18 de Fevereiro de 2008 - O navio
do Greenpeace, Esperanza, entre o baleeiro Yushin
Maru e o navio-fábrica Nisshin Maru, ambos
da frota japonesa. Desde que a perseguição
aos baleeiros japoneses começou, no dia 13
de janeiro, nenhuma baleia foi morta na Antártica.
Mais fotografias Tóquio, Japão — Segundo
levantamento encomendado pelo Greenpeace, 71% dos
japoneses não apóia matança
no Santuário da Antártica.
Pesquisa de opinião encomendada
pelo Greenpeace e lançada nesta segunda-feira
revela que a maioria da população
japonesa não apóia a caça de
baleias no Santuário da Antártica.
Segundo o levantamento feito pelo Centro de Pesquisa
Japonesa, empresa da Gallup International Association,
71% do povo japonês não apóia
a caça de baleias em águas internacionais.
Um número ainda maior (87%)
dos pesquisados não sabia que parte dos impostos
cobrados no Japão ajudam a subsidiar a atividade
baleeira do país. Atualmente o governo japonês
financia a caça de baleias com quase 500
milhões de yens (aproximadamente US$ 5 milhões)
anualmente.
“O Greenpeace junta-se à voz da maioria da
população japonesa e pede mais uma
vez para que a frota baleeira japonesa seja imediatamente
retirada do Santuário de Baleias Antártico”,
afirma o coordenador da campanha de baleias do Japão,
Junichi Sato.
Os pesquisadores entrevistaram
1.051 pessoas de 15 a 60 anos. Cada uma delas recebeu
um questionário com 18 perguntas relacionadas
à caça de baleias.
“As conclusões da pesquisa trazem um rude
contraste com os mitos trazidos pela Agência
Japonesa de Pesca de que matar as baleias no Santuário
de Baleias do Oceano Antártico é agir
em defesa da cultura japonesa e do apoio da população.
A maior parte do povo japonês conhece pouco
sobre o que tem sido feito em seu nome e com o seu
dinheiro, enquanto a maioria não apóia
a caça que está em curso”, diz Sato.
O Greenpeace passou duas semanas
perseguindo a frota baleeira japonesa no Oceano
Antártico, em janeiro deste ano, para evitar
a caça de baleias na região. O navio
da organização, Esperanza, conseguiu
impedir a matança mantendo-se próximo
ao navio-fábrica japonês Nisshin-Maru,
evitando que a embarcação recebesse
baleias arpoadas pelos baleeiros. Mais de 100 baleias
foram salvas no período e a ação
do Greenpeace na Antártica ajudou a mobilizar
a opinião pública mundial contra a
caça - o Japão chegou a anunciar a
desistência de matar 50 jubartes, espécie
ameaçada de extinção, conforme
o planejado inicialmente. Mas manteve a cota de
centenas de baleias minkes e 50 fins, esta também
ameaçada de extinção.
"A pressão que criamos
na Antártica será agora transferida
para ações em terra, com manifestações
nas ruas e trabalhos políticos voltados para
a reunião da Comissão Internacional
Baleeira (CIB), em junho no Chile", conta Leandra
Gonçalves, coordenadora da campanha de Baleias
do Greenpeace Brasil que esteve a bordo do Esperanza.
"Vamos lutar pela criação do
Santuário de Baleias do Atlântico Sul
e pressionar o Japão para encerrar de uma
vez por todas a caça de baleias."