O Zoneamento
Ecológico-Econômico (ZEE) de Minas
Gerais e os seus cenários exploratórios
foram apresentados por professores da Universidade
Federal de Lavras (Ufla) e representante da Fundação
João Pinheiro (FJP), nesta quinta-feira (24),
no 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio).
Construído a partir de
estudos das vulnerabilidades naturais e da potencialidade
social e econômica, o ZEE tem como objetivo
contribuir para a definição de áreas
estratégicas para o desenvolvimento sustentável
de Minas Gerais. "O estudo orienta os investimentos
do Governo e da sociedade civil seguindo as peculiaridades
regionais", completa Scolforo.
O trabalho segue as diretrizes
metodológicas estabelecidas pelo Programa
de Zoneamento Ecológico-Econômico do
Ministério de Meio Ambiente (MMA). Foi elaborado
Ufla em convênio com a Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Segundo o Pró-Reitor de
Pesquisa da UFLA, José Roberto Scolforo,
o ZEE-MG é um importante instrumento que
possibilita a identificação de conflitos
nos usos dos recursos naturais. "O estudo indica
os cenários para a consolidação
das potencialidades econômicas, o planejamento
de ações para a recuperação
de áreas degradadas e para a ocupação
territorial integrada e ordenada", explica.
Cenários
O professor da Ufla, João
José Marques, apresentou estudos específicos
sobre a vulnerabilidade natural e qualidade ambiental
das áreas de mineração, de
acordo com os impactos ambientais causados pela
atividade. "Em um estado como Minas Gerais,
os estudos podem auxiliar o estabelecimento de políticas
para a extração de minerais",
explica.
Já o professor da Ufla,
Carlos Rogério de Melo, demonstrou cenários
da disposição de resíduos sólidos.
Ele apresentou mapas que permitem determinar qual
a probabilidade de contaminação do
solo, das águas superficiais e subterrâneas
de cada ponto de depósito de resíduos
do Estado. "Os estudos mapas indicam quais
as áreas prioritárias para o monitoramento",
acrescenta Carlos.
Unidades de Conservação
O "Planejamento de Unidades
de Conservação", apresentado
pelo professor Júlio Neil Cassa Louzada,
utiliza o Zoneamento para verificar a vulnerabilidade
natural na microrregião da Serra de Carrancas
e no município de Luminárias, no Sul
do Estado. A região é apontada como
área prioritária para conservação
pelo livro ‘Biodiversidade em Minas Gerais: um Atlas
para sua Conservação'.
Segundo Júlio Louzada,
o ZEE é um excelente instrumento de gestão
para ordenação do uso do território.
"Utilizando as Cartas de Vulnerabilidade à
Erosão, Fauna, Vegetação e
Solo e a Carta de Vulnerabilidade Natural da Região
conseguimos delimitar a melhor localização
para a criação de uma Área
de Preservação Ambiental e, possivelmente,
um Parque Estadual", completa.
A área estudada levou em
consideração a densidade e variedade
de mata nativa e da fauna, a vulnerabilidade natural
e do solo, além de abranger locais que possuem
baixa resiliência e resistência, permitindo
o estabelecimento de níveis variados de intervenção
e conservação.
Cana-de-açúcar
José Roberto Scolforo apresentou,
ainda, um estudo de caso para exemplificar como
o ZEE pode ajudar na escolha do local para a produção
agrícola, assim como para orientar a regularização
ambiental. No "Zoneamento da Cana-de-Açúcar
em Minas Gerais", foram sobrepostos os mapas
de aptidão climática com o de conflito
de uso da água e os fatores condicionantes
socioeconômicos. A partir deles foi elaborado
um "Mapa de Fatores Condicionantes para Implantação
de Novas Culturas", que define quais as melhores
áreas para a plantação de cana-de-açúcar.
24/04/2008
Fonte: Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade
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2º Combio: IEF apresenta
ações para conservação
do Cerrado e da Mata Atlântica
Os detalhes do projeto do Projeto Estruturador ‘Conservação
do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica'
foram apresentados nessa sexta-feira (25/04) no
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade (Combio),
que acontece em Belo Horizonte. O projeto, coordenado
pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), faz
parte do esforço do Governo de Minas para
melhorar a qualidade ambiental do Estado concentrando
recursos e equipamentos nas metas estabelecidas.
"A meta é ampliar
as áreas de vegetação nativa
do Cerrado e da Mata Atlântica, recuperando
120 mil hectares até 2011", afirma o
diretor-geral do Instituto, Humberto Candeias Cavalcanti.
O trabalho será executado principalmente
nas áreas de conexão entre os grandes
maciços florestais dos biomas.
Ações para diminuir
o desmatamento também serão executadas
nos moldes do Projeto de Desenvolvimento Sustentável
implementado em 2005 na região do rio Pandeiros,
em Januária, no Norte de Minas. A região
apresentava altíssimos índices de
desmatamento, o que foi drasticamente reduzido.
"As comunidades da região
receberam subsídios, equipamentos, insumos
e assistência técnica para o desenvolvimento
de atividades alternativas que minimizassem as ações
predatórias", informa Candeias. Já
estão em estudo ações no município
do Serro, apontado pelo Mapa da Cobertura Vegetal
de 2008 como um dos que mais sofrem com os desmates
ilegais.
Unidades de Conservação
A criação e implantação
de Unidades de Conservação é
um dos componentes mais importantes do Projeto Estruturador,
que prevê a criação de 400 mil
hectares de áreas protegidas até 2011.
A meta para 2008 é a criação
de 80 mil hectares de novas UCs.
"Esse ano, já foram
criadas duas unidades de proteção
integral: o Parque Estadual do Alto Cariri e o Refúgio
de Vida Silvestre Mata dos Muriquis, no nordeste
do Estado, totalizando cerca de nove mil hectares",
observa Humberto Candeias. "Somados aos 35
mil hectares em Reservas Particulares do Patrimônio
Natural, representam cerca de 44 mil hectares",
afirma.
Candeias destaca os investimentos
nos mecanismos de prevenção e combate
a incêndios florestais nas áreas protegidas
do Estado. Ele cita a ampliação do
número de bases da Força-Tarefa Previncêndio,
que realiza o trabalho de combate ao fogo nos meses
mais secos do ano. "Além de Curvelo
e Januária, que já operam, este ano
a base de Viçosa diminuirá ainda mais
o tempo de resposta do IEF, reduzindo as perdas
em função do fogo", explica.
Reserva Legal
Além dos recursos destinados
às Unidades de Conservação,
o IEF volta suas ações para as áreas
protegidas de domínio privado. Diversos mecanismos
de estímulo à conservação
de áreas de reserva legal estão sendo
criados para estimular os produtores rurais. A Reserva
Legal é a área localizada no interior
da propriedade e que deve ser equivalente a, no
mínimo, 20% da área total, além
de representativa do ambiente natural da região.
A manutenção dessas áreas é
necessária para garantir a conservação
da biodiversidade e o abrigo e proteção
da fauna e flora nativas.
Humberto Candeias observa que
se todos os proprietários respeitassem as
áreas de reserva, o Estado teria hoje cerca
de onze milhões de hectares em áreas
protegidas, o que representa um número quatro
vezes maior que as atuais Unidades de Conservação
estaduais existentes em Minas.
Para garantir a participação
da sociedade, IEF e o Ministério Público
juntaram forças para estimular o registro
das áreas de reserva legal no Estado. No
último dia 22, as instituições
assinaram um Termo de Cooperação Técnica
para o desenvolvimento de ações conjuntas.
Entre as medidas acertadas, está a isenção
da taxa de averbação para pequenas
propriedades rurais.
Reflorestamento
A ampliação das
áreas de reflorestamento em Minas envolve,
além da ação do Estado, os
setores produtivos e pequenos proprietários.
"A meta é estimular o plantio de cerca
de 700 mil hectares até 2011 para auto-suprimento,
o que contribui para a diminuição
a pressão sobre as matas nativas", explica
Candeias. "Em 2007, somente o IEF foi responsável
pelo plantio de cerca de 30 mil hectares de florestas",
completa.
Humberto Candeias informa que
o Projeto prevê estímulos à
realização pesquisas sobre o uso de
espécies nativas como alternativa ao plantio
das espécies mais comuns: eucaliptos e pinus.
Entre as espécies atualmente em estudo estão
o Baru, o Vinhático e a Sucupira.
26/04/2008
Fonte: Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade
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2º Combio: Novas espécies
são destaque de Inventário Florestal
de Minas Gerais
A descoberta de 14 novas espécies
arbóreas em Minas Gerais, nunca antes publicadas,
é um dos destaques do Inventário Florestal
de Minas Gerais. Os dados foram apresentados pelo
professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla),
José Roberto Scolforo, na última sexta-feira
(25), durante o 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade
(Combio).
Segundo o professor, durante a
elaboração do estudo foi possível
detectar as novas espécies que, agora, estão
em processo de descrição por especialistas.
Além disso, ele destacou outras 64 que, apesar
de já serem conhecidas, nunca tinham sido
registradas em Minas Gerais.
O trabalho permitiu, também,
a quantificação de carbono existente
em cada espécie que compõe o inventário.
"Para descobrirmos esse dado, abatemos 2,5
mil árvores e as levamos para laboratório.
Lá, descobrimos quanto cada uma tinha de
carbono e geramos um modelo matemático. Medimos
a altura e o diâmetro de cada árvore
e entramos com esses dados na fórmula. O
resultado é a quantidade de carbono que cada
uma estoca", explicou Scolforo.
Com isso, ele explica que foi
possível extrapolar esse cálculo para
as florestas mineiras. "Por meio de técnicas
de amostragem e do Mapa da Cobertura da Vegetação
Nativa do Estado de Minas Gerais sabemos o quanto
tem de carbono estocado nas florestas do Estado",
esclareceu o professor.
Scolforo afirmou que dados como
esse mostram que Minas Gerais é um Estado
limpo, que faz boa gestão ambiental e, por
isso, é capaz de atrair grandes investimentos
econômicos.
O secretário de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
José Carlos Carvalho, ressaltou que o inventário,
bem como o Mapa da Cobertura da Vegetação
Nativa e o Zoneamento Ecológico Econômico
(ZEE) serão validados como documentos oficiais
e servirão para nortear toda a base normativa
do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema).
"Esse trabalho não
se trata apenas de um contrato de consultoria. Ele
faz parte das políticas do Sisema, inseridas
em um Projeto Estruturador, que está entre
os projetos tidos como prioritários pelo
Governo de Minas", disse José Carlos
Carvalho, referindo-se ao Estruturador ‘Conservação
do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica.
Carvalho destacou a expectativa
de continuar trabalhando para aprimorar os métodos
de gestão. "Não estamos fazendo
isso apenas para o Sisema, Instituto Estadual de
Florestas (IEF) ou Governo. Essa ferramenta será
usada por nós e também pelos empresários,
consultores, produtores rurais e outros interessados.
É uma ferramenta para melhorar a gestão
ambiental no Estado", completou.
26/04/2008
Fonte:Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade
+ Mais
2º Combio: IEF lança
publicações sobre a biodiversidade
Quatro produtos foram lançados pelo Instituto
Estadual de Florestas (IEF) na sexta-feira (25),
durante o 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade
(Combio): o banco de dados oficiais sobre as Unidades
de Conservação (UCs); a revista científica
MG Biota; os Guias Turísticos dos Parques
Estaduais do Ibitipoca e do Rio Preto e o sítio
das áreas protegidas estaduais.
Os guias trazem informações
sobre as belezas naturais, a fauna, a flora, os
atrativos turísticos e infra-estrutura. Já
foram lançados os dos parques estaduais da
Serra do Brigadeiro, do Itacolomi e do Rio Doce.
Na semana do Meio Ambiente, em junho, será
publicado o guia do Parque Estadual da Serra do
Rola-Moça.
No sítio dos parques estaduais
(http://www.parquesdeminas.mg.gov.br/) estão
disponíveis informações sobre
os atrativos naturais das áreas protegidas
sob a responsabilidade do IEF. O conteúdo
inclui dicas sobre a região onde estão
localizados os parques, o que levar para a viagem,
onde se hospedar, além de dados sobre pesquisas
científicas desenvolvidas nas unidades de
conservação.
O banco de dados sobre as áreas
protegidas estaduais reúne informações
para gestão das UCs. Inicialmente, estarão
disponíveis apenas para o Sistema Estadual
de Meio Ambiente (Sisema). "Os dados poderão
auxiliar os técnicos em análises de
processo, apoio na elaboração de projetos,
entre outras contribuições",
explica o gerente de Áreas Protegidas, Roberto
Alvarenga. Em breve, as informações
serão abertas para consulta na internet,
na página do Sistema Integrado de Informação
Ambiental (Siam).
Biodiversidade
"Biota, o lugar da vida"
é a definição do diretor de
Biodiversidade do IEF, Célio Murilo Carvalho
Vale, para a revista MG Biota. A publicação,
que é bimestral e terá distribuição
gratuita, disponibiliza informações
sobre pesquisas científicas realizadas nas
unidades de conservação de Minas Gerais,
com uma linguagem acessível. A princípio,
serão priorizadas pesquisas feitas nas áreas
protegidas do Estado, mas nada impede que um cientista
disponibilize seu estudo feito em qualquer local.
A primeira edição
tem como tema uma pesquisa feita no Parque Estadual
da Serra do Brigadeiro sob a coordenação
do pesquisador da Universidade Federal de Viçosa
(UFv), Renato Neves Feio.
Quem se interessar em receber
a publicação pode entrar em contato
com a Diretoria de Biodiversidade do IEF pelo e-mail
projetospesquisas@ief.mg.gov.br.
26/04/2008
Fonte: Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade