27 de Novembro de 2007 -
Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Os países
ricos são responsáveis por 70%
dos gases causadores
do efeito estufa lançados na atmosfera,
enquanto os países pobres respondem
por 2% e as nações em desenvolvimento,
por 28%.
As informações
constam do Relatório de Desenvolvimento
Humano 2007/2008, do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), lançado
hoje (27) no Palácio do Planalto.
Ao apresentar os números,
o administrador do Pnud, Kemal Dervis, disse
que “é justo que os países ricos
tenham uma responsabilidade maior e liderem
os esforços”. Para Dervis, os efeitos
negativos das mudanças climáticas
não podem ser minimizados “sem a participação
completa dos países desenvolvidos”.
Ele disse que os mais afetados
pelos problemas climáticos hoje são
as pessoas que vivem nos países menos
desenvolvidos. “As pessoas mais pobres e vulneráveis
do mundo sofrem mais as conseqüência
das mudanças climáticas”. Segundo
ele, é preciso tomar ações
imediatas e fortes para reverter o quadro.
“O que fazemos hoje traz
conseqüências para os próximos
100 anos. Os gases que colocamos na atmosfera
hoje ficam lá por mais de 100 anos”,
alertou.
Dervis também disse
que no Brasil, ao contrário da maioria
dos países do mundo, as desigualdades
sociais estão caindo. “Em 80% do mundo
a desigualdade está crescendo, mas
no Brasil vem decrescendo”, destacou.
O relatório divulgado
pelo Pnud revela que pela primeira vez em
sua história o Brasil entra no grupo
de países classificados na categoria
Alto Desenvolvimento Humano, ainda que continue
distante do patamar de outras nações
em desenvolvimento, como Argentina, Chile,
Uruguai, Costa Rica, Cuba e México.
O aumento da expectativa
de vida, da renda per capita e do número
de pessoas na escola ajudaram a melhorar a
posição do Brasil.
+ Mais
Países mais pobres
serão os mais afetados pelo aquecimento
global, reitera administrador do Pnud
28 de Novembro de 2007 -
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - O subsecretário-geral
da Organização das Nações
Unidas (ONU) e administrador do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud), Kemal Dervis, afirmou hoje (28), no
Primeiro Painel de Debate sobre o Relatório
Global do Desenvolvimento Humano 2007/2008,
que as conseqüências do efeito
estufa sobre a humanidade ainda são
desconhecidas e não se pode mensurá-las.
Mas reiterou que as comunidades
pobres serão as mais afetadas pelo
aquecimento global: "Nossa responsabilidade
é trabalhar para reduzir esses efeitos
e as possibilidades de catástrofes,
principalmente nas regiões pobres.
Este é o desafio e a nossa responsabilidade
maior: reduzir os impactos das mudanças
climáticas sobre os países mais
pobres, principalmente na África. Eles
estão ameaçados e devemos canalizar
recursos para reduzir os riscos de catástrofes
de proporções ainda inimagináveis.”
Dervis lembrou que 70% dos
gases tidos como causadores do efeito estufa
foram emitidos nos últimos 200 anos
por atividades industriais nos países
mais ricos; 28%, por países de rentabilidade
média, como a Índia, o Brasil
e a Turquia; e apenas 2% por países
mais pobres. “Não é justo que
agora eles venham a pagar por isto. Serão
necessários alguns sacrifícios
no curto prazo por parte das nações
mais desenvolvidas”, afirmou.
Ele citou estimativas que
indicam a necessidade, a cada ano, de investimentos
médios de cerca de US$ 300 bilhões
por parte dos países desenvolvidos
para se tentar frear e reduzir essas conseqüências
do efeito estufa.
“Os países terão
investir na melhoria tecnológica e
no melhor aproveitamento de suas fontes energéticas
como forma de reduzir as emissões.
Ou daqui a 30 anos os recursos necessários
já serão cerca de 30% mais altos
em relação às atuais
estimativas", alertou.
+ Mais
Lula sugere taxação
do petróleo e critica países
que sobretaxam etanol brasileiro
27 de Novembro de 2007 -
Carolina Pimentel - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Ao participar,
hoje (27), do lançamento do Relatório
sobre Desenvolvimento Humano, do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud), o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva sugeriu que a venda de petróleo
seja sobretaxada. Ele criticou o fato de os
países compradores sobretaxarem o etanol
(álcool combustível) brasileiro.
“Para que o Brasil exporte
seu etanol, tem uma sobretaxa enorme, quase
dobrando o preço. O petróleo
comprado dos países exportadores não
paga nenhuma taxa. Cadê a eqüidade?
Cadê a vontade de despoluir o planeta?
Podia começar taxando o petróleo”,
disse o presidente durante a cerimônia,
no Palácio do Planalto.
De acordo com ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva, alguns países,
como a Noruega, já taxam o petróleo.
Com o dinheiro da taxação, informou
a ministra, os noruegueses criarão
um fundo de US$ 2 bilhões que irá
aportar recursos para países que estão
reduzindo a emissão de gases por meio
da diminuição do desmatamento.
Segundo Marina Silva, ações
como essa podem ajudar países como
Brasil, Indonésia, Malásia,
que têm florestas tropicais.
O relatório das Nações
Unidas trata da questão das mudanças
climáticas e constata que as populações
pobres são as mais afetadas. Sobre
a proposta de Lula, o administrador do Pnud,
Kemal Dervis, defendeu que, além do
petróleo, deve-se cobrar por todas
as fontes de energia emissoras de carbono.
“Quem emite carbono, deve pagar o real preço
dessa emissão, seja do petróleo,
do carvão ou outras fontes”, explicou.
Dervis lembrou que os países
ricos são responsáveis por 70%
dos gases causadores do efeito estufa, porém
destacou que o compromisso de combater o aquecimento
global é de toda a comunidade internacional.
+ Mais
Conferência em Bali
vai discutir preço para países
pobres manterem florestas, diz Lula
27 de Novembro de 2007 -
Carolina Pimentel - Repórter da Agência
Brasil - Antônio Cruz/ABr - Brasília
- Presidente Lula fala na cerimônia
de lançamento mundial do Relatório
de Desenvolvimento Humano 2007-2008 do PNUD
(Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento).
Brasília - O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse hoje (27) que durante
a Conferência sobre Mudanças
Climáticas, a ser realizada no próximo
mês em Bali, na Indonésia, será
discutido o preço que os países
ricos devem pagar para os pobres manterem
suas florestas.
“Você não vai
convencer um pobre de nenhum país do
mundo de que ele não pode cortar uma
árvore se não tiver como troco
[o direito] de trabalhar e comer”, afirmou
Lula, ao discursar durante o lançamento
do Relatório de Desenvolvimento Humano
2007/2008, do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
O presidente destacou que
o debate sobre as mudanças climáticas
não é apenas econômico
ou ambiental, mas também político,
ao referir-se aos Estados Unidos, que produzem
etanol a partir de milho, matéria-prima
mais cara.
“Um pobre querer ficar rico
é fácil, o problema é
querer que alguém diminua o seu padrão
de consumo, o que leva às guerras”,
acrescentou Lula.
O relatório do Pnud
constata que as populações pobres
são as mais atingidas pelas mudanças
climáticas, porque não possuem
sistema de proteção ou reservas.