Lançamento
da Guardiões da Amazônia atrai mais
de 700 pessoas
O auditório do Museu Nacional
da República, com 702 lugares, ficou lotado
ontem durante lançamento da Campanha Guardiões
da Amazônia, que visa despertar a população
para o consumo consciente e alertar as pessoas de
que, mesmo sem querer, elas podem estar contribuindo
para o desmatamento ilegal. Um balão inflado
exibia a logo da Campanha Guardiões da Amazônia
(a logo tem o formato de olho, desenhado com parte
de um losango amarelo e um círculo azul com
formas de árvores em verde no seu interior,
como se refletidas numa íris) e chamava a
atenção de quem percorria o Eixo Monumental,
uma das principais avenidas de Brasília,
na tarde de ontem, na altura do Museu Nacional.
As primeiras 50 pessoas puderam fazer vôo
cativo no balão.
A campanha prevê ao longo
do ano várias ações voltadas
para a educação ambiental e o estímulo
ao consumo consciente, como complemento às
operações de fiscalização
referentes ao Plano de Prevenção e
Controle do Desmatamento na Amazônia, ora
em curso no país sob o mesmo nome da campanha.
A meta é engajar toda a
sociedade brasileira na luta que o governo trava
contra a destruição da maior floresta
tropical do planeta, sensibilizando a população
sobre as mazelas do desmatamento ilegal e sobre
a importância de as pessoas se certificarem
de que a madeira que compram, por exemplo, para
construir uma casa tem origem legal. “Não
queremos deixar de cumprir nosso dever, mas cumprir
(o dever) melhor ainda com mais recursos”, disse
o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
O evento, com duração
de mais de cinco horas, reuniu ainda autoridades
ligadas à proteção ambiental,
como o presidente do Ibama, Roberto Messias e o
diretor de Proteção Ambiental do órgão,
Flávio Montiel, bem como personalidades e
artistas identificados com a causa do Meio Ambiente,
entre os quais Lucélia Santos, Saulo Laranjeira,
o grupo Sons do Cerrado e Arnaldo Antunes. Os três
últimos realizaram apresentações,
usando seu prestígio pessoal para divulgar
a campanha Guardiões da Amazônia, os
esforços do governo para conservação
ambiental na Amazônia e a causa da proteção
ao meio ambiente e do desenvolvimento sustentável
e responsável.
Também estiveram presentes
o presidente da Funai, Márcio Meira, e os
representantes da Casa Civil Johannes Eck e do diretor
geral da Polícia Federal, Álvaro Palharini,
e das ONGs Instituto Sócio Ambiental - ISA,
Adriana Ramos, e do Grupo de Trabalho Amazônico
-GTA, Rubens Palácio.
Minc foi ovacionado pela platéia,
ao anunciar diversas medidas adotadas pelo governo
para dificultar a vida dos desmatadores e melhorar
as condições de vida das comunidades
ribeirinhas. Entre as medidas figuram a manutenção
do impedimento de financiamento agrícola
por bancos públicos para os responsáveis
pela destruição ilegal da floresta,
apoio à conclusão do Zoneamento Econômico
Ecológico nos estados da Amazônia Legal,
a certificação de produtos de madeira
acabados, como móveis, o incentivo aos órgãos
ambientais estaduais, o Fundo Amazônia para
incentivar atividades sustentáveis na região,
e a garantia de preço mínimo para
os produtos do extrativismo. Com relação
ao corte de créditos aos ilegais, o ministro
disse que “esse é o momento, com o sucesso
dessas operações, de estender o corte
aos outros biomas”. E mandou recado a quem insistir
em manter gado em áreas embargadas e Unidades
de Conservação: “boi pirata vai virar
churrasco ecológico do Fome Zero”.
O presidente do Ibama, Roberto
Messias, chamou a atenção para o início
da época de seca em que se usa fazer queimadas
em todo o país e sobre os danos e riscos
dessas práticas. Contou uma história
sobre um incêndio na Serra da Canastra, no
qual uma tamanduá bandeira, animal ameaçado
de extinção, morreu vítima
do incêndio, mas salvou seu filhote ao usar
o próprio corpo para proteger a cria. Com
esse exemplo, mostrou que “cada pequena parte dessas
cadeias de vida tem a sua importância”, e
no caso da Amazônia, na sua vastidão
territorial, mesmo uma pequena parte tem grande
importância na manutenção do
equilíbrio da vida na região.
O diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, abriu
o evento expondo o histórico dos dados sobre
o desmatamento e a queda dos índices em 59%
verificada desde o início das operações
do Plano de Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia, de 2004 até
2007. Ele comentou o crescimento do desflorestamento
no final do ano passado e início de 2008:
“não devemos nos sentir derrotados ao encarar
esses números, mas unir forças nesse
momento. Derrotados foram aqueles que prenderam
Mandela, derrotados foram aqueles que mataram Chico
Mendes”, afirmou.
Segundo Montiel, é preciso
que a sociedade se conscientize das suas opções
de consumo, pois para a conservação
da Floresta Amazônica é necessário
que os cidadãos cobrem de forma consciente
a origem legal dos produtos florestais que consomem,
frisando a importância dos sistemas eletrônicos
de controle, como o Documento de Origem Florestal
- DOF, desenvolvido pela Diretoria de Florestas
do Ibama, para viabilizar o controle pela sociedade.
O diretor aproveitou para enaltecer a dedicação
dos cerca de mil fiscais do Ibama de todo o Brasil
que estão atuando em sistema de rodízio
nas ações contra o desmatamento.
Debates
Entre as ações previstas na campanha
Guardiões da Amazônia estão
várias discussões públicas,
veiculação de peças da campanha
pelos meios de comunicação e a realização
de outros eventos socioculturais voltados para a
sensibilização da população.
O cantor Arnaldo Antunes no meio do show lembrou
que os recursos naturais são finitos e fez
um apelo “não vamos pensar só nos
nossos netos, mas também nos bisnetos, tataranetos…”
Ascom Ibama
Fotos: Hermínio Lacerda de Lima
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Guardiões da Amazônia
- Arte em defesa do Meio ambiente
Brasília (27/06/08) - A
arte abraçou a defesa do verde. Durante o
lançamento da campanha Guardiões da
Amazônia, do Ibama, ontem à noite,
em evento com participação de cerca
de 700 pessoas, artistas consagrados pelo público
imprimiram sua contribuição à
preservação da floresta amazônica.
A atriz Lucélia Santos, o humorista Saulo
Laranjeira, o grupo Sons do Cerrado e o cantor Arnaldo
Antunes abrilhantaram o evento e mostraram que estão
afinados com as questões ambientais.
Lucélia Santos disse que
a noite marcou o reencontro com a militância
ecológica que chamou de exército de
brancaleones ambientais. Relembrou que o movimento
de defesa da Amazônia teve início há
mais de 20 anos. “Foi quando começamos a
construir um sonho de preservação
da Floresta Amazônica. Descobrimos o Chico
na floresta quando ele ele ainda estava sozinho
na luta. Conheci a candidata a vereadora, Marina
Silva. Fundamos o Partido Verde”. A atriz, que ficou
conhecida internacionalmente pela personagem escrava
Isaura, contou que vai produzir um show em memória
aos 20 anos da morte do Chico Mendes, no dia 20
de dezembro, no Rio de Janeiro. “Ele era de fato
um guardião, deu a vida pela causa”.
Lucélia destacou que guardar
a Amazônia vai exigir muito de todas as pessoas
que se comprometerem com a tarefa. “Espero que o
adesivo da campanha não fique esquecido no
armário junto com a roupa e esqueça
do compromisso. É importante abraçar
a causa e colar o adesivo no coração”.
E concluiu ao dizer que a humanidade depende do
equilíbrio adquirido por meio da preservação
da floresta. “Nosso desafio é obter o crescimento
econômico sem destruir a floresta e os seres
que nela vivem”.
Saulo Laranjeira arrancou boas
risadas da platéia ao encarnar personagens
inspirados na cultura popular do Vale do Jequitinhonha,
sua terra natal. Na pele do deputado João
Plenário, da Praça é Nossa,
do SBT, pediu ao Ibama para que devolvesse seus
bois apreendidos”. Alternado com o riso, a reflexão
sobre preservação do meio ambiente.
“Ser um guardião da Amazônia é
ser guardião da nossa dignidade, do nosso
futuro, da vida”. Para Laranjeira, a sociedade precisa
refletir sobre as questões do meio ambiente
com a certeza de que cada um tem de ser um agente,
participar no cotidiano, adotar a atitude de ser
um consumidor atento para identificar a fonte desses
produtos, se são ilegais e trazem prejuízos
à economia, ao futuro do país e do
planeta.
Laranjeira foi escolhido pelo
Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais
como divulgador da campanhas de combate a incêndios
florestais. Ele já realizou mais de 20 shows
voltados para o tema em algumas cidades do estado,
em praça pública. “Emocionalmente,
tenho esse compromisso desde muito jovem, meu trabalho
sempre teve esse apelo de defesa da natureza, dos
rios, principalmente do Vale da Jequitinhonha”.
Os sons do Cerrado invadiram o
auditório e a mente dos presentes ao lançamento
da Guardiões da Amazônia. Sob a coordenação
da cantora e pesquisa Alba Franco, o grupo de pesquisadores
do Centro de Folclore e História Cultural
da Universidade Católica de Goiás
chamou a atenção para o crime da extração
ilegal de madeira: “Um crime contra a vida… Uma
árvore-mãe … Outras 235 no chão…
O que que resta? A sede do boi. A fome do povo…Aquecimento
global.
O clímax veio com o performance
de Arnaldo Antunes, ex-titã, que cantou músicas
de seu disco mais recente e antigos sucessos. Para
Antunes, se há uma causa que vale a pena
se engajar, é a defesa do meio ambiente.
Ele critica os que vivem do imediato, sem medir
as conseqüências a longo prazo. “Se forem
usados de maneira inconseqüente, a água,
a mata… os recursos vão se esgotar. Só
se controla essa situação se toda
a população se mobilizar para protestar”,
foi o recado de Antunes.
Kézia Macedo - Ascom Fiscalização
Ibama
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Guardiões da Amazônia
é iniciada em Senador José Porfírio,
no Pará
Belém (02/07/08) - A Operação
Guardiões da Amazônia vistoria desde
o início desta semana, áreas de desmatamento
demarcadas pelo Sensoriamento Remoto do Ibama, por
meio dos Sistemas de Satélite Deter e Prodes,
no município de Senador José Porfírio,
noroeste do Pará.Em três dias de ação,
a equipe montou três grandes rotas para vistoriar
as áreas de desmate no município de
Senador, das quais duas já foram percorridas.
Oito proprietários rurais foram notificados
e poderão ser autuados.
De acordo com o coordenador da
Operação, Alessandro Queiroz, para
o melhor desenvolvimento da ação,
a equipe foi dividida em duas frentes. “Uma faz
o levantamento de informações na própria
cidade e outra faz vistorias nos locais identificados”,
afirma Alessandro.
Desde o último dia 30,
segunda-feira, a Operação Guardiões
da Amazônia está atuando no município
de Senador José Porfírio. Os fiscais
do Ibama contam com o apoio da Polícia Militar
de Altamira e da Gerência do Ibama no município.
Luciana Almeida
Ascom/Ibama/PA