(03/04/2008)
Entender e quantificar a contribuição
da cultura do milho na emissão de CO2, o
dióxido de carbono, um dos gases que mais
contribui para o efeito estufa.
Este pode ser considerado o principal
objetivo de trabalho que vem sendo desenvolvido
na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) por dois
estudantes de doutorado da UFV (Universidade Federal
de Viçosa).
Com o nome “Balanço de
energia e CO2 na cultura do milho: medições
de campo e estimativas via satélite”, a pesquisa
busca entender a contribuição do milho
no balanço do gás entre solo e atmosfera
e quantificar o tamanho e as variações
dos fluxos de CO2.
“Outro aspecto é o suporte
com dados para pesquisas futuras, as quais necessitarão
de dados experimentais para estudos com modelos
diversos que possam avaliar a contribuição
do cultivo comercial para as atuais mudanças
climáticas e vice-versa”, acrescenta Vanda
Andrade, aluna da UFV.
Pesquisa prioneira
A pesquisa é pioneira no
Brasil. Outros trabalhos semelhantes já foram
realizados em florestas e em cana-de-açúcar.
Mas com o milho é o primeiro.
Esse tipo de pesquisa, na opinião
dos envolvidos no trabalho, posiciona o Brasil entre
os grandes países comprometidos com as questões
climáticas e mostra que o país tem
estudado solucionar questões agrícolas
ligadas ao tema das mudanças climáticas.
Na pesquisa, estão sendo
utilizados os mesmos equipamentos e as mesmas técnicas
que pesquisadores da Europa e dos Estados Unidos
usam.
Até o momento, foram coletados
dados de fluxos de dióxido de carbono, calor
latente e calor sensível, além dos
componentes micrometeorológicos em um pivô
de irrigação com 36 hectares de milho.
É um plantio preliminar e está programada
repetição do ensaio experimental.
Ao final do trabalho, a expectativa é de
que seja possível ajudar o produtor rural
a tomar decisões importantes como a data
mais indicada para plantio, o manejo cultural mais
apropriado e a utilização de irrigação.
Importância da pesquisa
Além de Vanda Andrade,
o estudante de doutorado Marcos Silva participa
da pesquisa. A coordenação está
a cargo do professor José Maria Nogueira
da Costa, da UFV, e são co-orientadores do
trabalho os pesquisadores Williams Ferreira e Luiz
Marcelo Sans, ambos da Embrapa Milho e Sorgo.
Para Williams, “a pesquisa que
está sendo feita coloca a cultura do milho,
que é de grande importância para o
país, em posição privilegiada
em termos de conhecimento em comparação
com outras culturas agrícolas”.
Além de ajudar, futuramente,
os produtores rurais na tomada de decisões,
os resultados poderão nortear a política
agrícola do governo brasileiro.
Clenio Araújo
+ Mais
Evento aborda avaliação
de impactos ambientais da produção
de soja
(02/04/2008) A Embrapa Meio Ambiente
(Jaguariúna, SP) em parceria com a Embrapa
Soja (Londrina, PR), unidades da Embrapa – Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, realizam de 17 a 18 de abril de
2008 curso e dia de campo sobre avaliação
de impacto e gestão ambiental da produção
de soja na obtenção de biodiesel pelos
Sistemas Eco-cert.Rural e APOIA-NovoRural. O evento
ocorrerá na Embrapa Soja (Londrina, PR) e
em estabelecimento rural representativo dessa cultura
na região.
O Estado do Paraná destaca-se no cenário
nacional de produção de óleos
vegetais, como a soja, importante para a geração
de biodiesel. Assim, enfatiza o pesquisador da Embrapa
Meio Ambiente e um dos coordenadores do curso, Cláudio
Buschinelli, “é fundamental capacitar parceiros
e representantes dessa cadeia produtiva nas questões
relacionadas aos seus impactos ambientais”.
Conforme Buschinelli, o processo de avaliação
envolve duas abordagens complementares. De um lado,
o entendimento dos impactos socioambientais na cadeia
produtiva da oleaginosa segundo a visão dos
atores sociais diretamente envolvidos e de outro,
a avaliação do desempenho ambiental
de um estabelecimento rural dedicado à produção
da soja, visando auxiliar sua gestão ambiental
dentro de critérios de sustentabilidade produtiva.
O curso é destinado a produtores, agroindústrias,
instituições de pesquisa, extensão,
desenvolvimento e capacitação, e gestores
públicos envolvidos com a cadeia produtiva
da soja.
As atividades, componentes do
Projeto em Rede da Embrapa “Desenvolvimento de tecnologias
agroindustriais para obtenção de biocombustíveis
derivados de óleos vegetais”, são
a continuidade de avaliações já
realizadas em 2007 com dendê e mamona, nas
regiões Norte e Nordeste, respectivamente.
Os interessados devem confirmar
a participação pelo telefone (43)
3371.6069 ou pelo e-mail eventos@cnpso.embrapa.br
Cristina Tordin