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MS PREVÊ PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS EM ASSENTAMENTOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

30/11/2007 - O Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Bonelli, levou ao gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobrás, Mozar Schimit, a proposta de produção de biocombustíveis em assentamentos do estado. A reunião ocorreu nesta sexta-feira (30), com a presença do presidente do Incra, Rolf Hackbart, e autoridades do setor energético da Petrobrás.

Para o Incra, o desafio é gerar energia sem abrir mão do cultivo de alimentos. “Essa proposta supera a discussão atual de que produção de energia ameaça a segurança alimentar”, defende Bonelli. “Cada assentamento ou grupo de assentamentos pode ter sua usina e continuar produzindo comida, basta fazer tudo de forma integrada e dar destinação correta aos resíduos”.

O empreendimento poderá ser implantado no assentamento Itamarati II, em Ponta Porã (MS), até o ano de 2010 e vai ao encontro das necessidades da Petrobrás, que vê no etanol e no biodiesel a possibilidade de ampliar sua base de produção energética.

O superintendente utiliza o Itamarati II para explicar o projeto. A produção de biocombustíveis terá como matéria prima a cana para o etanol e as oleaginosas para o biodiesel. Em lugar de virar entulho, o bagaço irá engordar o rebanho e alimentar uma termoelétrica, com capacidade para gerar 735 Megawatts/ano. Essa energia deve abastecer as próprias usinas e o excesso será vendido, ou seja, uma fonte alternativa de lucros para os moradores.

O Itamarati II foi escolhido para essa experiência porque oferece as condições necessárias à sua implantação. A grande extensão territorial viabiliza a plantação de cana, soja, girassol, milho, amendoim para os biocombustíveis. Outro fator determinante é o modelo de assentamento, TerraVida. Neste modelo, o assentado tem seu lote dividido em duas partes, sendo uma para culturas de sobrevivência e outra para a societária, para grandes plantações, o que atende à demanda dos biocombustíveis.

O Incra espera que a produção casada de energia com alimentos proporcione renda de R$ 1,9 mil reais mensais para cada uma das 1.700 famílias envolvidas no processo. Além disso, o empreendimento vai gerar outros 1.600 empregos indiretos.

O carro-chefe é a destilaria de álcool hidratado. Serão nove pequenas unidades, formando um complexo com capacidade para produzir 67,5 mil litros/dia, ou R$ 226,8 mil brutos. Descontando os custos, sobram R$ 147 por mês, por hectare, para cada família. Como os assentados também fornecem a cana, a renda sobe para R$ 195 mensais.
A previsão é iniciar o plantio da cana até fevereiro de 2008 e iniciar a produção em dois anos.

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MG tem 88 territórios quilombolas em processo de regularização

30/11/2007 - Há 88 processos de regularização de territórios quilombolas instaurados na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas Gerais, informou o superintendente regional, Marcos Helênio Pena, durante o debate público sobre o tema, realizado na Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta sexta-feira (30). O número coloca o estado em terceiro lugar quanto à existência de comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares. “A questão dos territórios quilombolas é uma garantia constitucional, mas como toda demanda histórica, dificilmente será resolvida no curto prazo”, ponderou Helênio, em sua apresentação sobre desafios e perspectivas.

O caso da Comunidade Brejo dos Crioulos é um exemplo da complexidade do processo de regularização fundiária de quilombolas. “Nos 17 mil hectares pleiteados pela comunidade, nós identificamos a presença de mais de cem propriedades rurais”, argumentou Helênio. Outros oito processos estão em andamento: das Comunidades Família dos Amaros, Mumbuca, Gorutuba, São Domingos, Mangueiras, Luizes, Machadinho, e Marques.

O Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra/MG conta com uma equipe multidisciplinar composta por uma antropóloga, dois engenheiros agrônomos, um procurador federal e dois agrimensores. O superintendente regional destacou a necessidade da união de forças entre o instituto e outros órgãos públicos para atender a demanda do estado. “Para solucionar a questão quilombola, precisamos contar com uma atuação mais efetiva do estado e dos Municípios”, declarou Helênio.

Procedimentos para a regularização

Desde 2003, com a publicação do Decreto Presidencial 4.887 que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, o Incra é o órgão competente para lidar com a questão.

Os procedimentos envolvem a elaboração de um documento minucioso, que inclui relatório antropológico da comunidade e o levantamento de toda a cadeia dominial dos imóveis localizados na área pleiteada. Se o território quilombola incidir sobre imóvel(is) com título de domínio particular, a obtenção se dá mediante desapropriação por interesse social (indenizada) ou compra e venda.

Somente após a realização de todas as providências indicadas pela legislação, incluindo a consulta a órgãos públicos e a contestação dos interessados, será feita a demarcação e titulação do território quilombola, com a outorga do título coletivo e pró-indiviso, em nome da associação comunitária. Os títulos das terras serão inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis.

Mais informações sobre o assunto podem ser obtidas na apresentação Regularização de Territórios Quilombolas: desafios e perspectivas, disponível em www.incra.gov.br/minasgerais

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Comunidades extrativistas do AP recebem mutirão

26/11/2007 - Moradoras de comunidades extrativistas dos municípios amapaenses de Mazagão e Laranjal do Jari serão atendidas nesta semana pelo Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Os atendimentos do mutirão de documentação acontecem de quarta-feira (28) a domingo (2) e serão centralizados na comunidade Água Branca do Cajari.

A intenção é beneficiar moradores também das seguintes comunidades: Dona Maria do Cajari, Santarém do Cajari e Boca do Braço, em Laranjal do Jari; e Santa Clara, São Pedro e Sororoca, em Mazagão. Será disponibilizado transporte gratuito aos interessados que desejarem participar do mutirão – realizado sempre das 7h às 17h.

Esse é o oitavo mutirão do estado neste ano. Durante os atendimentos, os interessados têm a oportunidade de retirar gratuitamente e em um só lugar documentos como: Certidão de Nascimento, Carteira de Identidade e Carteira de Identidade Rural, Cadastro de Pessoa Física (CPF), Carteira de Trabalho e carteira do idoso para transporte interestadual.

Para desenvolver o trabalho no Amapá, o MDA, por meio do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia (Ppigre), conta com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Caixa Econômica Federal (CEF), Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Polícia Técnica Científica do Amapá (Politec), Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap/AP), entidades extrativistas, além dos governos estadual e municipal.

O objetivo dos mutirões de documentação é assegurar às agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, quilombolas, pescadoras artesanais, extrativistas e indígenas o acesso aos documentos civis e trabalhistas. Preferencialmente voltada às mulheres, a ação também pode se estender a homens, jovens e crianças que comparecerem aos locais de realização.

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Educação ambiental é tema de oficina no RS

30/11/2007 - A construção de um programa de educação ambiental para agricultores de 13 projetos de assentamento, localizados no município de Livramento (RS), motivou a realização de uma oficina sobre o tema, na última quinta-feira (29), no auditório da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O encontro reuniu servidores e representantes de entidades da área, como a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

O evento apresentou as atividades desenvolvidas durante o ano junto às famílias de agricultores de dois assentamentos, Coqueiro e São Joaquim, por equipes de professores, especialistas e bolsistas do Núcleo de Educação Ambiental do Centro de Ecologia da Universidade Federal (UFRGS), parceira do programa através de um convênio firmado no início do ano de 2007 com o Incra.

Com a tarefa de sistematizar os dados e ajudar os agricultores a elaborar coletivamente o programa de educação ambiental para seus assentamentos, a equipe da universidade partiu inicialmente para a realização de um levantamento socioambiental, através da aplicação de questionários que identificassem as famílias, suas origens, escolaridade, grau de exploração do lote e que destino davam aos resíduos da agricultura e mesmo do doméstico.

Num segundo momento, especialistas foram convidados para ministrar cursos para os agricultores sobre agrotóxicos, agroecologia, áreas de preservação permanente, reserva legal, legislação ambiental e também sobre a destinação do lixo. A formação de duas comissões de assentados, formada por oito pessoas de cada assentamento, para construir o programa de recuperação e saneamento ambiental foi acertada entre a equipe da UFRGS e os agricultores.

A professora Teresinha Guerra, do Centro de Ecologia da UFRGS acredita que até meados de dezembro apresentará também os dados sistematizados dos questionários, dos cursos, e das reuniões das comissões para o conjunto das famílias dos dois assentamentos.

“Temos a expectativa de que, no próximo ano, poderemos contar com a execução dos limites das áreas de preservação permanente nos projetos Coqueiro e São Joaquim, inclusive com a recuperação das áreas degradadas e com a implantação de um viveiro de mudas, que está em fase de planejamento no Incra”, menciona a professora.

Para o filho de assentado e membro da comissão do PA Coqueiro, Leandro Adílio Ferreira, a educação ambiental passa pela necessidade de sobrevivência das próximas gerações. Técnico agropecuário, ele tem a esperança de que as famílias assentadas entendam a importância do programa e espera assistir mais adiante resultados concretos.

 
 

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (www.mda.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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