Ibama também
foi destacada pelo coordenador da macrorregião.
Ao final do evento, o secretário
Rasca ressaltou a necessidade de que turistas
e comunidades locais respeitem o período
de defesa de espécies marinhas - como
caranguejo e camarão, que têm
sua captura proibida até o dia 15 de
dezembro. Também estiveram presentes
à soltura dos robalos a coordenadora
do Provopar, Lucia Arruda, e o prefeito de
Guaraqueçaba, Riad Said Zahoui.
REPOVOAMENTO - Desde o início
do ano, mais de 95 mil peixes desta espécie
já foram soltos e até o final
de 2008, mais 165 mil serão soltos.
No total, 300 mil robalos irão repovoar
as baías - beneficiando os pescadores
artesanais dos municípios de Antonina,
Guaraqueçaba e Paranaguá e também
os pescadores amadores. Muitas espécies
que serão soltas já não
estavam mais sendo encontradas no estuário
lagunar paranaense.
O coordenador técnico
do projeto, o engenheiro de Pesca José
Maria Moura Gomes, explicou que os locais
para a soltura são selecionados em
função dos diagnósticos
ambientais, como correntes marinhas, temperatura
ambiental da água, Ph e salinidade.
“Também são considerados fatores
como os parâmetros físicos, químicos
e biológicos da água, para que
os alevinos tenham mais chances de sobrevivência”,
acrescentou.
Segundo ele, geralmente
os peixes são lançados no interior
da baía porque lá existe mais
alimento e condições de reprodução.
“Atualmente o índice de sobrevivência
está em 40%”, informou.
Os robalos soltos nesta
quinta-feira medem de 6 a 8 centímetros
e só poderão ser pescados depois
de atingir 30 centímetros. “O repovoamento
com alevinos no tamanho apropriado tem ação
10 a 15 vezes mais eficaz que a produção
natural da espécie, protegendo-os da
predação natural”, destacou
o engenheiro de pesca Emater Luiz de Souza
Viana, coordenador do programa.
A piscicultura marinha,
em especial os robalos, apresenta grande potencial
para o cultivo e também é muito
procurada para pesca esportiva, com preços
de venda bastante elevados. Os robalos são
carnívoros e se alimentam, preferencialmente,
de pequenos peixes e crustáceos. Apresentam
corpo alongado, comprimido, com o perfil dorsal
acentuado. O robalo-peva tem dorso cinza esverdeado
e laterais prateadas. Pode atingir 50 cm e
pesar até 5 kg.
+ Mais
Professores de colégios
agrícolas do PR aprendem a construir
estufa de bambu
Nesta semana, 35 professores
de 18 colégios agrícolas do
Estado aprenderam a construir uma estufa com
estrutura feita de bambu durante a oficina
de capacitação em ‘Manejo do
Bambu’, promovido pela Coordenadoria de Agroecologia
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (SEMA). O evento foi realizado
em parceria com o Centro Paranaense de Referência
em Agroecologia (CPRA), vinculado à
Secretaria de Agricultura e do Abastecimento.
Segundo secretário
do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, cursos
como este são uma forma de conscientizar
os produtores rurais para que adotem práticas
ambientalmente corretas. “Capacitamos os professores
para que repassem a seus alunos, em sua grande
maioria filhos dos agricultores, como manejar
e utilizar o bambu de forma correta. Estes
alunos se tornam multiplicadores e levam a
seus pais o conhecimento. Assim fechamos o
ciclo”, explicou. “Pois uma vez usando o bambu,
o produtor põe em prática a
sustentabilidade, suprindo suas necessidades
e ajudando a preservar o meio ambiente”, completou.
Ele acrescentou que o Governo
do Paraná vem oferecendo alternativas
para que produtores tirem seu sustento da
terra sem agredi-la. “Temos diversas iniciativas
como esta, como os módulos agroecológicos
implantados pelo Programa Paraná Biodiversidade,
que são verdadeiros econegócios”,
comentou.
Nestes módulos, os
agricultores são incentivados a adotar
práticas ambientalmente corretas, com
apicultura e produção de plantas
medicinais, e organizados para que possam
comercializar sua produção -
obtendo lucros com projetos paralelos menos
degradantes.
CULTURA DO BAMBU - A oficina
foi ministrada pelo arquiteto e permacultor
paraguaio Guillermo Gayo, um dos grandes divulgadores
da cultura do bambu no mundo. Gayo também
é professor de bioarquitetura especializado
em projetos com a planta e diretor do Takuara
Renda, organização sem fins
lucrativos dedicada ao ensino de tecnologias
apropriadas para o seu uso sustentável.
O coordenador de Agroecologia
da Secretaria do Meio Ambiente, Ênio
Goss, destacou que agora essa prática
será levada para cada escola agrícola
e adaptada à realidade de cada região.
“Em breve lançaremos um DVD didático
sobre uso e manejo de bambu, que será
distribuído nas demais escolas agrícolas
estaduais para formar cada vez mais multiplicadores
dessa prática”, antecipou Ênio.
RESULTADOS - Para Guillermo
Gayo, o resultado da oficina foi muito bom.
“Tenho certeza que todos saíram daqui
com o aprendizado de que é preciso,
mais do que nunca, buscar soluções
harmônicas para preservação
do meio ambiente e que há diversas
alternativas simples para colocar isso em
prática”, disse Gayo.
Para um dos participantes
do curso, o biólogo Thiago Gonçalves,
esta foi uma excelente oportunidade de acrescentar
conhecimento e aprender mais sobre bambu e
seu manejo. “O bambu é uma planta resistente,
fácil de trabalhar, farta no território
paranaense e brasileiro. Temos que aproveitar
isso, e com o bambu dá para se fazer
uma infinidade de utensílios, como
artesanato e até mesmo moradias”, disse
Thiago, demonstrando um pouco do que aprendeu
na oficina.
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Polícia Militar captura
sucuri de seis metros no Oeste do Paraná
A Polícia Militar
capturou, na última terça-feira
(27), uma cobra sucuri de mais de seis metros
de comprimento e quase 200 quilos de peso.
O animal foi recolhido por equipes do Batalhão
de Polícia Ambiental – Força
Verde e por integrantes do Corpo de Bombeiros
na localidade do Arroio-Guaçu, próximo
ao município de Marechal Cândido
Rondon, na região Oeste do Paraná.
A cobra estava no interior de uma casa abandonada.
Em pânico, os moradores acionaram a
PM. O animal foi levado ao Parque das Aves,
em Foz do Iguaçu.
De acordo com o capitão
Valdecir Gonçalves Capelli, comandante
da Força Verde na região Oeste,
foram necessárias seis pessoas - bombeiros,
policiais ambientais e moradores - para dominar
o animal. Ele explicou que a cobra é
nativa da região e não tem veneno.
“Muitas lendas são contadas, inclusive
que a sucuri quebra ossos. Na verdade, isso
pode até acontecer, mas ela não
o faz propositadamente. Algumas histórias
são verdadeiras, mas a grande maioria
é mito. Não se descarta a possibilidade
de a sucuri matar e comer um homem”, disse
o capitão.
A sucuri é um animal
que pode ser encontrado em toda a América
do Sul. Geralmente essas cobras vivem sozinhas,
nas proximidades de pântanos, rios ou
lagoas. Seus hábitos são diurnos
e crepusculares. O tamanho pode variar, podendo
chegar ou até mesmo ultrapassar os
9 metros de comprimento. A sucuri alimenta-se
de peixes, aves e principalmente de capivaras,
veados e jacarés. Sua reprodução
é vivípara, com o nascimento
entre 10 e 20 filhotes no início de
cada estação chuvosa.
O Batalhão de Polícia
Ambiental – Força Verde - encontra-se
à disposição através
do telefone Disque Denúncia 0800 643
0304. O atendimento é feito em todo
o Estado. A principal atribuição
do Batalhão de Polícia Ambiental
Força Verde é agir de forma
ostensiva e de maneira preventiva para evitar
ações que resultem em ameaça
ou depredação da natureza em
todo o território paranaense. O batalhão
ainda fiscaliza o cumprimento da legislação
ambiental, com o objetivo de preservação
da flora e da fauna.
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Oficina estimula criação
de associações em comunidades
indígenas no Paraná
A coordenadoria indígena
da Secretaria de Assuntos Estratégicos
promove, em Curitiba, até esta sexta-feira
(30) uma oficina sobre Associativismo e Elaboração
de Projetos Indígenas, que está
capacitando índios das etnias Caingang
e Guarani sobre o processo para formação
de associações em suas comunidades
- desde o momento da construção
até o gerenciamento.
Cerca de 50 índios
das duas etnias estão participando
desta primeira etapa da oficina, que está
sendo desenvolvida em parceria entre a Coordenadoria
Indígena do Governo do Paraná,
a Articulação dos Povos Indígenas
da Região Sul do Brasil (Arpin-Sul)
e Fundação Nacional do Índio
(Funai).
O indigenista e coordenador
de Assuntos Indígenas, da Secretaria
Especial de Assuntos Estratégicos,
Edívio Battistelli, explicou que a
formação de associações
aumenta as possibilidades de inserção
das comunidades indígenas em programas
sociais, melhorando a produção
agrícola e permitindo uma maior flexibilidade
dentro de cada comunidade.
“Ao formar uma associação,
as comunidades ganham independência,
pois os índios conseguem inscrever-se
como pessoa jurídica em financiamentos,
programas e ações de governo.
Um exemplo é o Programa Trator Solidário,
da Secretaria da Agricultura, importantíssimo,
e que a partir do ano próximo ano atenderá
as comunidades indígenas”, declarou
Battis telli.
De acordo com o coordenador-geral
da Articulação dos Povos Indígenas
da Região Sul do Brasil, Romancil Kretã,
essa capacitação é fundamental
para o crescimento e independência das
comunidades indígenas.
“Não somos a favor
de apoio exclusivamente assistencialista por
parte dos governos, municipal, estadual e
federal. A formação de associações
de comunidades permite nos fortalece, pois
de maneira organizada iremos administrar os
recursos para as melhorias e o bem de toda
a comunidade”, explicou, Romancil.
EXEMPLO - A Associação
dos Produtores Indígenas de Mangueirinha
(Aprima) funciona desde 2005 e possui uma
parceira com a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA)
e Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Os índios de Mangueirinha receberam
veículos e treinamento e hoje mantém
a Patrulha Indígena de Fiscalização,
que atua na vigilância e ajuda na preservação
da maior reserva de araucária do Paraná,
localizada dentro da aldeia.
Francisco Runjai, coordenador
de projetos da Arpin-Sul no Rio Grande do
Sul, contou que o Paraná tem contribuído
muito na articulação entre todos
os Estados do Brasil para a divulgação
de programas e projetos que ajudem os povos
indígenas.
“Já promovemos esta
oficina em Passo Fundo - Rio Grande do Sul
- e em Chapecó, Santa Catarina. É
muito bom contar com o apoio do governo do
Paraná para ampliarmos a capacitação.
Com isso, estaremos estimulando a criação
de projetos e associações que
possibilitem uma tranversalidade entre a comunidade
e o Governo” finalizou.
A segunda etapa da oficina,
que é a elaboração de
projetos deverá ser realizada no próximo
ano em um das aldeias paranaenses.
Prêmio Culturas Indígenas
- Na noite de quarta-feira (28), durante a
oficina, acontece o lançamento do prêmio
Cultura Indígenas 2007 - idealizado
pelo Ministério da Cultura que premia
iniciativas de comunidades indígenas
que incentivam e fortalecem a cultura indígena,
preservando as tradições.
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Programa Cultivando Água
Boa comemora ampliação de resultados
em 2007
A secretária Lygia
Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, participou na última sexta-feira
(23) do encerramento do programa Cultivando
Água Boa, avaliado em seu quarto encontro
anual. O programa, que tem a Itaipu Binacional
como instituição-âncora
e é executado por 1.700 instituições
parceiras, entre as quais prefeituras, instituições
de ensino, associações comunitárias
e empresas, na região Oeste do Paraná,
comemorou a ampliação de seus
resultados em 2007.
O evento reuniu comunidades
dos 29 municípios que integram a Bacia
do Paraná 3 (que corresponde aos afluentes
do Paraná na região do reservatório
da Hidrelétrica de Itaipu), no Centro
de Convenções de Foz do Iguaçu.
Com a participação de três
mil pessoas, o evento terminou no sábado
(24), com a Conferência Regional do
Meio Ambiente, com a VI Feira Vida Orgânica
e a V Mostra e Seminário de Educação
Ambiental do Parque Nacional do Iguaçu.
Como principal iniciativa
voltada ao meio ambiente na região,
o programa se constitui em um conjunto de
medidas locais para enfrentar o aquecimento
global. Entre os resultados alcançados
entre 2003 e 2007 estão o plantio de
dois milhões de árvores, implantação
de corredores de biodiversidade ligando áreas
de proteção ambiental, adequação
de 272 quilômetros de estradas rurais,
construção de 312 quilômetros
de cercas de proteção da mata
ciliar, formação de 255 educadores
ambientais e implantação de
comitês de gestão de todas as
microbacias da região.
Hoje são 59 microbacias
que contam com ações para zerar
o passivo ambiental. Como se trata de uma
área de forte produção
agropecuária no Estado, principalmente
suinocultura e pecuária de leite, grande
parte dos projetos se concentra em promover
ajustes nas propriedades rurais para impedir
a poluição dos rios.
Para o diretor-geral brasileiro
da Itaipu, Jorge Samek, o sucesso da empreitada
reside justamente no grande número
de parcerias. “Somente assim para tocar projetos
como o de geração distribuída,
que permite a criadores de porcos, por exemplo,
utilizar os dejetos da suinocultura para produzir
eletricidade. No lugar de poluir os rios,
os produtores ganham independência energética”,
afirmou o diretor.