Panorama
 
 
 

AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO DE MADEIREIRAS NO RS REVELAM DIVERSAS IRREGULARIDADES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

Porto Alegre (03/04/2008) - Depois de integrar a operação nacional Guardiões da Amazônia, Operando no Destino (em 13/03) que teve como alvo toda a cadeia produtiva da madeira para identificar irregularidades, o Ibama/RS prossegue com operações de fiscalização sistemáticas em várias regiões do Estado. Na Superintendência do Ibama no Rio Grande do Sul (Supes/RS), os analistas ambientais Carlos Henrique Jung Dias e Dorival José Reis da Silva estiveram em Alvorada, semana passada, fiscalizando a matriz de uma empresa, cuja filial de Pelotas teve uma carga de castanheira apreendida na semana anterior.

Segundo Carlos Henrique, a empresa que estava realizando suas transações sem cobertura de Documento de Origem Florestal - DOF, (ou mais precisamente nunca emitiu nenhum DOF) tem quatro dias para apresentar toda a documentação de compra e venda da madeira, caso contrário será autuada. À frente do sistema DOF, na Supes/RS desde sua implementação em setembro de 2006, Carlos Henrique se reveza entre ações de fiscalização e análise de um sem número de documentos referentes à extração, transporte e comercialização da madeira. Só na análise deste material, “tem trabalho para mais de um ano”, reconhece.

Pelotas

Na terça-feira (25/03), uma equipe de analistas, do posto de Pelotas e do Escritório Regional do Ibama de Rio Grande, apreendeu duas cargas de castanheira (na empresa Floresta) na cidade de Pelotas. Uma de 46 m3 e outra de 50m³. Segundo o analista ambiental Luís Eduardo Burgueño, foram coletadas três amostras e contra-amostras aleatórias da carga. Quando voltaram ao local para encerrar a operação e fotografar a madeira, os servidores encontraram (na segunda-feira 31/03) mais 50m³ de castanheira. Foram fiscalizadas também madeireiras em Pelotas, Capão do leão, Morro Redondo, Canguçu e São Lourenço do Sul. No total foram apreendidos 150m³ de madeira.

Também foram vistoriadas duas carvoarias localizadas no interior de Canguçu, onde foi encontrado carvão produzido com madeiras nativas. “Coletamos amostras e notificamos os proprietários a apresentarem documentos de origem do carvão”, informa Burgueño. As amostras de carvão e da madeira foram enviadas para o Laboratório de Produtos Florestais-LPF para emissão de um laudo oficial.

Santa Maria

Em Santa Maria foram vistoriadas (nos últimos dias) cinco empresas das 25 previstas. Segundo o analista ambiental Alexandre Barnewitz, além da medição das madeiras nos pátios das empresas, os servidores do Escritório do Ibama naquela cidade estão analisando documentos que foram entregues através de notificações. E das cinco já fiscalizadas, em três delas foram encontradas castanheira. “A repercussão dessas ações é ótima”, avalia, “pois quando uma empresa é autuada, outras cinco pelo menos, procuram se regularizar”. Até o momento as multas somam R$ 15.000,00 mas, segundo o analista ambiental há indicação de que outras 20 multas serão aplicadas depois de analisados os documentos recebidos. Ainda falta analisar a documentação de outras quatro empresas.

Segundo Barnewitz, a expectativa é continuar com as fiscalizações até vistoriar 100% das empresas de Santa Maria. E até o momento, foram apreendidos 34m³ de madeiras sem documento (incluindo castanheira) é há probabilidade de outros 94m³ (apreendidos em outra empresa) serem também de castanheira.

E em Uruguaiana, os analistas ambientais Régis Fontana Pinto (Esreg Bagé) e Mauricio Vieira Souza (Esreg Uruguaiana) verificam esta semana a adequação de uma grande empresa madeireira, localizada na fronteira, embargada há sete meses, por diversas irregularidades na documentação. Trabalho nem sempre fácil, pois envolve muita pressão local e dos representantes destas comunidades.

Ao refletir sobre a realidade encontrada nas madeireiras, agora com mais precisão através do DOF, o analista ambiental Carlos Henrique Jung Dias acrescenta: “some-se a isso (pressões e irregularidades nos documentos) a grande confusão encontrada nos pátios e nos controles das empresas de modo geral. São pouquíssimas as exceções. As madeireiras trabalham em um ambiente pouco profissionalizado, sem qualquer tipo de controle e com imenso desperdício de um recurso importante, não só quanto ao seu valor ambiental, mas como valor econômico.” Ele lamenta as perdas que esses procedimentos representam para o país e a sociedade. “Os recursos ambientais são bens comuns da sociedade e devem ser preservados, e quando, explorados, devem representar ganho a toda a sociedade, sem desperdícios irresponsáveis”, conclui.
Maria Helena Annes

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Seminário lança Projeto Floresta em Pé em Santarém/PA

Santarém (28/03/2008) - Foi realizado hoje, em Santarém/PA, o seminário de lançamento do projeto Floresta em Pé, coordenado pelo Ibama. O projeto é uma cooperação técnica entre os governos brasileiro e francês por meio de parcerias estabelecidas entre o Ibama, o Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), o Grupo de Pesquisa e Intercâmbio de Tecnologias (Gret), o Ofício Florestas Nacional (OFI), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), a Embrapa, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), a Funtec e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) do Pará.Para o diretor de Uso Sustentável de Biodiversidade e Florestas do Ibama, Antonio Carlos Hummel, o projeto tem como objetivo principal avaliar e propor medidas corretivas no comércio de madeira entre empresas e comunidades que praticam o manejo florestal. “Pretendemos conhecer como acontecem as relações comerciais entre empresas e comunidades e como o processo produtivo pode melhorar, dando, inclusive, condições de as comunidades beneficiarem a madeira in loco, o que fortalece o manejo florestal comunitário, e aumentar a produtividade dos madeireiros por meio da introdução de novas tecnologias”, diz.

Hummel informa, ainda, que o projeto tem importância fundamental dentro do Plano de Combate ao Desmatamento. Segundo ele, é importante o comando e o controle. “Porém, quando se fortalece as redes e comunidades que praticam o manejo, e conhece-se as limitantes e condicionantes para o manejo florestal na região amazônica, há condições de se buscar uma melhora no processo madeireiro”, observa. Segundo ele, quando se entende como as relações comerciais funcionam, o plano tende a dar mais certo.

Para Plínio Sist, do Cirad, Santarém foi a cidade escolhida por ser uma região que tem uma floresta nacional, um distrito florestal, muitas comunidades e assentamentos, a BR 163 e diversos problemas. “Há muita pressão social para harmonizar a cadeia produtiva, pois, hoje, a sociedade exige que a floresta seja conservada”, informa. Os resultados do trabalho serão levados para outras regiões amazônicas.

O projeto tem prazo de três anos e financiamento de R$ 3,8 milhões. Alguns dos aspectos percebidos como ponto de partida para o estudo das melhorias nas relações são, para as empresas, o acesso difícil à terra legalizada e sem conflito, a insuficiência na capacidade de investimento e os baixos rendimentos na transformação e processamento da madeira; para as comunidades, a baixa capacidade de organização, limitados meios de financiamento e falta de experiência na comercialização das madeiras; e, para o governo, ausência de medidas eficientes e que favoreçam o manejo e a ausência de zoneamento ambiental.

O trabalho a ser realizado envolve o mapeamento do setor madeireiro em Santarém, a implantação de um fórum de debate local, a definição de diretrizes técnicas integrando produtos madeireiros e não madeireiros, a capacitação, o melhoramento dos rendimentos de transformação da madeira e o monitoramento econômico, de biodiversidade e dos processos organizativos, com posterior divulgação dos resultados.

Para este ano já estão sendo preparadas visitas a comunidades e empresas que irão gerar o plano de trabalho, a seleção das áreas e implantação das parcelas de monitoramento da biodiversidade, a seleção das indústrias para estudos de rendimento, a criação e a reunião do fórum local, a continuação de levantamentos de informações para o setor agroflorestal, a análise sócio-econômica nas relações entre comunidades e empresas, a realização das primeiras capacitações em técnicas de manejo florestal. Há, também, a possibilidade da instalação de pequenas serrarias nas comunidades para comercialização direta da madeira.

Segundo diagnóstico realizado pelo projeto da cadeia produtiva da madeira em Santarém, a cidade ganhou progressivamente ocupação de seu território a partir da década de 1970, com a construção de estradas e do aumento do agronegócio. Naquela época já haviam 11 serrarias instaladas. Até o ano de 1998, esse número chegou a 45. Em 2007, houve um início de ordenamento do setor e as pequenas serrarias encolheram. Atualmente, as grandes serrarias terceirizam a extração e procuram assentamentos fora da região de Sanatarém. A madeira chega a vir de localidades a 150 km de distância.

São vendidas 44 mil m3/ano para o mercado local e 117 mil m3/ano para o mercado internacional. O volume total em toras exploradas é de 263 mil m3/ano. A maior parte da madeira exportada sai de assentamentos. O projeto prevê, também, o mapeamento da legislação e a proposição de formas de equilibrar a relação econômica,uma vez que o preço pago pelas madeireiras às comunidades é muito baixo.

Além disso, pretende, também, apontar perspectivas para a legalização da extração da madeira nos assentamentos e propor o aumento do número de espécies passíveis de exploração, para minimizar o corte de apenas algumas espécies. Pretende, ainda, identificar possibilidades de obtenção de certificação internacional com vistas a uma vantagem competitiva de mercado.

Estiveram também presentes á mesa, além de Hummel e Plínio, Manuel Amaral (IEB), Philippe Sablayrolles (Cret), Alain Silberchicot (representante da embaixada da França), Daniel Cohenca (gerente do Ibama Santarém), Fernanda Rabelo (Funtec). O coordenador geral do projeto é Hildemberg Cruz e o coordenador regional Marcelo Melo, ambos do Ibama.
Luis Lopes

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Dirigentes e servidores do Ibama discutem planejamento estratégico

Brasília (31/03/08) - Durante todo o dia de hoje, o presidente do Ibama, Bazileu Margarido, reúne-se com diretores, superintendentes e representantes dos servidores para discutir o planejamento estratégico do instituto. A proposta básica já foi aprovada pelo Conselho Gestor Ampliado, no último dia 17, do qual participaram a diretoria e os coordenadores regionais (superintendentes que representam cada região).

Segundo a Diretoria de Planejamento, Administração e Logística- Diplan, responsável pela produção do documento básico e organização do evento, o planejamento estratégico permite direcionar a instituição para uma nova situação estratégica, gerando um conjunto de forças para novo alinhamento. “O planejamento estratégico é um processo de determinação dos principais objetivos de uma instituição, das políticas e estratégias que a governarão, do uso e disponibilização de recursos para a realização dos objetivos.”

Para essa etapa de discussão, foram convidados dez representantes dos servidores: um de cada diretoria, um de cada região e um da Asibama, representada pela presidente da Asibama/DF, Lindalva Ferreira Cavalcanti. A abertura da reunião, que ocorre no Instituto Israel Pinheiro, ocorreu às 9 horas com as presenças do secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Hamilton Pereira da Silva, do diretor de Gestão Estratégica da Secretaria Executiva, Guilherme Brandão, do diretor-geral do Serviço Brasileiro Florestal, Tasso Azevedo, e do representante do ICMBio, Gustavo Costa Rodrigues.

Em diferentes épocas, várias consultorias elaboraram propostas de planejamento estratégico para o Ibama. Mas, com a reestruturação do instituto, no ano passado, é necessário reformular a missão, a visão de futuro, as diretrizes estratégicas, os macroprocessos e os valores do Ibama. Parte das análises das consultorias foi aproveitada pela equipe da Diplan responsável pela elaboração da proposta básica levada ao Conselho Gestor e que, agora, já com as mudanças incorporadas, será discutida na reunião com todos superintendentes e servidores.

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Ascom

 
 
 
 

 

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