15 de
Julho de 2008 Em Pimenta Bueno, cidade de Rondônia,
observamos um novo padrão de desmatamento:
algumas árvores são mantidas para
tentar enganar os satélites que monitoram
a floresta.
Manuas (AM), Brasil — Segundo dados do Inpe, 1.096
km2 de florestas foram destruídos em maio.
A questão é: o Brasil tem feito seu
dever de casa?
Outros 1.096 km2 de florestas
foram desmatados na Amazônia Legal no mês
de maio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), que divulgou nesta terça-feira
os dados do sistema de Detecção em
Tempo Real (Deter) para este período, em
que 46% da região esteve coberta por nuvens.
Pelo segundo mês consecutivo,
a área de floresta destruída corresponde
ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro, terra natal
do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. No mês
anterior, foram detectados 1.123 km2 desmatados
na Amazônia, com 53% de cobertura de nuvens.
O Mato Grosso, mais uma vez, é o campeão
do desmatamento, com 646 km2, sendo que os dados
incluem tanto corte raso como degradação
progressiva.
"Não basta ficar discutindo
todos os meses se os números aumentaram ou
diminuíram. A principal questão é:
o governo está agindo em tempo hábil,
usando os alertas do Deter, para combater o desmatamento
na Amazônia? A resposta é: à
parte algumas ações espetaculares
pontuais, o Brasil não tem feito o dever
de casa como deveria", avalia Paulo Adario,
coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace.
Para a organização,
o governo precisa enfrentara as principais causas
da destruição da Amazônia, que
são de conhecimento de todos: o aumento da
fronteira agrícola, a exploração
ilegal e predatória de madeira, a transferência
de população carente para a região
(por falta de um programa eficiente de reforma agrária
em outras áreas do país), a queima
da floresta pra a produção de carvão
(para atender as demandas das mineradoras). O elemento
comum a todas estas causas é a falta de governança.
"Enquanto o Brasil não
resolver as causas estruturais que provocam o desmatamento
da Amazônia, ou seja, enquanto não
substituir o atual modelo de desenvolvimento baseado
na exportação de mercadorias de baixo
valor agregado por uma economia de base florestal
que beneficie as populações locais,
aliada à proteção da floresta,
a flutuação do desmatamento continuará
a ser notícia", afirma Adario.
Segundo ele, ao invés de
apenas discutir números, a sociedade também
deve cobrar a responsabilidade do governo em zerar
o desmatamento da Amazônia o mais rápido
possível.
O Greenpeace destaca que os dados
do Deter não são precisos, já
que ele não foi concebido para ser um sistema
para medir a área desmatada. O sistema utilizado
pelo Inpe para medir as áreas desmatadas,
desde 1988, é o Programa de Cálculo
do Desflorestamento da Amazônia (Prodes),
que utiliza imagens de satélite de alta resolução,
medidas de agosto a agosto. O Deter começou
a ser utilizado em 2004 como um sistema de alerta
que tem como principal propósito apoiar o
governo para ações de fiscalização
e controle de desmatamento.
+ Mais
Consuma sem culpa: chocolates
Hershey's estão livres de transgênicos
14 de Julho de 2008 Ativistas
do Greenpeace recolheram chocolates da Hershey's
durante a Semana do Consumidor para pressionar a
empresa a informar ao consumidor sobre o uso de
matéria-prima transgênica em sua produção.
São Paulo (SP), Brasil — Empresa se compromete
a usar apenas ingredientes sem organismos geneticamente
modificados em seus produtos.
O consumidor brasileiro já
pode consumir chocolates da Hershey's sem culpa.
A empresa enviou carta ao Greenpeace se comprometendo
a usar apenas ingredientes livres de transgênicos
na fabricação de seus produtos. Segundo
o documento assinado pelo diretor geral da empresa
no Brasil, Aluizio Periquito Neto, a Hershey's agora
passará a usar ingredientes de fornecedores
que garantem matéria-prima livre de transgênicos.
"A postura da Hershey's mostra
sua preocupação com o desejo do consumidor
e gera um efeito dominó em toda a cadeia
produtiva, porque obriga os fornecedores a trabalhar
com produtos que não causem danos ao meio
ambiente. Fornecedodres que nao se adequam às
vontades dos clientes tendem a perder mercado, como
aconteceu com a Cargill neste caso", afirma
Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace.
A Cargill era uma das principais
fornecedoras de matéria-prima da Hershey's,
mas ao não garantir ingredientes como óleos
e lecitina de soja e gordura vegetal livres de transgênicos,
foi substituída pelas empresas Brejeiro e
Imcopa - ambas presentes na lista verde do Guia
do Consumidor do Greenpeace.
O Guia relaciona os produtos que
usam ou não matéria-prima transgênica.
Com o compromisso assumido pela Hershey's, o guia
conta agora com 74 empresas na lista verde e 32
na lista vermelha.
O Guia do Consumidor do Greenpeace
vem ajudando, desde 2002, os consumidores brasileiros
a se informarem sobre a real composição
dos produtos vendidos no país. Mais de 100
empresas de alimentos foram contatadas e questionadas
sobre a utilização de ingredientes
transgênicos em seus produtos. As empresas
que não respondem ou que não fazem
controle adequado para evitar a contaminação
por matéria-prima geneticamente modificada
são listadas na lista vermelha do guia.
O Greenpeace vinha pressionando
há quatro meses para que a Hershey's informasse
a procedência da matéria-prima que
usava em seus chocolates. Em março, durante
a Semana do Consumidor, às vésperas
da Páscoa, ativistas do Greenpeace foram
a um supermercado de Porto Alegre e recolheram ovos
e barras de chocolate das empresas Hershey's e da
Garoto, exigindo mais informações
nos rótulos dos produtos sobre o uso ou não
de matéria-prima transgênica. Os chocolates
foram lacrados em um tonel e enviados às
empresas uma semana depois. Até o momento,
a Garoto ainda não se manifestou, deixando
seus consumidores sem informações
adequadas sobre o uso de transgênicos.
"É fundamental que
as empresas informem o consumidor se estão
usando ingredientes transgênicos para fabricar
seus produtos", afirma Vuolo, coordenadora
da campanha de engenharia genética do Greenpeace.
"O direito à informação
está previsto na lei e não pode ser
negado aos brasileiros. A Garoto continua assim
desrespeitando os consumidores do país."
+ Mais
Agenda nuclear de Nicolas Sarkozy
é denunciada em plena Torre Eiffel
13 de Julho de 2008 Para protestar
contra a agenda nuclear do presidente francês
Nicolas Sarkozy, ativistas do Greenpeace colocaram
uma grande faixa com o símbolo nuclear na
Torre Eiffel.
Aumentar a ImagemParis, França
— Presidente francês aproveita lançamento
da União pelo Mediterrâneo para vender
seu 'peixe radioavito' pela Europa e adjascências.
No dia em que o presidente Nicolas
Sarkozy anunciou o lançamento da União
pelo Mediterrâneo, 15 ativistas do Greenpeace
penduraram uma faixa com um símbolo nuclear
na Torre Eiffel. A faixa foi colocada no meio do
círculo de estrelas douradas que representam
a União Européia. As estrelas, patrocinadas
pela empresa Areva, estatal nuclear francesa, estão
na Torre Eiffel desde que a França assumiu
a presidência da União Européia,
em 1o. de julho.
A faixa foi uma mensagem direta
aos países que compareceram ao lançamento
da União pelo Mediterrâneo, incluindo
os 27 membros da União Européia e
as 17 nações que fazem fronteira com
o Mar Mediterrâneo, de que Sarkozy está
usando o encontro para tentar vender a eles a energia
nuclear francesa. O Greenpeace faz o alerta: a perigosa
agenda do presidente francês põe em
risco a proteção climática
e também a segurança da região.
"O fato de a estatal Areva
patrocinar as estrelas da União Européia
na Torre Eiffel dá indicações
claras sobre a agenda de Sarkozy", afirma Frédéric
Mareiller, da campanha de nuclear do Greenpeace
França.
"Sarkozy está usando
a União pelo Mediterrâneo em sua tentativa
de seqüestrar a presidência da União
Européia para promover sua perigosa agenda
nuclear."
"Sarkozy está claramente
confuso. Ele parece esquecer que é o presidente
francês. Em vez disso, está atuando
como um vendedor de energia nuclear", acrescentou
Mareiller.
Desde que chegou ao poder, em
maio de 2007, Sarkozy vem promovendo agressivamente
a energia nuclear e tenta vender reatores franceses
a todo momento. Seu governo assinou acordos sobre
exportação e cooperação
nuclear com nove países do Mediterrâneo
e Oriente Médio no ano passado.
Sarkozy está desesperadamente
tentando vender o EPR francês, carro-chefe
do chamado 'renascimento nuclear', apesar do fato
de as únicas obras do reator em andamento,
na França e na Finlândia, serem um
desastre.
As obras da usina de Olkiluoto
3, na Finlândia, estão atrasadas em
dois anos e meio, e os custos já dobraram,
atingindo cinco bilhões de euros. Na França,
as obras do EPR foram interrompidas pela autoridade
de segurança nuclear francesa, após
apenas seis meses de trabalho, devido a problemas
crônicos de segurança.
+ Mais
Ativistas responderão na
Justiça por furto e interceptação
de carne de baleia
11 de Julho de 2008 Carne de baleia
proveniente do Santuário de Baleias da Antártica
e interceptada pelo Greenpeace durante investigação
sobre contrabando promovido por tripulantes do Nisshin
Maru, navio-fábrica da frota baleeira japonesa.
Aomori (Japão) e São Paulo (Brasil)
— Junichi Sato e Toru Suzuki foram presos após
denunciarem esquema de contrabando envolvendo programa
de caça científica do governo japonês.
Os dois ativistas do Greenpeace
presos no Japão, no dia 20 de junho, depois
de denunciarem um grande esquema de venda ilegal
de carne de baleia envolvendo o programa de caça
científica do governo, terão que responder
na Justiça por furto e intercepção.
Protestos realizados em todo mundo pedindo a liberdade
de Junichi Sato e Toru Suzuki não foram suficientes
para convencer as autoridades japonesas de que os
dois agiram somente em defesa das baleias.
"Desde o início ficou
claro que a detenção dos ativistas
foi provocada por forças poderosas dentro
do governo japonês, numa clara tentativa de
silenciar um protesto pacífico e proteger
o chamado programa científico de caça
de baleias", disse Gerd Leipold, diretor executivo
do Greenpeace Internacional.
"Ação policial
foi muito mais que uma investigação
sobre o roubo da caixa que continha a carne de baleia.
Toru e Suzuki não teriam sido detidos se
tivessem interceptado qualquer outro tipo de contrabando",
avaliou Leipold.
O Greenpeace Brasil fez manifestações
na frente dos consulados do Japão em São
Paulo e em Manaus. Os ativistas brasileiros entregaram
nos consulados um abaixo assinado com mais de 2,5
mil assinaturas de internautas brasileiros pedindo
pela liberdade de Sato e Suzuki.
Clique aqui e participe da nossa
cyberação pela libertação
dos ativistas. Acesse a seção de Oceanos
e envie uma carta para autoridades japonesas.
"Também entregamos
uma carta ao Ministério das Relações
Exteriores pedindo a intervenção do
governo brasileiro ao governo japonês que
criminalizou os ativistas do Greenpeace que denunciaram
a caça comercial de baleias em vez dos responsáveis
pela prática ilegal que fere o acordo internacional
de moratória firmado, em 1986, na Conferência
Internacional Baleeira (CIB)", disse a coordenadora
da campanha de Baleias do Greenpeace Brasil, Leandra
Gonçalves.
Quase 250 mil pessoas enviaram
cartas para o Governo japonês para pedir a
libertação dos dois e para o governo
abrir um inquérito completo sobre a venda
ilegal de carne de baleia. Protestos como o do Brasil,
foram realizados em embaixadas de 30 países.
Organizações ambientais e de direitos
humanos de todo o mundo, incluindo a Rede de Advogados
Observação dos Direitos Humanos, Fundo
Internacional para o Bem-Estar Animal, Artigo 19,
Transparência Internacional, Oceana, Ubuntu,
e Oxfam, também enviaram cartas de apoio
aos ativistas.
+ Mais
Ativistas do Greenpeace no Japão
são libertados após 26 dias detidos
15 de Julho de 2008 Carne de baleia
obtida pelo Greenpeace no Japão, durante
uma investigação que revelou o contrabando
do produto do navio-fábrica Nisshin Maru,
que participa do programa baleeiro no Santuário
da Antártica.
Tóquio, Japão — Eles foram presos
depois de denunciar venda ilegal de carne de baleia.
Agora vamos pressionar o governo japonês para
prosseguir com as investigações sobre
a caça comercial de baleias.
Os dois ativistas do Greenpeace
presos no Japão depois de denunciar um esquema
de venda ilegal de carne de baleia foram libertados
nesta terça-feira mediante pagamento de fiança.
Junichi Sato e Toru Suzuki passaram 26 dias detidos
sob acusação de interceptar uma caixa
de carne de baleia apresentada às autoridades
japonesas como evidência da existência
da caça comercial de baleia no Japão,
prática que fere acordo internacional.
Apenas 10% dos pedidos de liberdade
sob fiança são aceitos pelo sistema
penal japonês. O julgamento de Sato e Suzuki
ainda não foi marcado.
"Estamos extremamente aliviados
porque nossos dois ativistas foram finalmente libertados.
No entanto, ainda fica a pergunta: porque as investigações
sobre a venda ilegal de carne de baleia foram suspensas,
apesar de todas as evidências apresentadas?"
disse Frode Pleym, da campanha de Baleias do Greenpeace
Internacional.
Durante quatro meses o Greenpeace
investigou denúncias de antigos e atuais
trabalhadores da frota baleeira operada pela empresa
Kyodo Senpaku sobre a existência de um esquema
de contrabando de carne de baleia. O produto era
retirado do navio fábrica Nisshin Maru e
enviado para a casa de membros da tripulação
entre suas bagagens pessoais.
Uma das quatro caixas de carne
de baleia, avaliada em US$ 3 mil, foi interceptada
pelos ativistas. A caixa foi exibida em uma conferência
de imprensa no dia 15 de maio e encaminhada Ministério
Público como evidência das denúncias,
que foram arquivadas.
"Apelamos ao governo para
seguir com o inquérito sobre a corrupção
na frota baleeira", disse Pleym. "A denúncia
do Greenpeace expõe um grande escândalo
que envolve o dinheiro dos contribuintes japoneses
e a violação de um acordo internacional
firmado no âmbito Comissão Internacional
Baleeira (CIB), que é a proibição
da caça comercial de baleias", completou
Pleym.
A prisão dos ativistas
mobilizou mais 30 organizações não-governamentais
de todo o mundo que enviaram cartas para as autoridades
japonesas pedindo a liberdade deles e a investigação
das denúncias do Greenpeace.
Cerca de 7,5 mil ativistas brasileiros
enviaram e-mails de protesto para as autoridades
japonesas, que foram impressos e entregues nos consulados
do Japão em São Paulo e em Manaus
por ativistas do Greenpeace Brasil.
"É sempre muito importante
a participação da sociedade civil
em qualquer luta ambiental. Esperamos manter o engajamento
dos brasileiros para cobrar do governo brasileiro
uma postura mais pró-ativa para a conservação
de baleias", afirma Leandra Gonçalves,
coordenadora da campanha de Baleias do Greenpeace
Brasil.