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PARÁ QUER COMPENSAÇÃO PARA PRESERVAR FLORESTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

25 de Fevereiro de 2008 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, quer que o Estado receba "compensação" como "pagamento de serviços ambientais" para a preservação da floresta amazônica. Segundo a governadora, a estimativa é de que combate ao desmatamento ilegal trará um impacto de R$ 2,5 bilhões na economia do estado.

Para Ana Júlia Carepa, "não basta aplaudir" as ações de controle – manter a "floresta em pé" é um compromisso de toda a população brasileira. A governadora disse não ter uma proposta de compensação, mas considerou que a discussão sobre um "novo modelo de desenvolvimento" pode ser feita no âmbito da reforma tributária e cotejar aumento de repasse de recursos aos municípios e de programas de renda mínima, como o Bolsa-Família.

"Nós temos que substituir esses R$ 2,5 bilhões. Nós vamos procurar apoio do governo federal e queremos colocar essa discussão para o país, porque no estado do Pará nossa ação está contribuindo para o país inteiro e para o mundo inteiro", disse.

A governadora disse estimar que 100 mil pessoas sobrevivam no estado da exploração de madeira e carvão. E precisar de recursos para atender desempregados, reorientar atividades produtivas na agricultura e promover a recomposição florestal.

Em Brasília, hoje (25), ela participou da solenidade de lançamento do programa Territórios da Cidadania – 57 municípios paraenses receberão neste ano R$ 1,22 bilhão.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Valmir Ortega, prometeu que o combate ao desmatamento se estenderá por todo o ano e atacará focos de destruição da floresta nas regiões sul e sudeste do Pará, ao longo da Rodovia Transamazônica e da BR-222. "A idéia é desenvolver uma ação de pelo menos um ano, com foco inicial nos 12 municípios que são aqueles com o maior índice de desmatamento", disse.

O combate ao desmatamento será nos municípios de Altamira, Brasil Novo, Cumaru do Norte, Dom Eliseu, Novo Progresso, Novo Repartimento, Paragominas, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Ulianópolis.

O secretário anunciou ainda que até o final do ano os governos estadual e federal deverão licitar 1,5 milhão de hectares para a concessão florestal.

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Falta de apoio de governos passados complicou situação em Tailândia, avalia instituto

24 de Fevereiro de 2008 - Felipe Linhares - Da Agência Brasil - Brasília - A difícil situação do município de Tailândia, no interior do Pará, é resultado da falta de apoio dos governos estaduais anteriores. A avaliação é do defensor público e conselheiro do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Paraguassú Élderes. De acordo com ele, a falta de apoio e de investimentos para resolver a situação da exploração irregular de madeira foi um dos motivos para que o problema se complicasse no município.

Segundo Élderes, os moradores da região "se acostumaram a explorar a floresta sem dar satisfações ao estado”. No dia 11 de fevereiro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Guardiões da Amazônia para recuperar madeira comercializada sem comprovação de origem e autuar madeireiras e transportadores que fazem tráfico ilegal na região.

A situação dos trabalhadores das serrarias preocupa o defensor público. “O Pará é uma colônia extrativista que não tem industrialização para oferecer emprego às pessoas que trabalham nas madeireiras e carvoarias.”

Na última terça-feira (19), trabalhadores de serrarias e carvoarias e populares protestaram contra a apreensão de madeira e a demissão de cerca de 2 mil pessoas que trabalhavam no setor cercaram fiscais do governo estadual e do Ibama. Segundo o instituto, eles tentaram invadir uma das serrarias da cidade e atear fogo a um caminhão que retirava a madeira apreendida pelos fiscais.

De acordo com Élderes, o atual governo do estado do Pará, é o que mais deu apoio e tenta acabar com o problema, mas, segundo ele, o estado não tem recursos para montar uma estrutura correta para enfrentar essa questão.

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Pará cria programa para evitar extinção de espécies ameaçadas

24 de Fevereiro de 2008 - Rafael Brasil - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O Pará elaborou uma lista de espécies ameaçadas de extinção no estado, que serviu de base para a definição de medidas de recuperação e prevenção dos danos causados à fauna e à flora paraenses. As ações estão previstas no Programa Estadual de Proteção às Espécies Ameaçadas de Extinção, conhecido como Extinção Zero.

A lista reúne 181 espécies, entre plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Treze são consideradas criticamente em perigo, entre elas o bicudo verdadeiro, o peixe-boi marinho e o macaco caiarara. Sete estados brasileiros já possuem a lista de espécies ameaçadas. O Pará é o primeiro estado da Amazônia a organizar uma relação como essa.

A listagem foi apresentada na última quarta-feira (20) na sede do Museu Emílio Goeldi e oficializada pelo governo do Pará. O secretário de Meio Ambiente do Pará, Valmir Ortega, destaca que a lista é um instrumento importante para proteger as espécies ameaçadas

“No mundo como um todo, a idéia de elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção se mostrou uma estratégia extremamente importante para proteger essas espécies que estão mais pressionadas, seja pelo desenvolvimento, seja pela degradação ambiental, pela alteração dos ecossistemas, pelo empobrecimento das florestas.”

Para alcançar o objetivo de assegurar que nenhuma das espécies ameaçadas sejam extintas, foi criado um comitê gestor com a participação de várias secretarias do governo e outro formado por cientistas e pesquisadores de diversas instituições do estado do Pará. A idéia é que os comitês fiquem atentos às necessidades de proteção e reprodução das espécies.

O principal problema causador da extinção é a destruição dos ecossistemas que abrigam essas espécies. Ações como desmatamento, alteração de áreas pela agricultura e pecuária, lançamento de resíduos nos rios ou na atmosfera causam impactos irreversíveis. A maior incidência de casos se dá no leste do Pará, de acordo com a diretora do Museu Emílio Goeldi.

"O problema é no que nós chamamos de Centro de Endemismo de Belém, ao leste do estado do Pará. Essa é a área geográfica mais crítica, onde está a maioria dessas espécies ameaçadas. A perda de habitat foi muito grande, as populações têm uma distribuição geográfica restrita e algumas delas [estão] somente nessa área do Pará, onde grande parte da cobertura florestal primária já foi alterada", diz.

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Órgãos de segurança e do meio ambiente discutem apoio a ações contra desmatamento

21 de Fevereiro de 2008 - Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) informou hoje (21) em nota oficial que serão negociados “apoios às ações planejadas, em especial os meios pelos quais o Ministério da Defesa, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal poderiam atuar nas operações de combate ao desmatamento”.

A nota foi divulgada depois de reunião, no Palácio do Planalto, com representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para debater como enfrentar as ações contra os fiscais do Ibama que estão vistoriando madeireiras no município de Tailândia, no Pará.

A nota afirma que a operação do governo federal na Amazônia não será de “curta duração”, mas “um projeto de longo prazo”.

Na última terça-feira (19), um grupo contrário à Operação Guardiães da Amazônia, que vistoria madeireiras no município do Pará, cercou fiscais do governo estadual e do Ibama e tentou invadir uma das serrarias da cidade e atear fogo a um caminhão que retirava a madeira apreendida pelos fiscais.

Participaram da reunião o ministro-chefe do GSI, Armando Félix; os diretores da PF, Luiz Fernando Corrêa; da PRF, Hélio Derenne; da Abin, Paulo Lacerda; o presidente substituto do Ibama, Basileu Margarido; o diretor de Articulação de Ações da Amazônia do MMA, André Rodolfo de Lima, e o vice-chefe do Estado-Maior da Defesa, general João Francisco Ferreira.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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