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RETIRADA DE MADEIRA ILEGAL APREENDIDA EM MUNICÍPIO DO PARÁ PODE LEVAR 60 DIAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2008

26 de Fevereiro de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Enviado especial - Wilson Dias/Abr - Belém (PA) - Madeiras e caminhões apreendidos no município de Tailândia, no nordeste do estado do Pará, são guardados em depósito utilizado pela Secretaria de Meio Ambiente, em Marituba, município da região metropolitana de Belém.

Belém - Autoridades que trabalham na linha de frente da Operação Arco de Fogo, em Tailândia, no nordeste do Pará, estimam que serão necessários pelo menos 60 dias para que os agentes consigam retirar da cidade toda a quantidade de madeira que já foi ou ainda será apreendida nas madeireiras e serrarias clandestinas da cidade.

Na semana passada, durante a Operação Guardiões da Amazônia, foram confiscados de 13 mil a 15 mil metros cúbicos de madeira.

“É um trabalho difícil e lento”, afirmou o coronel da Polícia Militar (PM) do Pará, Rolian Silva. Ele comanda a tropa de intervenção da PM em Tailândia, que atua em auxílio à Polícia Federal, à Força Nacional de Segurança e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos naturais Renováveis (Ibama).

São, ao todo, 300 agentes que desembarcaram na cidade sem data para sair. Silva informou que o transporte do material é feito por caminhões, pela rodovia PA-150, e por balsas, pelo Rio Moju.

Hoje (26), segundo o coronel, os agentes da operação fiscalizaram mais duas madeireiras em Tailândia. Elas tiveram serviços suspensos e os funcionários foram dispensados. Técnicos ainda não concluíram a medição da madeira ilegal encontrada nos locais. “Nem toda a madeira é ilegal. É preciso verificar aquilo que excede a autorização de manejo”, ressalvou Rolian Silva.

O superintendente do Ibama no Pará, Aníbal Picanço, avalia que a partir das próximas ações de fiscalização sejam apreendidos até 40 mil metros cúbicos de madeira em Tailândia.

“A cidade funciona como entreposto de madeira extraída de forma irregular de outras áreas do estado”, explicou Picanço, referindo-se à retirada das toras de reservas ambientais e áreas indígenas. Maçaranduba e ipê estão entre as espécies mais comuns.

As toras apreendidas em Tailândia são encaminhadas para um depósito em Marituba, município da região metropolitana de Belém. Na tarde de hoje havia no local sete caminhões e centenas de toras recolhidas nas ações recentes de fiscalização. O governo do Pará quer leiloar o material e reverter parte da renda em programas sociais de atendimento aos que deixarem a atividade.

O coronel Rolian Silva disse que o trabalho dos agentes ocorreu de forma tranqüilia, sem novas reações adversas por parte da população de Tailândia: “É óbvio que há um descontentamento pelo impacto na atividade econômica, mas a demonstração de força tem efeito sobre o comportamento da população”.

Para o Ibama, o apoio do aparato policial estadual e federal é fundamental para garantir a eficácia do trabalho de fiscalização: “Antes fazíamos os flagrantes e aplicávamos multas, mas ao darmos as costas a ilegalidade voltava imediatamente. Agora o Estado já entra fazendo a retirada do material”.

A prefeitura de Tailândia sustenta que o setor madeireiro é responsável por 70% dos recursos que circulam na cidade. Na secretaria estadual de Meio Ambiente há 147 pessoas jurídicas (empresas) registradas no município, mas apenas 60 possuem licenciamento ambiental. “Muitas são fantasmas e várias funcionam no mesmo endereço. É uma estratégia para facilitar fraudes em guias florestais”, afirmou o superintendente do Ibama.

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Força-tarefa vai cobrar multas de desmatadores da Amazônia

29 de Fevereiro de 2008 - Juliana Maya - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A Procuradoria-Geral Federal, da Advocacia-Geral da União (AGU), vai cobrar multas não pagas por empresas e produtores rurais autuados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatamento na Amazônia.

Uma força-tarefa, com até 30 procuradores federais, foi criada e vai começar os trabalhos de cobrança no fim do mês de março. As ações vão atingir os estados de Rondônia, do Pará e de Mato Grosso.

De acordo com o procurador-geral federal João Ernesto Vianna, as multas podem ultrapassar os R$ 130 milhões, no Pará, os R$ 173 milhões, em Rondônia, e cerca de R$ 1,100 bilhão em Mato Grosso.

"O efeito maior é mostrar a presença efetiva do Estado e demonstrar que o crime ambiental não compensa", disse.

As multas são cobradas primeiramente pelo Ibama por via administrativa, com direito a ampla defesa. Ao fim do processo, se mantida a multa e os responsáveis se negarem a pagar o valor estipulado, uma execução fiscal é ajuizada e a cobrança passa para a área judicial.

Segundo o procurador-geral federal, as formas de pagamento das multas poderão ser negociadas. Existe ainda a possibilidade de a multa ser convertida em prestação de serviços à sociedade.

"É preciso analisar o caso concreto. O acordo que pode ser feito é de parcelamento da multa, e
em alguns casos é possível buscar também a recomposição do dano", explicou.

O presidente do Sindicato dos Madeireiros de Mato Grosso, José Eduardo Pinto, disse que a força-tarefa é bem vinda, pois vai poder solucionar pendências com relação à legalidade da situação dos devedores.

Ele disse que a maioria das multas estão sendo discutidas judicialmente porque houve arbitrariedade em sua aplicação. "Vindo essa força-tarefa, com certeza vai agilizar a análise desses processos jurídicos e conseqüentemente se chegar a conclusões e decisões de cancelamento ou pagamento das multas".

O trabalho da força-tarefa complementa a ação que já vem sendo realizada na região pelo Exército, pelo Ibama e pelas polícias Civil, Federal e Militar de combate ao desmatamento.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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