Comemoração
- 04/04/2008 - Mostra comemora a Teoria da Evolução
das Espécies, marco histórico dos
estudos modernos em biologia.
Não, o homem não descende dos macacos.
Além disso, a evolução das
espécies definitivamente não é
resultado da sobrevivência dos mais fortes
e aptos, e os humanos não são os seres
mais evoluídos que existem no planeta. Surpreenda-se:
esses e outros mitos, além de detalhes espetaculares
sobre as similaridades na história de espécies
tão diferentes como o peixe-boi amazônico
e o elefante africano, são alguns dos atrativos
da exposição "Unidade na diversidade:
a teoria da evolução completa 150
anos", que será aberta no próximo
dia 10 de abril no Parque Zoobotânico do Museu
Paraense Emílio Goeldi/MCT.
A mostra receberá visitantes
até julho de 2008 no Pavilhão Domingos
Soares Ferreira Penna (popularmente conhecida como
Rocinha). Reunindo painéis e ossadas completas
de diversos animais, a exposição -
realizada pelo Museu Goeldi e Museu Nacional (RJ),
com a colaboração do Museu de Anatomia
Veterinária da USP - comemora os 150 anos
da publicação da Teoria da Seleção
Natural, anunciada pelos britânicos Charles
Darwin e Alfred Russel Wallace em 1858. O anúncio
foi o primeiro passo para que no ano seguinte, em
1859, Darwin publicasse o livro "A origem das
espécies", o mais importante marco divisor
de águas dos estudos modernos em biologia.
No livro, Darwin introduziu a idéia de que
a evolução de todas as espécies
do planeta se deu a partir de um ancestral comum,
e que a diversidade podia ser explicada pelos mecanismos
da seleção natural.
A exposição do Museu
Paraense Emílio Goeldi foi pensada para oferecer
ao visitante um verdadeiro "passeio" pelos
principais conceitos da Teoria da Seleção
Natural – ou Teoria da Evolução das
Espécies. Da similaridades entre esqueletos
como os do elefante africano e do peixe-boi amazônico
– que apesar de pertencerem a continentes distantes,
têm laços de parentescos evolutivos
próximos -, a curiosidades, histórias
pitorescas e detalhes que exemplificam, de forma
simples, como se deu a evolução e
a diversidade das espécies hoje encontradas
na Terra – entre elas nós, os humanos.
Mitos
A exposição procura
desmistificar equívocos e deturpações
que o senso comum divulgou e aborda também
as polêmicas históricas levantadas
pela teoria. Alguns debates ainda permanecem contemporâneos,
como é caso do criacionismo nos Estados Unidos.
Durante a administração do presidente
George W. Bush, ganhou impulso entre os americanos
o conceito chamado "design inteligente",
postulado sem validação cientifica
que afirma que os organismos vivos são sistemas
tão complexos que só podem ter sido
criados por uma inteligência superior. Em
2005, cientistas consideraram isso uma nova versão
do criacionismo bíblico – conceito estabelecido
na mesma época em que Darwin gestou suas
idéias evolutivas – e alertaram sobre a inclusão
desses conceitos em escolas públicas norte-americanas.
Estados como Kansas, Ohio, Pensilvânia, Minnesota
e Novo México chegaram a cogitar a inclusão
de conceitos criacionistas religiosamente explícitos
nos currículos, mas a onda foi detida pela
justiça.
Sobre as várias distorções
disseminadas a respeito da Teoria da Evolução,
a mostra "Unidade na diversidade" também
cuida de esclarecer: Darwin nunca disse que o homem
descende do macaco. Isso é um erro grosseiro.
Como a Teoria da Evolução afirma apenas
que homens e macacos compartilham uma mesma linhagem,
isso quer dizer que possuem um ancestral comum que
lhes deu origem há muitos anos atrás.
Do mesmo modo, é incorreto
dizer que só os mais fortes e aptos vencem
no jogo da evolução. A exposição
do Goeldi esclarece que essa crença, chamada
Darwinismo Social, é uma deturpação
do sociólogo Herbert Spencer (1820-1903)
- que justificou, inclusive, idéias equivocadas
como o racismo, o colonialismo, a escravatura e
o imperialismo. Para a evolução, enfim,
o que conta mais é quantos descendentes você
vai conseguir deixar, seja você fraco ou forte,
sobreviva muito ou não: são eles que
levarão adiante seus gens.
Aliás, outro mito apresentado
é o que diz que a evolução
é um progresso, e que um organismo evoluído
é melhor do que um primitivo. Embora a palavra
"evolução" tenha o sentido
muito ligado a melhoria, na biologia é tudo
diferente. Os organismos evoluem através
de pequenas mudanças ao longo do tempo. Essas
mudanças podem ser positivas ou não.
Isso comprova que, se tudo desse certo sempre, então
não teríamos espécies extintas
naturalmente ao longo da história.
Serviço:
Exposição - "Unidade na diversidade:
a teoria da evolução completa 150
anos".
Data: 10 de abril a julho de 2008.
Local: Prédio de Exposições
Domingos Soares Ferreira Penna – Rocinha. Parque
Zoobotânico do Museu Paraense Emílio
Goeldi. Realização: Museu Paraense
Emílio Goeldi e Museu Nacional do Rio de
Janeiro, com a colaboração do Museu
de Anatomia Veterinária da USP.
(Com informações da Assessoria de
Comunicação do Museu Goeldi)
Assessoria de Comunicação do MCT