Amazônia - 03/07/2008 -
Segundo a metodologia do Inpe, o Amazonas tem 6.992,06
quilômetros de extensão
Foto: Divulgação/Inpe
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT)
concluiu as medições com imagens de
satélites que indicam o Amazonas como o maior
rio do mundo. Segundo a metodologia do trabalho
coordenado por Paulo Roberto Martini, da Divisão
de Sensoriamento Remoto do Inpe, o Amazonas tem
6.992,06 quilômetros de extensão enquanto
o Nilo, na África, alcança 6.852,15
quilômetros.
Desde o início dos anos
90 o Inpe estuda o rio Amazonas por meio do sensoriamento
remoto e geoprocessamento, tecnologias derivadas
do Programa Espacial Brasileiro. Neste estudo sobre
as extensões dos rios foram utilizados mosaicos
ortorretificados Geocover, gerados a partir de dados
do satélite Landsat, e cenas do sensor Modis
corrigidas a partir dos mosaicos. A interpretação
dos dados foi feita diretamente sobre a imagem na
tela do Spring, o software de geoprocessamento desenvolvido
no Instituto.
As medidas do Amazonas foram tomadas
sobre imagens Modis (resolução espacial
de 250 metros de pixel) e mosaicos Geocover (25
metros de pixel) seguindo seus canais mais longos.
A diferença entre as medidas ficou menor
do que um pixel do sensor Modis - 250 metros em
6.992,06 quilômetros. "Um erro aceitável
em termos cartográficos", diz Martini.
As vertentes mais distantes do
Amazonas, onde se iniciaram as medidas, só
foram cientificamente definidas na expedição
às nascentes organizada pela RW Cine, em
junho de 2007, e que reuniu pesquisadores do Instituto
Geográfico Militar do Peru, da Agência
Nacional de Águas (ANA), do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e do próprio
Inpe.
Segundo Martini, um importante
suporte para o registro cartográfico e ecológico
desta expedição foi obtido por meio
das imagens da câmera CCD do satélite
sino-brasileiro Cbers e da plataforma Google, cujos
dados foram integrados por Oton Barros, pesquisador
que representou o Inpe na expedição.
"A metodologia pode ser aplicada para qualquer
grande rio do planeta coberto por imagens Modis
ou mesmo pela câmera WFI do Cbers, que também
tem resolução espacial de 250 metros",
comenta Martini.
O trabalho que analisou os rios
Amazonas e Nilo será apresentado no 13º
Simpósio Latino Americano de Sensoriamento
Remoto, em setembro, em Havana, Cuba. Com o título
"Metodologia de Medição das Extensões
dos Rios Amazonas e Nilo utilizando Imagens Modis
e Geocover", o trabalho é assinado por
Paulo Roberto Martini, Valdete Duarte, Egídio
Arai, estes do Inpe, e Janary Alves de Moraes.
Assessoria de Imprensa do Inpe