15 Jul
2008 - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
comentou em coletiva de imprensa, nesta terça
(15.07.2008), os dados sobre o desmatamento do mês
de maio, divulgados pela manhã pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os satélites
utilizados pelo Instituto detectaram 1.096 km²
de áreas desmatadas na Amazônia Legal,
27 km² a menos do que no mês de abril,
quando foram detectados 1.123 km² de desmatamento.
O ministro afirmou que os dados apontam um “modesto
decréscimo” que não permite dizer
que acabou a tendência de alta do desmatamento,
verificada desde novembro do ano passado. “A tendência
não é de cair, mas de crescimento
moderado, o que ainda é inadmissível”,
disse.
De acordo com o ministro, uma
inovação importante é a separação
dos dados entre corte raso, que corresponde a áreas
já completamente desmatadas, e degradação
progressiva, que aponta áreas em três
níveis de degradação: alto,
moderado e leve. O desmembramento dos dados responde
a uma demanda de governadores dos estados da Amazônia
Legal, que questionavam a fidelidade dos números
divulgados pelo INPE. Para fazer esse desmembramento,
os técnicos do INPE, depois de analisar as
imagens de satélite, fizeram visitas a campo
para confirmar as informações. Com
isso, 59,5% das áreas detectadas pelos satélites
foram classificadas como de corte raso, 28,8% como
degradação progressiva e 11,7% não
foram confirmados como desmatamento.
Carlos Minc aproveitou a coletiva
de imprensa para apresentar breve balanço
das ações do governo federal na área
de meio ambiente desde 2003. No período,
foram aplicadas mais de 30 mil multas, na ordem
de R$ 4,5 bilhões, das quais apenas 5% foram
efetivamente cobradas. Segundo o ministro, as operações
de fiscalização do Ibama conseguiram
evitar, nesse período, o desmatamento de
19.340 km² de floresta amazônica, em
média. Para julho e agosto, o ministro prometeu
a intensificação das ações,
com a realização de 45 operações
simultâneas na Amazônia. “Mas não
se resolve uma questão econômica apenas
com polícia. É preciso tornar o desmatamento
na Amazônia economicamente inviável,
com multas pesadas, e oferecer alternativas sustentáveis”,
afirmou Minc.
Segundo o ministro, no dia 22
de julho, o presidente Lula deve assinar, em Brasília,
dois decretos relacionados ao meio ambiente. O primeiro
regulamenta a atuação dos guarda-parques
e o convênio com o Corpo de Bombeiros e os
Batalhões Florestais das Polícias
Militares, para proteção das unidades
de conservação. O segundo permitirá
ao Ibama dar destinação aos bens apreendidos
em suas operações, sem necessidade
de aguardar decisões judiciais. Ainda de
acordo com Minc, no dia 1º de agosto, o presidente
deve assinar, no Rio de Janeiro, a criação
do Fundo Amazônia, com US$ 900 milhões
já no primeiro ano, a partir da assinatura,
e do Fundo Clima, com R$ 600 milhões, destinados
a medidas mitigadoras do desmatamento. Lula deve
assinar ainda o Pacto Socioambiental dos Bancos,
que, à semelhança do Pacto da Soja,
compromete bancos públicos e privados a não
financiar atividades não sustentáveis
e a facilitar crédito para os empreendimentos
ambientalmente responsáveis.
+ Mais
Wal-Mart se une à Rede
Global de Floresta e Comércio do WWF
15 Jul 2008 - Compromisso para
melhorar o manejo de florestas valiosas e ameaçadas
O WWF, rede mundial de conservação
do meio ambiente, anunciou na segunda-feira (14)
que a cadeia de supermercados Wal-Mart Stores se
uniu à Rede Global de Floresta e Comércio
(GFTN, da sigla em inglês), uma iniciativa
do WWF para salvar as florestas mais valiosas e
ameaçadas do mundo. Ao juntar-se a essa rede,
o Wal-Mart se comprometeu a eliminar progressivamente
de sua cadeia de fornecedores fontes ilegais ou
indesejáveis de madeira e a ampliar, em seus
estoques e nos da cadeia Sam’s Club dos Estados
Unidos, a proporção de produtos florestais
provenientes de fontes certificadas confiáveis.
“Com quase metade das florestas
desaparecidas, é necessário agir com
urgência”, afirmou Suzanne Apple, vice-presidente
de Negócios e Indústria do WWF. “O
compromisso do Wal-Mart de apoiar o manejo florestal
responsável atende a esse chamado à
ação. O WWF dá as boas vindas
à incorporação dessa companhia
a uma comunidade global comprometida simultaneamente
com a prosperidade dos negócios e a preservação
das florestas".
Os Estados Unidos são o
maior consumidor mundial de madeira industrial,
papel e celulose e se encontra entre os principais
importadores de madeira proveniente de regiões
onde o corte ilegal é uma prática
comum, como Indonésia, China e Brasil. Portanto,
o mercado norte-americano é decisivo para
a proteção das florestas do planeta.
O compromisso do Wal-Mart inclui
a importação e a venda de produtos
de madeira e seu primeiro alvo serão os móveis.
O Wal-Mart obtém madeira para seus móveis
na Amazônia, no extremo oriente da Rússia,
no norte da China, na Indonésia e na região
do Mekong no sudeste asiático. Nestas áreas
encontram-se algumas das regiões de maior
diversidade biológica da terra e a Rede WWF
trabalha para protegê-las.
Dentro de um ano o Wal-Mart concluirá
uma avaliação para conhecer a origem
da madeira de seus móveis, para saber se
foi extraída de forma legal e provém
de florestas bem manejadas. A empresa se comprometeu
a eliminar, cinco anos após a conclusão
da avaliação, o uso de madeira procedente
de fontes ilegais e desconhecidas. Também
será eliminada a utilização
de madeira extraída de florestas qualificadas
como de importância critica, seja por sua
biodiversidade ou por seu valor ambiental, socioeconômico
e estético, ou por serem manejadas de maneira
inadequada.
“Uma de nossas metas no Wal-Mart
é vender produtos sustentáveis, que
protejam nossos recursos. Ao integrar a Rede Global
de Floresta e Comércio, poderemos nos aproximar
dessa meta, ao oferecer a nossos clientes produtos
confiáveis, provenientes de florestas manejadas
de forma responsável” disse Matt Kistler,
vice-presidente de sustentabilidade do Wal-Mart.
“Esta é apenas uma das maneiras pelas quais
o Wal-Mart está ajudando seus clientes a
economizar dinheiro e viver melhor”.
O WWF trabalha com empresas privadas,
como o Wal-Mart, e com organismos públicos,
como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (USAID), para promover um manejo florestal
responsável, que leve em consideração
os aspectos sociais, a conservação
ambiental e os benefícios econômicos.
O Banco Mundial estima que a extração
ilegal de madeira custa aos governos dos países
menos desenvolvidos mais de US$ 5 bilhões
por ano, em impostos não arrecadados e outras
receitas perdidas.
Desde 2003, a USAID investiu quase
US$ 6,5 milhões na Rede Global de Floresta
e Comércio. O WWF utilizou esses recursos
para alavancar um investimento adicional de US$
33,8 milhões e estender as operações
da GFTN aos países em vias de desenvolvimento,
muitos dos quais agora fazem parte da cadeia de
fornecedores do Wal-Mart.
“Atualmente, a ajuda para o desenvolvimento
consiste em mobilizar idéias, esforços
e recursos do governo, das empresas e da sociedade
civil, por meio de parceiras público-privadas
que estimulem o crescimento econômico, desenvolvam
oportunidades de negócios e abordem temas
ambientais”, afirmou Jacqueline E. Schafer, administradora
adjunta da USAID para o Crescimento Econômico,
Agricultura e Comércio. “A ação
corporativa dentro da GFTN tem enorme potencial
para frear a destruição do meio ambiente
associada à extração ilegal
de madeira e, simultaneamente, fomentar o crescimento
econômico dos países produtores e dos
países consumidores, em igual medida”.
O compromisso do Wal-Mart de promover
o manejo responsável das florestas baseia-se
numa colaboração mais ampla da empresa
com o WWF. No início de 2008, o Wal-Mart
assumiu o compromisso de que, em quatro anos, 100%
do salmão silvestre comercializado nos Estados
Unidos sejam procedentes de fontes certificadas
pelo Conselho de Manejo de Pesca (MSC, da sigla
em inglês).
Sobre o WWF
Por mais de 45 anos, a Rede WWF dedica-se a proteger
o futuro da natureza. O WWF é a maior rede
internacional de organizações de conservação
da natureza do mundo, com atuação
em 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões
em todo o mundo. Em seu trabalho, o WWF combina
visão global com fundamentos científicos,
se envolve diretamente em todos os níveis,
desde o local até o mundial, e assegura o
desenvolvimento de soluções inovadoras
que satisfaçam às necessidades do
ser humano e da natureza. Para mais informações,
consultar www.wwf.org.br.
Sobre o Wal-Mart
Wal-Mart Stores é uma empresa que controla
a rede de supermercados e mercados de bairro Wal-Mart
e as lojas Sam’s Club nos Estados Unidos. Também
possui lojas no Brasil, Argentina, Canadá,
China, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras,
Japão, México, Nicarágua, Porto
Rico e Reino Unido. O Wal-Mart atende a mais de
176 milhões de clientes por semana, em 14
mercados mundiais. As ações da empresa
são negociadas na Bolsa de Valores de Nova
York, com o símbolo WMT. Para mais informações,
consulte: www.walmartfacts.com.
Rede Global de Floresta e Comércio
A Rede Global de Floresta e Comércio é
uma iniciativa do WWF para combater a extração
de madeira ilegal e não sustentável.
A Rede promove o manejo responsável de florestas
valiosas e ameaçadas na Amazônia, Amur-Heilong
(Rússia), Bornéu, Sumatra, Congo,
Mekong (sudeste da Ásia) e outras áreas
em que as florestas estão em perigo.
A GTFN ajuda as empresas a avaliar
seus abastecimento de produtos e a implementar planos
de ação adequados para garantir um
fornecimento sustentável. Ao facilitar vínculos
comerciais entre empresas comprometidas com o manejo
florestal sustentável, a GTFN cria condições
de mercado que ajudam a conservar as florestas,
ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios
econômicos e sociais às empresas e
às pessoas que dependem delas. Mais de 370
empresas, entre fabricantes, importadores, distribuidores,
varejistas e proprietários e gerentes de
áreas florestais são membros da Rede
Global de Floresta e Comércio.
Fonte: WWF-US - Washington, D.C. e Bentoville, Arkansas,
14.07.2008.
Tradução: Isadora Afrodite Ferreira
(WWF-Brasil)
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Festival de Nova York consagra
filme Money do WWF-Brasil
11 Jul 2008 - O filme Money, produzido
pela agência DM9DDB, para o WWF-Brasil foi
o grande vencedor da categoria Filmes do Festival
de Nova York. A medalha de ouro foi anunciada em
cerimônia no dia 30 de junho, no New York
Stage. No mesmo dia foi anunciada a medalha de bronze
na categoria Impresso, para a campanha “Um banho
mais rápido pode salvar vidas”, também
criada pela DM9DDB, para campanha em parceria com
o WWF-Brasil e a rede de academias de ginástica
Companhia Athletica.
Conhecido como um dos mais importantes
festivais de mídia do mundo, o Festival de
Nova York premia anualmente as peças mais
inovadoras de Televisão, Cinema, Impresso,
Design, Outdoor, Multimídia, Rádio,
Interatividade, entre outros, em mais de 300 categorias.
Lançado em setembro de
2007, o filme Money mostra como pequenas ações
isoladas, tanto positivas quanto negativas, podem
dar início a um efeito cascata de proporções
planetárias. As inter-relações
das diferentes ações do homem e como
elas podem interferir na sustentabilidade do planeta
são o tema do filme. Antes do Festival de
Nova York, a peça ganhou prêmios como
Pinnacle, FIAP, Sinos e IAA Resposability Award.
A peça também esteve entre os finalistas
do Festival de de Cannes.
A campanha publicitária
“Um banho mais rápido pode salvar vidas”
marcou o início da parceria entre WWF-Brasil
e a rede de academias de ginástica Companhia
Athletica, em outubro de 2007. Criada também
pela DM9DDB, a campanha alertava os freqüentadores
das academias para a questão ambiental e
os problemas decorrentes da devastação
da natureza.
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Curso introdutório de gestão
de unidades de conservação está
com inscrições abertas
12 Jul 2008 - Estão abertas,
até o dia 24 de julho, as inscrições
para a 12ª edição do “Curso Introdutório
de Gestão de Unidades de Conservação
da Amazônia”. Resultado de uma parceria entre
Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)
e o WWF-Brasil, juntamente com a colaboração
do programa Áreas Protegidas da Amazônia
(Arpa), a iniciativa tem o objetivo de contribuir
para a consolidação das novas unidades
de conservação criadas pelo Arpa e
para o fortalecimento da gestão das já
existentes na região amazônica.
Essa próxima edição
do curso será realizada em Manaus (AM), no
período de 19 a 28 de agosto de 2008. Só
poderão inscrever-se profissionais do Estado
do Pará e parte do Estado de Tocantins que
envolve a Amazônia Legal.
Além disso, só serão
admitidas pessoas que atuem junto ao Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), Organizações Estaduais de
Meio Ambiente (OEMAs) e ONGs que possuem projetos
relacionados à programas de gestão
de unidades de conservação em seus
respectivos estados e regiões. Todos os participantes
terão as despesas de transporte, estadia
e alimentação cobertas pelo WWF-Brasil,
IPÊ e demais instituições envolvidas
com a atividade.
A iniciativa, que já beneficiou direta e
indiretamente mais de 100 UCs e tornou-se uma referência
no Brasil, foi desenvolvida em uma oficina técnica
da qual também participaram representantes
do Ibama, das OEMAs e ONGs da Amazônia, além
de representantes do Ministério do Meio Ambiente.
Hoje, após quatro anos
de parceria, cerca de 250 pessoas foram capacitadas
em todos os estados que compõem a Amazônia
Legal. A próxima edição do
curso deve acontecer em outubro.
Primeira edição
de 2008 capacita 20 profissionais do Amazonas e
Rondônia
Realizada em Rio Branco (AC),
entre os dias 17 a 26 de junho, a primeira edição
do curso de do “Curso Introdutório de Gestão
de Unidades de Conservação da Amazônia”
contou com a participação de vinte
profissionais, ligados a gestão de unidades
de conservação. Ligados ao ICMBio,
a ONGs, à secretarias estaduais e associações
de Rondônia e do Amazonas, os participantes
avaliaram a iniciativa como positiva.
Segundo Patrícia Paranaguá,
coordenadora do Centro Brasileiro de Biologia da
Conservação (CBBC) do IPÊ e
uma das responsáveis pelo curso, a iniciativa
foi bem sucedida e, mais uma vez, contribuiu para
atender a necessidade de ampliar o quadro de recursos
humanos motivados e visionários de um novo
modelo de gestão para as unidades de conservação.
Entre os participantes, Izabel
Souza do Instituto Mamirauá, avaliou o curso
como extremamente válido, especialmente por
promover um momento para trocar experiências
com outros atores ligados à gestão
de unidades de conservação.
“Apesar de já trabalhar
com gestão de UCs há mais de oito
anos, nunca tive a oportunidade de refletir conceitualmente
sobre minhas práticas e compartilhar métodos,
processos e experiência junto a outros colegas
da área”, declarou.
Para Juciley Gomes, da Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) de
Rondônia, existem poucas opções
para capacitação disponíveis
e iniciativas que possibilitam a continuidade e
expansão no processo de capacitação
na Amazônia são muito importantes.
“Veja bem o meu caso. Eu que não
pude ter acesso a um curso de ensino superior e
noto que essa experiência já está
refletindo em melhores práticas no meu cotidiano
no trabalho. Estou preparando um importante documento
e percebi, após assistir algumas aulas, que
uma abordagem diferente em sua produção
o tornará muito mais efetivo”, declarou.