(29/11/2007)
A última coleta de dados do projeto
de pesquisa desenvolvido pela Embrapa Pantanal
dentro do Programa para Controle do Mexilhão
Dourado, coordenado pelo IEAPM/Marinha do
Brasil e apoiado pelo CTHidro, identificou
dois novos pontos com presença de mexilhão
dourado na região.
Um deles fica na baia Uberaba,
conectada ao rio Paraguai, e o outro no rio
Cuiabá, próximo à foz
no rio Paraguai.
A pesquisadora da Embrapa
Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
- Embrapa, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Márcia Divina de Oliveira explica que
a densidade de mexilhão dourado (Limnoperna
fortunei) encontrada nos dois locais é
diferente.
A baía Uberaba apresenta
maior densidade com uma população
instalada e relevante. A foz do rio Cuiabá,
próximo ao Parque Nacional do Pantanal,
por sua vez, tem uma densidade mais baixa,
com uma população em início
de colonização, acrescenta
Márcia.
Reservatório de larvas
Para ela, esses dados comprovam
que a presença do mexilhão dourado
no rio Paraguai será permanente, pois
a baía Uberaba é a maior do
Pantanal, constituindo-se num reservatório
de larvas da espécie. Além disso,
a presença do molusco na foz do rio
Cuiabá evidencia que ele está
se dispersando nos principais rios afluentes
da BAP (Bacia do Alto Paraguai), como vem
ocorrendo nos rios Miranda e Apa.
A presença desses
moluscos nessas localidades ocorre devido
à navegação, pois somente
as embarcações de maior porte
podem levar indivíduos adultos fixos
no casco rio acima, a principal forma de dispersão
entre rio Paraguai e afluentes. O uso de tintas
antiincrustantes nas embarcações
tem sido discutido como uma alternativa importante
no controle da dispersão.
É preciso que as
pessoas envolvidas com as atividades de navegação
local, realizadas pelo turismo de pesca, pesca
profissional, comércio entre as populações
ribeirinhas e transporte de gado se conscientizem
da importância de adotar as estratégias
de contenção de dispersão
e que poderiam contribuir para evitar que
o mexilhão chegue nas partes alta dos
rios do Pantanal. Porém, é necessário
que ações efetivas sejam realizadas,
senão será tarde, afirma Márcia.
Espécie exótica
Segundo Márcia, o
mexilhão dourado é uma espécie
exótica que ameaça a integridade
do ecossistema aquático da região,
pois ocupa o espaço físico,
além de colonizar as conchas de espécies
nativas da região, o que traz perdas
para a biodiversidade aquática. Esse
molusco também provoca mudanças
na estrutura das comunidades aquáticas,
desde algas até peixes.
A pesquisadora explica que
o mexilhão dourado é responsável
por grandes prejuízos econômicos,
relacionados à manutenção
de equipamentos. Eles inclusive podem fixar-se
nas telas de tanques-rede utilizados nas atividades
de piscicultura do rio Paraguai.
Acredita-se que os mexilhões
chegaram ao continente sul-americano, trazidos
na "água de lastro" de navios
de origem asiática, especialmente dos
rios da China. "A água de lastro
fica retida no tanque dos navios, e serve
para garantir a estabilidade de navegação.
No Pantanal, o mexilhão pode ter vindo
incrustado no casco das barcaças que
navegam na hidrovia Paraguai-Paraná
na Bacia do Prata", explica a pesquisadora.
Christiane Rodrigues Congro
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Resíduos agroindustriais
podem se transformar em biocompostos
(27/11/2007) Esta semana
o Dia de Campo na TV traz o tema:Transformação
de resíduos agroindustriais em biocompostos
úteis para a agricultura. O programa
vai ao ar nesta sexta-feira( 30) , das 9h
às 10h (horário de Brasília)
pelo Canal Rural (NET/SKY) e parabólica,
com reapresentação no domingo,
2 de dezembro, no Canal NBR / TV Nacional.
A produção
deste Dia de Campo na TV é da Embrapa
Informação Tecnológica
(Brasília DF) em parceria com a Embrapa
Clima Temperado (Pelotas - RS), unidades da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
O pesquisador da Embrapa
Clima Temperado Roberto Pedroso de Oliveira
será um dos entrevistados do programa.
O trabalho de pesquisa da Embrapa Clima Temperado
nos últimos anos sobre a utilização
de resíduos agroindustriais, a partir
de uma perspectiva ambiental e ecológica,
tem como parceiros a Cooperativa dos Citricultores
Ecológicos do Vale do Caí, as
Universidades Federal do RS e de Pelotas,
Emater-RS e a Associação de
Produtores Ecologistas Companheiros da Natureza,
além do apoio da Associação
Montenegrina de Fruticultores e Fundação
Estadual de Pesquisa Agropecuária do
RS (Fepagro).
Como a quantidade de lixo
doméstico e de poluentes industriais
vem aumentando a cada dia, a preocupação
do projeto é dar uma destinação
útil para tais resíduos. A transformação
dos poluentes em compostos úteis para
a agricultura, por meio da compostagem, é
importante para a sustentabilidade do Planeta
e dos próprios produtores.
Segundo Roberto Pedroso,
os biocompostos gerados são ricos em
nutrientes, podendo ser utilizados em lavouras
comerciais e cultivos domésticos. O
processo tecnológico é simples
e de baixo custo, ao alcance tanto de donas-de-casa
como de grandes produtores de qualquer região
do país.
O Dia de Campo na TV é
interativo. As dúvidas do público
sobre a tecnologia apresentada são
esclarecidas, ao vivo, por especialistas,
a partir de perguntas recebidas durante o
programa, pelo telefone *0800 648 1140* (ligação
gratuita de telefone fixo), pelo fax *(61)
3273-8949*, ou ainda pelo endereço
eletrônico *diacampo@sct.embrapa.br
<mailto:diacampo@sct.embrapa.br>*.
Como sintonizar o programa
Antena parabólica
doméstica (Banda L, Freqüência
1220 Mhz); Recepção multiaberta
(Banda C, Transponder 6A2, Polarização
Horizontal, Freqüência 3930 Mhz).
Pelo Canal Rural NET, SKY e parabólica
(Transponder 12A2, Polarização
Horizontal, Freqüência 4171 Mhz).
Para aqueles que não
puderem assistir ao programa, a Embrapa Informação
Tecnológica disponibiliza cópias
em DVD ou VHS que podem ser adquiridas pelos
telefones: (61) 3340-9999 / 3448-4236, ou
pela Livraria Virtual www.sct.embrapa.br/liv/
<http://www.sct.embrapa.br/liv/>
Sady M.Sapper