2º
Combio: Cooperação financeira Brasil-Alemanha
é apresentada no II Combio
O acordo de Cooperação Financeira
Brasil-Alemanha, por meio do Banco Kreditanstalt
für Wiederaufbau (KfW), agente financiador
do Ministério de Cooperação
Internacional da Alemanha (BMZ) e a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
de Minas Gerais (Semad), foi um dos temas abordados
na tarde desta terça-feira (22) durante o
II Congresso Mineiro de Biodiversidade (II Combio).
O diretor do Banco KFW no Brasil,
André Alert, apresentou as ações
desenvolvidas pelo Projeto de Proteção
da Mata Atlântica (Promata – MG), executado
pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), e apontou
dados da cooperação financeira realizada
entre Brasil e Alemanha. “O KFW é parceiro
do Brasil há 44 anos apoiando projetos de
meio ambiente e recursos naturais”, ressaltou.
Em sua primeira fase, iniciada
em 2003, o projeto Promata recebeu a contribuição
de 7,6 milhões de euros do Banco Alemão,
com aplicação de outros 7,8 milhões
de contrapartida do Governo de Minas Gerais para
a promoção de ações
de proteção, recuperação
e uso sustentável da Mata Atlântica
no Estado. Na segunda fase, iniciada em 2006 e com
previsão da assinatura do contrato para o
final de 2008, o Banco Alemão pretende aplicar
8 milhões de euros com contrapartida de mais
7,8 milhões para proteção de
remanescentes e recuperação de áreas
degradadas da Mata Atlântica.
Com ações de desenvolvimento
em 22 Unidades de Conservação (UCs)
e seus entornos, abrangendo uma área total
de 229 mil quilômetros quadrados distribuídos
em 429 municípios, o projeto pretende implementar
e melhorar ações de fortalecimento,
monitoramento, controle e fiscalização;
prevenção e combate aos incêndios
florestais e desenvolvimento sustentável
dessas UCs. “Pretendemos, nessa segunda fase, melhorar
os mecanismos de desenvolvimento sustentável
em áreas do entorno das unidades de conservação”,
frisou Alert.
Segundo o diretor, o projeto Promata
tenta buscar novos caminhos para responder aos desafios
de um desenvolvimento econômico, porém,
sem destruir a base de vida atual e das futuras
gerações. “Os objetivos são
de todos nós e o Promata oferece as ferramentas
necessárias para que isso aconteça”,
finalizou.
Data: 22/04/08
Fonte: Ascom / Sisema
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2º Combio: Proteção
e gestão de unidades de conservação
são prioridades em Minas
A criação de unidades de conservação
como instrumento para o desenvolvimento sustentável
foi o principal tema da palestra “Áreas Protegidas
no Brasil e em Minas Gerais”, apresentada pelo diretor
do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto
Candeias Cavalcanti, nesta terça (22/04),
no 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio).
O evento acontece até o dia 27 de abril,
no Expominas, em Belo Horizonte.
Segundo Candeias, o projeto estruturador
“Conservação do Cerrado e Recuperação
da Mata Atlântica”, prevê para este
ano a criação de 80 mil hectares de
novas unidades de conservação. No
entanto, ele destaca que não basta criar
áreas protegidas, é importante investir
na regularização fundiária.
“O projeto do governo pretende fazer a regularização
fundiária de 30 mil hectares, além
da estruturação mínima de uma
unidade com portaria, gerente, sistema de gestão
e efetivo uso público”, afirma.
Humberto Candeias destaca a criação
do Parque Estadual do Alto Cariri e do Refúgio
de Vida Silvestre Mata dos Muriquis, no nordeste
do Estado, em fevereiro. As duas áreas protegidas
totalizam cerca de nove mil hectares, além
de 35 mil hectares de Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (categoria de unidade de conservação
constituída por iniciativa de proprietários
rurais), o que assegura o cumprimento de quase 50%
da meta para 2008.
Ainda dentro das metas do Projeto
Estruturador, está em estudo a criação
de unidades de proteção integral nos
municípios de Paracatu e Serranópolis
(Norte), Grumarim (Zona da Mata) e na Serra de Ouro
Branco. Os estudos para criação das
unidades já incluem um diagnóstico
da área para a regularização
fundiária.
Projeto Pandeiros
Como exemplo de ação
para a conservação do Cerrado e a
diminuição do desmatamento em Minas
Gerais, Humberto Candeias citou o trabalho realizado
na região do rio Pandeiros, localizado nos
municípios de Januária, Bonito de
Minas e Cônego Marinho, no Norte do Estado.
O local apresentou diminuição de 80%
dos fornos ilegais após intensa fiscalização
realizada pelo IEF, aliada à implementação
de projetos de educação ambiental
e geração de trabalho e renda de forma
ambientalmente sustentável.
Segundo o Mapeamento da Cobertura
Vegetal do Estado divulgado nesta terça-feira
(22/04) no Combio, a cidade de Bonito de Minas,
apresentou uma das maiores reduções
do índice de desmatamento entre os municípios
mineiros. No período de 2003 a 2005 foram
desmatados 3,6 mil hectares, enquanto de 2005 a
2007 foram apenas 350.
Data: 22/04/08
Fonte: Sala de Imprensa
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2º Combio: Desmatamento cai
29,3% em Minas Gerais
O desmatamento em Minas Gerais, no período
2006/2007, diminuiu 29,3% em relação
ao biênio anterior. Essa é a principal
conclusão da terceira edição
do Mapa da Cobertura da Vegetação
Nativa do Estado de Minas Gerais, apresentado na
abertura do 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade
(Combio), que começou nesta terça-feira
(22), em Belo Horizonte.
Os usos do solo após a
derrubada da vegetação também
foram identificados. Estudos indicam que 48,9% das
áreas desmatadas foram destinadas à
pecuária; 21,2% para o reflorestamento (eucalipto
e pinus); 11,4% para agricultura; 6,3% para a produção
de carvão e 12,4% não tiveram o uso
definido.
O primeiro mapeamento, em 2003,
é considerado o marco zero no levantamento.
Na segunda edição do Mapa, que abrange
os anos de 2004 e 2005, foram 152 mil hectares devastados
em território mineiro. Este número
caiu para 109 mil hectares nos dois anos subseqüentes,
o que equivale a 0,1% da área total do Estado.
A principal causa da queda na devastação
foi a mudança na estratégia da fiscalização.
"Passamos a atuar na origem, antes da árvore
cair", afirma o diretor-geral do Instituto
Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias.
O Mapeamento integra o Inventário
da Flora Nativa e do Reflorestamento de Minas Gerais,
que além de fornecer dados quantitativos,
a partir de agora, contém dados qualitativos,
como os que identificaram novas espécies
de árvores da Mata Atlântica.
Diretrizes para fiscalização
O Mapa, uma parceria do IEF e
da Universidade Federal de Lavras (Ufla), indica
as áreas de maior pressão sobre a
cobertura vegetal. Com base nessas informações,
detalhadas por municípios, foram selecionadas
as áreas para uma fiscalização
mais intensa. Foi o que aconteceu nos municípios
de Jequitinhonha, Serro e Bonito de Minas, entre
outros. "A escolha considerou o mapeamento
realizado nos anos de 2004 e 2005", explica
Candeias.
"O mapa norteia a política
florestal do Estado em relação aos
instrumentos de controle, fiscalização
e na questão do desenvolvimento florestal,
fornecendo diretrizes para investimentos",
salienta o diretor geral do IEF.
Áreas de maior pressão
As três maiores áreas
contínuas de desmatamento no período
2006/2007, acima de 600 ha, estão localizadas
nos municípios de Arinos e Jaíba,
regiões de expansão da fronteira agrícola.
No Jaíba, o desmatamento coincide com a comercialização
dos lotes empresariais. O Projeto Jaíba tem
autorização permanente de desmate
nesses lotes. "Quem comprou, já entrou
desmatando", explica Candeias.
O secretário de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
José Carlos Carvalho, afirma que a substituição
da soja e pecuária pela cana-de-açúcar
é uma pressão antrópica identificada
no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
Entretanto, diz que a Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
(Seapa) desenvolve políticas de sustentabilidade
para a agroindústria e para a pecuária
no Estado.
De acordo com o Secretário
de Agricultura, Pecuária e Abstecimento,
Gilman Viana, a Secretaria incentiva o programa
de integração lavoura-pecuária-florestas
como objetivo de recuperar áreas degradas.
A técnica é uma opção
para o produtor que tem limitações
em sua propriedade para o plantio de cana-de-açúcar.
Geralmente, em uma propriedade, a área com
cana corresponde de 50% a 70% do terreno",
informou o secretário. "A redução
do ritmo do desmatamento demonstra a consciência
e educação do produtor mineiro que
percebe o valor do meio ambiente. Não é
à toa que Minas tem 33% do seu território
coberto com mata nativa", completa Viana.
Inventário Florestal
Composto por sete volumes, o Inventário
Florestal traz informações científicas
sobre os biomas (Mata Atlântica, Cerrado e
Caatinga), as áreas de ocorrência das
espécies e a evolução de crescimento.
Identifica os melhores e piores fragmentos florestais
e ainda o estoque de carbono disponível,
indispensável para o Estado demonstrar, por
meio de políticas de preservação,
o quanto contribui para combater o efeito estufa.
Além das 20 novas espécies,
até então desconhecidas pela comunidade
científica, foram encontradas 200 outras
espécies cuja ocorrência não
havia sido registrada no Estado. São espécies
mais raras, como embaúba, catologada somente
em Goiás, e a marinzeiro, catalogada em Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. "A gente
não sabe o que tem, muito menos para o que
serve", afirma o coordenador técnico
do Inventário Florestal e pró-reitor
da Universidade Federal de Lavras (Ufla), José
Roberto Scolforo.
O Inventário servirá
para estabelecer estratégias de revegetação,
para a identificação de espécies
mais apropriadas para as condições
locais, para a definição de árvores
matrizes destinadas a produção de
sementes e de áreas mais apropriadas para
o manejo florestal.
Projeto Estruturador
O combate ao desmatamento, via
fiscalização, somados aos esforços
de recuperação da vegetação
nativa do Estado, que em 2007 alcançou o
resultado de 5 mil ha recuperados devem elevar ainda
mais a área de florestas, cerrado e caatinga
no Estado nos próximos anos.
A meta do Projeto Estruturador
Conservação do Cerrado e Recuperação
da Mata Atlântica para 2008 é atingir
17 mil ha recuperados, 33 mil ha para 2009, e a
mesma área para os anos de 2010 e 2011, cada
um. A estimativa é ampliar em 0,2% a área
com cobertura vegetal nativa em 2011, o equivalente
a 120 mil ha de vegetação nativa recuperados.
22/04/2008
Sala de Imprensa / 2º Combio