04/07/2008
- “Um olhar sobre o futuro ambiental do Estado de
São Paulo“ foi o tema do encontro que a Coordenadoria
de Planejamento Ambiental – CPLA, ligada à
Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SMA, promoveu
no último dia 02/07, durante o Seminário
de Apresentação do Projeto Ambiental
Estratégico “Cenários Ambientais 2020“.
O conteúdo temático foi apresentado
para cerca de 170 pessoas e contou com a explanação
dos especialistas Casemiro Tércio Carvalho,
coordenador de Planejamento Ambiental da SMA e gerente
do projeto, Ricardo Abramovay, coordenador do Núcleo
de Economia Socioambiental da Faculdade de Economia
e Administração da Universidade de
São Paulo – FEA/USP, Luis Fernando Laranja,
coordenador do programa Agricultura e Meio Ambiente,
da WWF-Brasil e Raul José de Abreu Sturari,
presidente do Instituto Sagres, empresa responsável
pelo desenvolvimento da metodologia aplicada ao
projeto.
O Projeto Ambiental Estratégico
objetiva elaborar propostas de políticas
públicas de médio e longo prazos a
partir de cenários ambientais analisados
para o ano de 2020. Para um prognóstico destes
cenários é preciso definir uma visão
atual desta questão, determinando e avaliando
os indicadores e as variáveis, estabelecendo
os cenários otimistas e pessimistas para
obter uma média de ambos. O diagnóstico
do Estado levará em consideração
os principais indicadores de pressão ambiental
como a demografia, a economia, o transporte, a energia,
entre outros, e de Estado, como os recursos hídricos,
a atmosfera, o solo e as áreas de interesse
especial.
Para a concretização
das políticas públicas será
necessário um envolvimento geral. “A participação
integrada entre a classe acadêmica, as três
esferas de governo, o setor produtivo e a sociedade
civil é fundamental para o sucesso“, explica
o gerente do projeto, Casemiro Tércio Carvalho.
Para o professor Ricardo Abramovay, o planejamento
não pode ser exclusivamente ambiental. “Precisamos
de um olhar mais naturalista sobre o mundo social.
Temos alguns processos de mudança de atitude
no Brasil causados pela pressão da sociedade
e isso é fantástico“, declara.
Segundo Luis Fernando Laranja,
da WWF-Brasil, a definição dos cenários
de uso da terra em 2020, em elaboração
pela instituição, aponta que a pecuária
de leite e de corte e as culturas de soja, cana-de-açúcar
e milho respondem por 95% da produção
agropecuária do País. “Precisamos
medir o impacto da expansão da cana no futuro,
mas ele não é maior que os demais“,
afirma. Raul José de Abreu Sturari, do Instituto
Sagres, apresentou a metodologia utilizada para
definir os cenários para 2020. “A prospectiva
estratégica consiste em explorar cenários
de longo prazo e propor medidas, planos e políticas
para mudar o curso dos fatos“, explica.
O encerramento do evento contou
com a presença do secretário estadual
de Meio Ambiente, Xico Graziano. Para ele, os governos,
de um modo geral, perdem a capacidade de planejar
porque se ocupam muito com o cotidiano. “Essa é
a função do poder público,
olhar para frente“ pontuou.
Por meio de dispositivos informatizados,
será possível fazer o recorte dos
cenários por Unidades de Gerenciamento de
Recursos Hídricos – UGRHI, por renda, ou
por outros critérios estabelecidos. O projeto
ainda prevê propostas de estratégias
para desviar o Estado de São Paulo da trajetória
mais provável, seguindo os atuais ritmos
de desenvolvimento e atitudes sociais, para a mais
próxima do ideal. Para que as propostas apresentadas
se tornem políticas públicas, de fato,
foi criado um comitê com representantes das
secretarias estaduais de Agricultura e Abastecimento,
Desenvolvimento, Economia e Planejamento, Ensino
Superior, Habitação, Saneamento e
Energia, Saúde, Transportes e Transportes
Metropolitanos.
Texto: Valéria Duarte Fotografia: José
Jorge