04 de Dezembro de 2007 -
Proposta do Greenpeace em Bali quer acabar
com o desmatamento respeitando a biodiversidade
e as populações
locais.
Internacional — Greenpeace lança em
Bali proposta marco para reduzir a destruição
de florestas tropicais, que representa 20%
das emissões total de gases do efeito
estufa no mundo.
O Greenpeace lançou
nesta terça-feira uma proposta inovadora
para reduzir e, em última instância,
zerar o desmatamento das florestas tropicais,
ao mesmo tempo em que preserva a biodiversidade
e respeita os direitos das populações
locais. A iniciativa foi divulgada em um evento
paralelo da 13ª conferência da
Convenção do Clima em Bali,
e contou com a participação
dos governos de Papua e Papua Barat, as províncias
com maior área intacta de floresta
na Indonésia.
A destruição
das florestas tropicais representa aproximadamente
20% das emissões totais de gases de
efeito estufa e precisa ser contemplada na
segunda fase do Protocolo de Kyoto. Indonésia
e Brasil são o terceiro e o quarto
maiores poluidores globais do clima por causa
da destruição das florestas.
Para combater as mudanças climáticas,
é necessário acabar com o desmatamento
em no máximo dez anos.
No início de outubro
deste ano, ONGs brasileiras lançaram
um pacto pelo fim do desmatamento na Amazônia
que prevê acabar com a derrubada da
floresta em sete anos sem prejudicar o crescimento
econômico da região.
“O desmatamento das florestas
tropicais deve ser incluído nas discussões
da Convenção do Clima, em Bali.
Os recursos para zerar o desmatamento já
existem, o que falta agora é vontade
política. Os governos de Papua e do
estado do Amazonas já apresentaram
iniciativas nesta direção que
os governos presentes em Bali devem seguir.
Sem dinheiro não há florestas
nem futuro”, disse Paulo Adario, coordenador
da campanha da Amazônia do Greenpeace,
que foi eleito pela revista Época um
dos nomes mais influentes do Brasil.
A proposta do Greenpeace
tem potencial para arrecadar recursos da ordem
de vários bilhões de dólares
por ano, sendo que uma parte pode ser usada
em um futuro próximo para financiar
ações urgentes para reduzir
as emissões vindas de desmatamento.
Em abril deste ano, os governadores
das províncias de Aceh, Papua e Papua
Barat reconheceram a necessidade de reduzir
o desmatamento com o apoio da comunidade internacional,
através de mecanismos de financiamento
para redução de emissões
e de transferência de tecnologia voltada
para a proteção das florestas
e para a geração de renda para
as comunidades locais.
Bill Hare, conselheiro político
para mudanças climáticas e co-autor
da iniciativa do Greenpeace, completa: “Nossa
proposta alia oportunidades de mercado com
financiamento para políticas públicas
que vão resultar em reduções
reais do desmatamento, sem a transferência
do problema de um lugar para o outro, além
de garantir a divisão dos benefícios
com a população local”, disse
ele.
+ Mais
Depois de emocionar no Rio
e em SP, nossa árvore segue para Brasília
04 de Dezembro de 2007 -
Caminhão decorado especialmente pelo
Greenpeace para transportar o Tauari da Amazônia
para o sudeste brasileiro.
Brasil — Exposição itinerante
Aquecimento Global: Apague essa Idéia
ficará aberta à visitação
pública no Parque da Cidade da capital
federal.
A árvore de tauari
que saiu da Amazônia para denunciar
a triste realidade do desmatamento já
está a caminho da capital federal.
Depois de um final de semana bem-sucedido
no Parque Villa Lobos, em São Paulo,
a exposição itinerante do Greenpeace
será aberta à visitação
pública neste final de semana, no Parque
da Cidade, em Brasília.
Apenas no último
final de semana, mais 2.200 pessoas aderiram
à corrente pelo desmatamento zero,
a campanha do Greenpeace pedindo que o presidente
Lula adote as medidas necessárias para
zerar o desmatamento na Amazônia e,
assim, contribuir para reduzir as emissões
brasileiras de gases que provocam o aquecimento
global. Agora, já são mais de
6.700 assinaturas!
Além da imensa tora
de tauari totalmente queimada e de exibições
de vídeos, seis painéis fotográficos
de 3 x 4 metros trazem imagens de queimadas,
desmatamentos e impactos das mudanças
climáticas. O objetivo do Greenpeace
é chamar a atenção das
pessoas que vivem distante da Amazônia
sobre o papel da floresta na manutenção
do equilíbrio climático global.
Hoje, o Greenpeace apresentou
em Bali, durante a conferência da Convenção
de Clima, sua proposta de mecanismo financeiro
para a redução de emissões
provenientes do desmatamento das florestas
tropicais (TDERM, sigla em inglês).
A destruição destes ecossistemas
é responsável, hoje, por 20%
das emissões totais de gases do efeito
estufa. No Brasil, essa conta é ainda
mais perversa: 75% do total de emissões
brasileiras vêm dos desmatamentos, principalmente
na Amazônia, e mudanças no uso
do solo.
O Tauari é a segunda
árvore conseguida pelo Greenpeace para
realizar a exposição itinerante.
A primeira era uma castanheira, espécie
protegida por lei, também queimada
e derrubada ilegalmente em uma área
pública no oeste do Pará. Após
sua coleta, em outubro, oito ativistas foram
cercados por madeireiros e pela população
local de Castelo dos Sonhos e obrigados a
se refugiar na base do Ibama por quase 40
horas. A tora, de 13 metros, ficou retida
na cidade. Mas, não desistimos e conseguimos
trazer outra árvore para realizar a
exposição.
A tora de tauari saiu do
sul do Amazonas e percorreu mais de cinco
mil quilômetros, cruzando seis estados,
até chegar à São Paulo
e Brasília. Neste próximo final
de semana, convidamos você a se aproximar
da Amazônia, visitando a exposição
no Parque da Cidade, em Brasília.