5 de Fevereiro de 2008 - Alana
Gandra - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - Uma iniciativa simples pode se
mostrar ecologicamente correta
e, ao mesmo tempo, gerar renda para quem a executa.
Foi com esse pensamento que um grupo de catadores
do Rio de Janeiro resolveu criar em 2005 a cooperativa
Disque Óleo Vegetal.
Eles começaram recolhendo
óleo e gordura de todo tipo, utilizado em
frituras por bares, restaurantes e residências
e agora já expandiram a coleta para igrejas,
colégios e redes de supermercado, como a
Rede Economia.
O produto coletado é vendido
para empresas de reciclagem de materiais, para fabricação
de sabão e biodiesel. Entre essas empresas
estão a Fábrica de Sabão Neutral
e a empresa Comanche, que atuam em São Paulo
e na Bahia, respectivamente.
O idealizador do projeto, Lucinaldo
Francisco da Silva, o Caio, informou à Agência
Brasil que a cooperativa completa três anos
no próximo dia 17 de fevereiro.
O serviço de coleta é
100% gratuito e, em alguns casos, quando a quantidade
de óleo supera 300 litros - que é
o caso do recolhimento em bares e restaurantes -
o doador pode receber R$ 0,30 por litro de óleo
recolhido ou trocar por produtos de limpeza. “Quem
doa o óleo também é beneficiado”,
disse o criador da cooperativa.
Segundo Caio, mesmo nas residências
é simples armazenar óleo, em vez de
jogá-lo no ralo da pia da cozinha ou no esgoto,
por exemplo, o que acaba poluindo os rios e sufocando
os peixes, afetando o ecossistema.
“Nas residências, a gente
está aconselhando as pessoas a juntar (o
óleo ou gordura que seriam jogados fora)
em garrafas pet de dois litros. Quanto tiver pelo
menos três garrafas, o motoqueiro vai até
o local e recolhe”, disse Caio. A cooperativa recolhe
uma média de 150 mil a 170 mil litros por
mês.
O gerente do Disque Óleo
Vegetal revelou que o projeto nasceu “pensando"
na melhoria do planeta. "É uma pequena
contribuição que a gente está
dando, mas que não deixa de ser importante".
Outra forma de contribuição, segundo
Caio, é promover a geração
de renda. "já que os catadores que trabalham
dentro do galpão, fazendo a reciclagem do
óleo, estão obtendo renda através
dessa coleta”.
Caio informou que, dependendo
da quantidade de óleo recolhido, a renda
média por catador pode superar os R$ 700,00.
“Até R$ 2 mil dá para se chegar, dependendo
do quanto ele se empenhe e traga de óleo”,
explicou. Cerca de 50 catadores participam da cooperativa
Disque Óleo Vegetal.
A cooperativa de catadores participa
também do projeto social Missões na
Bola, na comunidade Trevo das Missões, situada
no município de Duque das Caxias, na Baixada
Fluminense. “Cerca de 70 a 80 crianças da
comunidade são beneficiadas pela coleta do
óleo para a prática do esporte”, através
da compra de material esportivo.
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No Rio, projeto gera renda para
catadores e chama atenção para educação
ambiental
2 de Fevereiro de 2008 - Alana
Gandra - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - A Companhia Municipal de Limpeza
Urbana (Comlurb), a Liga Independente das Escolas
de Samba (Liesa), a Riotur e a empresa Coca-Cola
Brasil reeditaram neste carnaval um projeto que
estimula a coleta seletiva de lixo no Sambódromo,
em todos os dias de desfile. A iniciativa tem o
objetivo de gerar renda para os catadores cadastrados
pelas cooperativas na Comlurb.
Segundo o coordenador da Comlurb,
Henrique Damásio, o projeto visa também
chamar a atenção dos foliões
para a importância da educação
ambiental. “É mais uma forma de sedimentar
essa nova cultura de reciclar e aproveitar ao máximo
o lixo", disse ele, em entrevista à
Agência Brasil.
"São 60 catadores
trabalhando no Sambódromo, uniformizados,
com a mensagem educativa de que reciclar é
nota dez", destacou Damásio. "Fazendo
esse trabalho de recolhimento, você está
de alguma forma mostrando para esse público
de quase 100 mil pessoas no Sambódromo uma
forma de disseminar realmente essa idéia.”
A parceria segue a linha do programa
Reciclou, Ganhou, da Coca-Cola Brasil, que promove
a educação ambiental de comunidades
carentes e apóia 36 cooperativas em 25 estados
brasileiros.
O projeto pretende, neste carnaval,
coletar cerca de 8 toneladas de material reciclável,
que serão vendidos pelos 60 catadores de
nove cooperativas inscritos na operação.
No carnaval do ano passado, foram recolhidas 6,8
toneladas de materiais diversos.
Damásio considerou significativa
essa meta, uma vez que a venda das oito toneladas
de material reciclável representará
um faturamento em torno de R$ 24 mil. Divididos
entre os 60 catadores cadastrados para o projeto
no carnaval 2008, esses recursos correspondem a
uma renda extra de R$ 400,00 para cada um, em apenas
quatro dias de trabalho. “É significativo
realmente”, comentou.
Hoje (2) serão distribuídos
pela Coca-Cola Brasil os uniformes para os catadores,
feitos com tecidos de garrafas PET recicladas, além
de sete mil sacos de diversos litros para o trabalho
de catação do material. Ontem (1º),
após o desfile das escolas de samba mirins,
foram recolhidos 480 quilos de latinhas de refrigerantes
na Passarela do Samba.