A Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos esclarece
que as notícias veiculadas na última
sexta-feira (28) sobre a Conferência Estadual
do Meio Ambiente não condizem com a realidade
do evento. Em nota do blog do colunista Marcus Vinicius
(Jornal do Estado) que originou matéria no
jornal Gazeta do Povo e outra divulgada na Rede
Paranaense de Comunicação (RPC), a
conferência foi reduzida a uma discussão
sobre a liberação do cultivo da maconha
para fins medicinais.
Esta foi apenas uma das mais de
1,3 mil propostas que estão em discussão
na Conferência que, segundo os organizadores,
tem como tema principal as Mudanças Climáticas,
conforme determinação do Ministério
do Meio Ambiente.
A divulgação tendenciosa
da proposta causou polêmica e revolta entre
os participantes do evento estadual. Depois da veiculação
das matérias, os participantes registraram
junto à organização da Conferência
relatos de discriminação e ofensas
sofridas pela interpretação maldosa
dos fatos.
Mobilizados, estão recolhendo
assinaturas e redigindo uma moção
de repúdio à forma como a Conferência
Estadual do Meio Ambiente vem sendo divulgada na
mídia - que foi apresentada neste sábado
(29) na Associação Banestado, em Praia
de Leste.
COMO FUNCIONA A CONFERÊNCIA:
As propostas que estão
em debate na Conferência Estadual do Meio
Ambiente foram elaboradas por participantes dos
eventos regionais. Ao todo foram realizados 13 conferências
regionais, que juntas reuniram mais de 7 mil pessoas.
A redação da proposta
polemizada diz: “Promover a sustentabilidade entre
comunidades alternativas liberando o cultivo de
ervas medicinais incluindo a canabis sativa, entre
outras” e sua apresentação não
está sequer relacionada ao tema principal
da Conferência, que é Mudanças
Climáticas.
Afinal, o objetivo principal do
evento é reunir sugestões que servirão
de diretrizes para políticas visando a redução
das emissões dos gases que contribuem para
o aumento das temperaturas e colaborar com a elaboração
do Plano Estadual de Mudanças Climáticas.
A sugestão foi de Agnaldo
Barbosa, participante da Conferência Regional
do Meio Ambiente realizada em Antonina (litoral
do Estado), em que mais de 700 pessoas compareceram
e tiveram oportunidade de fazer suas sugestões
de políticas para o combate ao aquecimento
global.
Entre os participantes, representantes
de instituições públicas e
privadas, prefeitos e secretários de meio
ambiente do litoral, associações comerciais,
universitários, professores, profissionais
liberais e comunidade em geral.
Ao fazer sua inscrição
no evento, a pessoa definia qual dos cinco grupos
de discussão sobre o tema Mudanças
Climáticas gostaria de participar: redução
das causas, adaptação dos impactos,
educação ambiental, pesquisa e controle
social ou fortalecimento do Sistema Nacional do
Meio Ambiente (Sisnama).
A proposta em questão surgiu
no grupo que discutia redução das
causas em Antonina, que contou com 51 integrantes
e produziu 94 sugestões.
Depois de elaborada, as propostas
do grupo foram aprovadas ‘em bloco’ por falta de
tempo hábil – portanto, não foram
debatidas ou apreciadas individualmente porque seriam
discutidas na plenária estadual.
A sugestão então
seguiu para as discussões da Conferência
Estadual do Meio Ambiente – onde será avaliada
por um grupo de delegados (pessoas eleitas durante
os eventos regionais com direito a voz e voto) e,
além da necessidade de ser aprovada pelo
grupo, será submetida à plenária
estadual.
A Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos ainda destaca que a proposta
polemizada não representa a opinião
da grande maioria dos participantes da Conferência
Estadual do Meio Ambiente.
+ Mais
Secretaria do Meio Ambiente e
Apras assinam termo de entendimento
O governador Roberto Requião
e o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, assinaram ontem
(30) termo de entendimento com o presidente da Associação
Paranaense de Supermercados Everton Muffato, durante
a 27° Feira e Convenção Paranaense
de Supermercados (Mercosuper).
O governador aproveitou para elogiar
os supermercados paranaenses e brasileiros, que
já estão há tempos se adequando
para essa realidade e chamar a atenção
das grandes redes multinacionais que insistem em
utilizar sacolas de plástico comum.
“Não é possível
que, em nome de um custo operacional que é
naturalmente absorvido pelos mercados nacionais
e paranaenses, não cumpram com as determinações
do Estado do Paraná”, enfatizou.
Muffato destacou que a parceria
do setor com o Governo do Paraná na questão
ambiental vem evoluindo, principalmente na utilização
das sacolas oxibiodegradáveis. “Estamos acima
da média mundial também no gerenciamento
de resíduos. Vários supermercados
estão com ação na utilização
das sacolas retornáveis e a Apras ainda vai
desenvolver o pedágio verde para conscientizar
a sociedade”, enumerou.
O documento vem reforçar
o compromisso do setor supermercadista na substituição
das sacolas feitas com plástico convencional
nos estabelecimentos afiliados à associação.
Este termo propõe que os supermercados incentivem
seus clientes a utilizarem sacolas retornáveis,
como as feitas de papel; pano; lona e tecido. Caso
os supermercados queiram utilizar sacolas plásticas,
que disponibilizem para venda na boca do caixa,
sacolas oxibiodegradáveis.
Segundo o Secretário de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, cobrar pela sacola que o cliente utiliza
pode ser uma boa estratégia. “Se o cliente
pagar pela sacola, haverá uma conscientização
mais rápida de que se não cuidarmos
do meio ambiente hoje, pagaremos cada vez mais caro
no futuro” disse o secretário.
Segundo o Coordenador do Programa
Desperdício Zero, Laerty Dudas, a Apras fará
com que todos os seus associados tenham conhecimento
da assinatura desse termo. Dudas conta ainda que,
hoje as redes supermercadistas paranaenses já
se adequaram à substituição
das sacolas, mas ainda há muito a ser feito.
“Mais de 40% das empresas do ramo já estão
fazendo uso de sacolas oxibiodegradáveis.
Nosso problema agora, são as grandes redes
multinacionais que ainda não se adequaram”
afirmou.
MULTA – No início de fevereiro
o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) multou
as redes de supermercados WMS Supermercados do Brasil
(que engloba os estabelecimentos Wal Mart, Big e
Mercadorama), Companhia Brasileira de Distribuição
(do qual fazem parte as lojas Pão de Açúcar
e Extra) e Carrefour. Cada rede foi autuada em R$
70 mil por não apresentar à Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e ao
Ministério Público do Paraná
alternativas para a substituição das
sacolas plásticas disponibilizadas em suas
lojas. Se somadas, as multas totalizam R$ 210 mil.
Em março do ano passado,
a Secretaria e o Ministério Público
convocaram audiência pública com a
Associação Paranaense de Supermercados
(Apras) para saber qual o destino das 80 milhões
de sacolas disponibilizadas mensalmente. Desde então,
a Secretaria vem coordenando ações
para que haja uma mudança de atitude e uma
maior preocupação ambiental por parte
deste setor.