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DESMATAMENTO CAUSADO POR USINAS DE CANA PODE PREJUDICAR ETANOL BRASILEIRO, ALERTA MINC

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

1 de Julho de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil - Marcello Casal JR/Abr - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, divulga os resultados da fiscalização de usinas em Pernambuco - denominada Projeto Engenho Verde
Brasília - O desmatamento da Mata Atlântica causado pelas usinas de cana-de-açúcar em Pernambuco, pode prejudicar as exportações do etanol brasileiro, alertou hoje (1) o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Segundo ele, o “mau exemplo” dos usineiros pernambucanos, que desmataram 85 mil hectares do bioma Mata Atlântica no estado, pode servir de munição para os opositores do biocombustível brasileiro.

“É natural que existam interesses econômicos daqueles que querem colocar barreiras ao etanol brasileiro, que é um ótimo combustível e ajuda o planeta. Só que este mau exemplo dos usineiros de Pernambuco pode dar argumentos àqueles que querem colocar barreiras à importação do etanol”, afirmou Minc.

O ministro anunciou aplicação de multa de R$ 120 milhões para os usineiros do estado responsáveis pelo desmatamento.

De acordo com dados da Operação Engenho Verde, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as 24 usinas de cana-de-açúcar de Pernambuco desrespeitaram as leis que exigem documentos comprovando a regularidade fundiária e a autorização para queimadas, além de não obedeceram os termos de compromisso assumidos.

A operação constatou ainda que devido ao desmatamento, apenas 2,7% do bioma Mata Atlântica permanecem intactos no estado. No restante do Brasil, a média é de 8% de preservação.

Segundo Minc, a aplicação da multa e a obrigação de recuperar o que foi desmatado é uma chance para que as usinas continuem funcionando. “Nesse primeiro momento, as usinas terão que se readequar”, disse o ministro.

Ele lembrou do episódio das 100 indústrias do pólo gesseiro de Pernambuco, que depois de autuadas por estarem destruindo a catinga, 60 “entraram na linha” e as outras 40 foram fechadas por não se adequarem às leis ambientais.

“Portanto, pedimos para os nossos usineiros se mirarem no que aconteceu com o setor gesseiro. Quem quiser se legalizar, vai ter todo apoio técnico, todo o apoio financeiro e todo o tipo de crédito. Quem não entrar na linha e colocar em risco a Mata Atlântica e o etanol brasileiro vai ter a mão dura do Ibama, da Polícia Federal e da lei de crimes ambientais”, ressaltou o ministro.

Minc informou também que o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama vão cobrar o licenciamento ambiental de todas as usinas de cana-de-açúcar de Pernambuco, e irão atuar para que recuperem os danos ambientais e adotem práticas de proteção dos recursos hídricos e os mananciais.

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Restrição de crédito a desmatadores entra em vigor

1 de Julho de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Começa a valer hoje (1°) a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que determina a restrição de crédito a proprietários rurais do bioma amazônico que não cumprirem critérios ambientais. A restrição na liberação de crédito para a safra 2008/2009 deverá ser executada por instituições financeiras públicas e privadas.

A resolução condiciona a liberação de crédito agrícola à apresentação, pelos produtores, do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) vigente e certificado, certidão ou licença ambiental do imóvel onde será implantado o projeto a ser financiado e declaração de que inexistem embargos de uso econômico de áreas desmatadas ilegalmente na propriedade.

A medida, anunciada em fevereiro, causou polêmica entre a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cassol, contrários à mudança nas regras de concessão de crédito.

Em maio, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinou portaria para “esclarecer” a resolução do CMN. O texto detalhou que nem todas as propriedades da Amazônia Legal estarão sujeitas à restrição, apenas as que estão localizadas em áreas de floresta.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os produtores que estiverem irregulares do ponto de vista ambiental não precisam recuperar toda a área legal este ano, e sim georreferenciar a propriedade e apresentar um plano de recuperação que pode ser a médio prazo. O governo vai garantir 30% dos recursos para regularização ambiental e cerca de R$1 bilhão para financiar quem desmatou a floresta ilegalmente e é obrigado por lei a recompor a área.

Beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e produtores rurais que disponham de área não superior a quatro módulos fiscais devem apresentar - no lugar do CCIR e da licença ambiental - uma declaração individual atestando a existência física de reserva legal e área de preservação permanente, conforme previsto no Código Florestal. Produtores com renda familiar de até R$ 4 mil estão isentos da apresentação desses documentos.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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