18 de
Maio de 2008 - Nielmar de Oliveira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O secretário
do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou
hoje (19) que a Amazônia “não vai virar
carvão". Ele chegou ao Rio, vindo de
Paris, e amanhã se reúne em Brasília
com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que o convidou para assumir o Ministério
do Meio Ambiente no lugar de Marina Silva.
"A gente vai manter para
a Amazônia não só a política
que vinha sendo adotada pela ministra Marina Silva,
como boa parte de sua equipe, que já se colocou
à disposição. Vamos também
fazer outras coisas que ela ainda não havia
feito e que esperamos ter condições
de realizar”, disse Minc.
A declaração tem
como alvo principal a comunidade internacional,
que demonstrou preocupação em relação
à situação da Amazônia
após a saída da ministra Marina Silva
do Ministério do Meio Ambiente.
Minc disse que percebeu, em entrevista
concedida a jornalistas estrangeiros ainda em Paris,
que a primeira sinalização em âmbito
internacional como reflexo do afastamento de Marina
Silva foi a de que a Amazônia ficaria indefesa,
uma vez que para a imprensa internacional “a defensora
da Amazônia” estava saindo do ministério
e, portanto, a região ficaria “entregue”.
“Eu falei com a imprensa estrangeira,
e uma das primeiras perguntas que eles fizeram foi
'Qual a garantia que o mundo teria de que a Amazônia
não seria devastada, uma vez que a sua principal
guardiã, depois de várias derrotas
e enfraquecimentos, havia jogado a toalha?'”
+ Mais
Minc vai ao apartamento de Marina
Silva para falar da agenda ambiental
19 de Maio de 2008 - Adriana Brendler
- Repórter da Agência Brasil - Valter
Campanato/Abr - Brasília - Ex-ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva, reuniu-se com seu provável
substituto, Carlos Minc. Na saída, ele disse
que seria impossível dar continuidade à
agenda ambiental "sem conversar com a pessoa
que há cinco anos e meio está conduzindo"
o processo
Brasília - O secretário do Ambiente
do Rio, Carlos Minc, convidado para ocupar o Ministério
do Meio Ambiente, deixou há pouco o apartamento
da ex-ministra Marina Silva, em Brasília.
Ao comentarem, na portaria do
prédio, o encontro, que durou cerca de três
horas, eles evitaram falar de resistências
ou desafios que teriam causado o afastamento de
Marina e poderiam vir a ser enfrentados por Minc.
Segundo os dois, a conversa girou
em torno apenas dos pontos da agenda ambiental que
exigem providências imediatas, a fim de evitar
a descontinuidade na condução da pasta.
“Essa conversa foi a meu pedido,
seguindo uma orientação do presidente
Lula, de que a agenda ambiental não mudaria,
de dar continuidade à agenda ambiental. Como
eu posso dar continuidade sem conversar com a pessoa
que há cinco anos e meio está conduzindo
a agenda ambiental?", disse Minc.
Do apartamento da ex-ministra,
Minc seguiu para um encontro com o deputado Sarney
Filho (PV -MA), ex-ministro do Meio Ambiente no
governo Fernando Henrique Cardos, e que agora preside
a Frente Parlamentar Ambientalista na Câmara
dos Deputados.
Às 17h, Minc será
recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, para a primeira reunião desde que
aceitou o convite, feito por telefone na semana
passada, para assumir o Ministério do Meio
Ambiente.
+ Mais
Governo não vai voltar
atrás na restrição de crédito
a desmatadores, diz Minc
19 de Maio de 2008 - Luana Lourenço
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- O governo não pretende voltar atrás
na resolução do Conselho Monetário
Nacional (CMN) de restringir a concessão
de financiamento agrícola ao cumprimento
de critérios ambientais, de acordo com o
novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que
será empossado na próxima terça-feira
(27).
De acordo com a ex-ministra Marina
Silva, os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi,
e de Rondônia, Ivo Cassol, estão fazendo
pressões para que as normas sejam revogadas.
As regras já valem para a safra 2008/2009,
que começa em julho.
“A resolução do
CMN está mantida. Uma mudança sinalizaria
um ‘liberou geral’ em relação às
medidas preventivas ao desmatamento e às
queimadas na Amazônia”, comparou. “Ponderei
com o presidente Lula e com a ministra Dilma Rousseff
[Casa Civil] que isso nem deveria ser discutido
agora por uma questão de princípios”
afirmou ao sair da primeira reunião com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva após
o convite para assumir o lugar de Marina Silva no
MMA.
Minc afirmou que propôs
ao presidente maior participação do
Ministério do Meio Ambiente na definição
das políticas industrial e tecnológica
do país. “Até porque se alguma coisa
der errado, quem vai cuidar dos prejuízos
é a área ambiental, que vai ter cuidar
dos répteis e pintar de verde as fachadas
das empresas poluidoras”, argumentou.