21 de Fevereiro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Elza Fiúza/Abr - Brasília
- Ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, discursa durante encontro de legisladores
de países do G8, mais África do Sul,
Brasil, China e Índia. O evento discute estratégias
para reduzir as mudanças climáticas
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, disse hoje (21) que a paralisação
da Operação Guardiões da Amazônia,
destinada a vistoriar madeireiras no município
de Tailândia (PA), não representa o
fim da atuação do governo na área,
mas uma estratégia para evitar conflitos
com a população. A retirada da madeira
ilegal já foi retomada, segundo a ministra.
Na última terça-feira
(19), um grupo de pessoas contrárias à
operação cercou fiscais do governo
do Pará e do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e tentou invadir uma das serrarias da cidade
para atear fogo a um caminhão que retirava
a madeira apreendida na fiscalização.
"A operação
de Tailândia vai ser efetivada. Nós
não queremos é confronto com a população,
estamos combatendo criminosos e contraventores,
e essas pessoas infelizmente manipulam os moradores
locais. Mas não queremos repetir nenhum caso
de violência do tipo de Eldorado dos Carajás,
longe disso”, afirmou a ministra.
Ela se referiu ao confronto ocorrido
em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado
dos Carajás, ao sul do Pará, envolvendo
agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST) e a Polícia Militar, que
resultou na morte de 19 trabalhadores rurais.
“Estamos trabalhando com algo
complexo, que envolve direitos sociais importantes,
mas nem por isso o Estado deve ser conivente com
qualquer prática ilegal em relação
à madeira", acrescentou.
De acordo com a ministra, o contingente
policial para garantir o transporte de madeira foi
ampliado por determinação da governo
do Pará de 80 para 160 policiais militares.
Marina Silva afirmou que o caso de Tailândia
é um episódio isolado e que o Ibama
e a Polícia Federal manterão o cronograma
de operações de fiscalização
de madeira ilegal.
"Estou saindo aqui para uma
reunião no Gabinete de Segurança Institucional
com o general Félix, os Ministérios
da Defesa e da Justiça, a Abin [Agência
Brasileira de Inteligência], e todos os órgãos
da força para reforçarmos as ações
tanto do Ibama quanto da PF", anunciou, após
participar de um painel sobre florestas no fórum
de legisladores do G8 e mais cinco países
emergentes.
O encontro tem o objetivo de discutir
recomendações sobre mudanças
climáticas a serem levadas para a reunião
das maiores economias do mundo, em julho, no Japão.