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MORADORES DE TAILÂNDIA PEDEM ALTERNATIVAS DE RENDA PARA SUBSTITUIR MADEIRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

27 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado especial - Wilson Dias/Abr - Tailândia (PA) - O corretor de vendas de madeira Daniel Monteiro, 48 anos, diz não ter o que fazer com o fechamento de madeireiras e serrarias da cidade.

Tailândia (PA) - Em cada ação dos fiscais e agentes da Operação Arco de Fogo nas madeireiras do município paraense, forma-se um conjunto de moradores que acompanham com atenção e curiosidade os fatos. Estão sempre abertos a conversas, mas muitos se negam a dar entrevistas formais e revelar nomes. Os que topam reclamam dos efeitos que a fiscalização terá na economia local.

“Como vai ficar a população de Tailândia?”, questionou Daniel Monteiro, 48 anos, corretor de vendas de madeira. “Nossa renda está na madeira e não há outros meios para sobreviver. Fico imaginando a cidade daqui a uns 45 dias, todo mundo desempregado. Hoje estou à-toa olhando para o tempo”, acrescentou.

O vendedor de polpa de frutas Arlindo Cassimiro da Silva manifestou solidariedade aos conterrâneos. “Tem muitos pais de família, com vários filhos, que dependem do setor madeireiro. A criança vai pedir comida e vai chorar amargamente. Nosso pão vem da providência de Deus, mas a comunidade precisa trabalhar”, argumentou o morador, que é evangélico.

Silva defendeu que a prefeitura e o governo do estado trabalhem pela instalação de indústrias em Tailândia, para gerar empregos permanentes para a população. “Não adianta só tirar madeira. Onde tira e não se coloca, se acaba. Também tem que gerar alguma coisa para o povo. Até agora não vi isso, para o pessoal ficar tranqüilo”, disse.

O governo do Pará já manifestou a intenção de leiloar a madeira apreendida em Tailândia e se comprometeu aplicar no mínimo 50% dos recursos arrecadados em ações sociais voltadas aos trabalhadores que perderem postos de trabalho na cidade. A prefeitura de Tailândia estima que 70% do dinheiro que circula na cidade venha da madeira.

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Trabalhadores de Tailândia não têm mais garantia de remuneração, alerta sindicato

28 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado especial - Tailândia (PA) - Parte dos mais de 8 mil trabalhadores que atuam no setor madeireiro da região de Tailândia ficará sem remuneração já a partir do próximo mês. O alerta foi feito hoje (28) a deputados da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Pará pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Madeireira, Movelaria e Construção Civil de Tailândia, Tomeaçu e Concórdia do Pará (Sitrimotoc), Francisco Chagas.

"Ninguém é contra a fiscalização, mas nossa preocupação é que empresa nenhuma tem condições de pagar os salários de fevereiro", disse Chagas. "Eles [os patrões] nos chamaram para negociação, para adiantar 40% do salário e nós ficarmos com licença sem remuneração", acrescentou.

Segundo Chagas, as madeireiras de Tailândia empregavam, com carteira assinada, 3.826 funcionários, e as carvoarias, 4.600. Para ele, a Operação Arco de Fogo, que combate a exploração ilegal de madeira na região, tem foco equivocado. "Antes de mandar fiscalização, o governo tinha que oferecer sugestões e criar um outro caminho, porque a comunidade de Tailândia vive quase que exclusivamente do uso de madeira", argumentou.

O presidente do Sitrimotoc pediu um esforço dos órgãos ambientais para agilizar processos pendentes de regularização das empresas do setor. "Se regularizarem a situação, vamos ter certeza de que podemos continuar trabalhando e dando alimentação para os nossos filhos", ressaltou.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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